Monte de Fralães situa-se quase no extremo sul do concelho de Barcelos, ao lado de Viatodos, Silveiros, Chavão e Grimancelos. É atravessada a nascente pela estrada nacional que liga Barcelos a Vila Nova de Famalicão e encosta-se, pelo poente, ao Monte d’Assaia, em cujo cimo nasceu.
Foi noutros tempos uma freguesia rural como as suas vizinhas, mas a sua agricultura está hoje reduzida a muito pouco.D. Mendo, abade da dita igreja, jurado e interrogado, disse que o rei não é padroeiro, mas tem aí o seu reguengo, a saber, o monte da Saia, como está delimitado pela porta da cidade de Lenteiro, a seguir pela pedra que está entre o reguengo e a senra, a seguir pela Fonte Peolhosa, a seguir vai pela Valo do Capítulo até à Bouça, a seguir até ao Fojo Lobal, a seguir pela porta da Ventosa. ...
... não há aí foreiros nem honras novas ... porque é honra antiga de D. Paio Correia.
Baste-nos por agora fixar a atenção em dois aspectos: a cidade de Lenteiro e D. Paio Correia.
Da palavra Fralães não se conhece o étimo. Mas sabe-se que este topónimo teve as variantes Farlães e até Farelães. Esta última, recente, pretendia ligá-lo a farelo; para Fralães, alguém fantasiou uma impossível derivação a partir de fraga. Seria mais sério procurar um étimo gótico, talvez no nome bastante comum Fradila, que, através do sufixo –anis, dava logo Fradilanis; daí para Fralães, o caminho era rápido e seguro. Contra isto, levanta-se contudo o facto de a forma mais antiga conhecida, referida nas Inquirições de 1258, ser Farlães. Mas o Pe. Jácome Dias, em 1564, já escreve Fralães.Imagens: Brasão e duas vistas panorâmicas de Monte de Fralães.
Na parede deste mesmo lado, há ainda a imagem de Santo António.
Recuando ao corpo principal da igreja, encontramos ao direito o nicho do Sagrado Coração de Jesus e ao lado esquerdo ode Nossa Senhora da Saúde. São uma óptima imitação neoclássica.
À entrada, à esquerda, fica o baptistério. Óptima também a qualidade da Pia Baptismal. Por cima fica o usual coro.
Umas palavras mais sobre os nichos da Senhora da Saúde e do Sagrado Coração de Jesus: eles são basicamente iguais e resultaram sem dúvida duma mesma encomenda. Mas cada um deles foi pensado para a imagem que recebeu: o da Senhora da Saúde tem no «frontão» um símbolo mariano, a coroa; o do Sagrado Coração de Jesus tem no mesmo lugar os Dois Corações (o do Sagrado Coração de Jesus e o do Imaculado Coração de Maria). A cor do forro da parte posterior dos nichos também se adequa às personagens representadas. As suas imagens têm sensivelmente a mesma altura, ajustada ao espaço, mesmo sendo de materiais e qualidade diferentes.
A do Sagrado Coração de Jesus é também uma excelente imagem. Foi oferecida por Luís Vilares, que por sinal também ofereceu um riquíssimo manto para a da Senhora da Saúde. Isto aí por 1915, no rescaldo ainda da consagração do mundo ao Sagrado Coração de Jesus, que ocorreu em 1898.
Desde há cerca de 30 anos, o Posto da Galp, com o seu café e oficina auto, têm trazido à freguesia muita gente. O conjunto, que pertenceu originalmente a um brasileiro abastado, o «Ferreira de Chavão», foi planeado com largueza e gosto muito apreciados.
Este edifício parece ter passado por um período de compeensível e acentuada ruína no séc. XIX. Ao menos é o que se deduz de certo soneto de Barbosa Campos e do que escreveu Teotónio da Fonseca.
No século XVIII, já tinha havido obras: foi feita a sala de audiências e a cadeia. À sala de audiências chamou-se também tribunal.
Da Casa da Porta chegaram até nós bastantes notícias. Era a segunda da freguesia, logo a seguir ao Solar dos Correias ou de Fralães. Em tempos recentes, tinha edifício próprio para três caseiros e ainda para o feitor. Ao tempo das Lutas Liberais já homens desta casa residiam na Rua das Flores, do Porto, então a rua chique da cidade. Nasceu nela o pianista e compositor Luís Costa.
Houve um juiz do Couto de Fralães que era da Casa dos Silveiras; outro foi do lugar do Paço. Certamente houve juízes de outras casas, mas muitas vezes não é possível relacionar os seus nomes com elas. De resto sabe-se que os cargos municipais eram evitados pelas pessoas abastadas.
No mesmo monte, houve vários moinhos de vento; ainda lá estão as construções redondas de pedra onde ficavam as mós e sobre que se enfunavam as velas. No lugar do Paço, houve um moinho a água.

