tag:blogger.com,1999:blog-67813544691438980892024-03-14T04:58:31.980-07:00Monte de FralãesJosé Ferreirahttp://www.blogger.com/profile/12998775423781902109noreply@blogger.comBlogger20125tag:blogger.com,1999:blog-6781354469143898089.post-82890743574915664862009-10-31T04:42:00.003-07:002013-09-14T14:44:41.620-07:00Abertura<div style="text-align: justify;">
<br />
Monte de Fralães situa-se quase no extremo sul do concelho de Barcelos, ao lado de Viatodos, Silveiros, Chavão e Grimancelos. É atravessada a nascente pela estrada nacional que liga Barcelos a Vila Nova de Famalicão e encosta-se, pelo poente, ao Monte d’Assaia, em cujo cimo nasceu.</div>
<img alt="" border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEirX3QNL8CPf36GQvIaeIBDEa9whQI_wOvJNx4qFSG-bZL4rRe4rVrVa3-ppFvi_UQ5zDhL21HKKZsDkcF0wex4cb-zt0NtATxBYcmGmmQg-26qdn9hrEcbN9NCiVM0_nRUols-KjBYsxU/s400/bras%C3%A3o.jpg" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5398729601485079538" style="cursor: hand; display: block; height: 321px; margin: 0px auto 10px; text-align: center; width: 302px;" />Foi noutros tempos uma freguesia rural como as suas vizinhas, mas a sua agricultura está hoje reduzida a muito pouco.<br />
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O nome actual da freguesia é uma abreviação de S. Pedro do Monte de Fralães. Durante séculos, chamou-se apenas S. Pedro do Monte. Como, porém, toda ela se integrava nas terras de Fralães e no seu Couto e Honra, a partir de certa altura torna-se uso chamar-lhe S. Pedro do Monte de Fralães. Eliminado o orago dos nomes da freguesia, ficou a designação que é agora oficial.</div>
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Monte de Fralães não vem nas Inquirições de 1220. Não se sabe porquê, pois que o Censual do Bispo D. Pedro, de cerca de 140 anos antes, já a mencionava, como S. Cristóvão de Silveiros. Mas o texto das Inquirições de 1258 é deveras interessante. Veja-se:</div>
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<em>D. Mendo, abade da dita igreja, jurado e interrogado, disse que o rei não é padroeiro, mas tem aí o seu reguengo, a saber, o monte da Saia, como está delimitado pela porta da cidade de Lenteiro, a seguir pela pedra que está entre o reguengo e a senra, a seguir pela Fonte Peolhosa, a seguir vai pela Valo do Capítulo até à Bouça, a seguir até ao Fojo Lobal, a seguir pela porta da Ventosa. ...<br />
... não há aí foreiros nem honras novas ... porque é honra antiga de D. Paio Correia.</em><br />
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<img alt="" border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjIkoA_o6JVcX9Q5iejfSbdnzryWCVQgWMRoc7JxUevYrK76WuARxx4YokRKRdlpZF9m2WVECFQubfgRYbAo2TJjvRXPbrJXrSuaEmmp12qD8gvT412HDGk9_7s7S_O_OQAjIM6nbTRgfQ/s400/freg1.jpg" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5398730643576301154" style="cursor: hand; display: block; height: 193px; margin: 0px auto 10px; text-align: center; width: 400px;" />Baste-nos por agora fixar a atenção em dois aspectos: a cidade de Lenteiro e D. Paio Correia.</div>
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Através da cidade-citânia de Lenteiro, podemos mergulhar no passado do espaço em que nasceu a freguesia e outras de seus arredores; o nome de D. Paio Correia aponta o futuro, pois em Monte de Fralães muito dependeu da família deste homem. O Concelho de Fralães surgiu devido a ele e subsistiu durante meio milénio; na origem da Confraria de Nossa Senhora da Saúde também estão os Correias. Aliás, todas as terras da freguesia pertenceram a esta casa.</div>
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<img alt="" border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj3yvfI3rBINMYbzBQ0uKaLOr_IuDNnsQ1Otan8-sCtDHiNXMeQEMqkXzmZGadu0vqgkB-3myVVM-QwzyynmKJFfcIAS6bujo5HsVQUc5AKRnDe36Gja8lMyPENW63mYeRQ58GR5QZ1w7A/s400/sibol+3.jpg" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5398730877455417794" style="cursor: hand; display: block; height: 123px; margin: 0px auto 10px; text-align: center; width: 400px;" />Da palavra Fralães não se conhece o étimo. Mas sabe-se que este topónimo teve as variantes Farlães e até Farelães. Esta última, recente, pretendia ligá-lo a farelo; para Fralães, alguém fantasiou uma impossível derivação a partir de fraga. Seria mais sério procurar um étimo gótico, talvez no nome bastante comum <em>Fradila</em>, que, através do sufixo –anis, dava logo Fradilanis; daí para Fralães, o caminho era rápido e seguro. Contra isto, levanta-se contudo o facto de a forma mais antiga conhecida, referida nas Inquirições de 1258, ser Farlães. Mas o Pe. Jácome Dias, em 1564, já escreve Fralães.</div>
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<strong><span style="font-size: 85%;">Imagens: Brasão e duas vistas panorâmicas de Monte de Fralães.</span></strong><br />
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<span style="color: red; font-size: 14pt;"><span style="font-family: Calibri;">Páginas relacionadas</span></span></div>
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<a href="http://confsaude.blogspot.com/"><span style="font-family: Calibri;">Confraria de Nossa Senhora da Saúde</span></a></div>
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<a href="http://paioperescorreia.blogspot.com/"><span style="font-family: Calibri;">Paio Peres Correia</span></a></div>
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<a href="http://montedefralaes.blogspot.com/2009/10/fr1.html"><span style="font-family: Calibri;">Apêndice sobre Paio Peres Correia</span></a></div>
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<a href="http://ouroanapaiscorreia.blogspot.com/"><span style="font-family: Calibri;">Ouroana Pais Correia</span></a><br />
<a href="http://concfral.blogspot.com/"><span style="color: red; font-size: large;">O antigo Concelho de Fralães</span></a></div>
José Ferreirahttp://www.blogger.com/profile/12998775423781902109noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6781354469143898089.post-23562635289827685512009-10-31T04:42:00.001-07:002010-02-05T08:31:21.902-08:00Retrato da Freguesia<strong><span style="font-size:130%;">A Igreja Paroquial</span><br /></strong><br />Conforme a vemos hoje, a Igreja Paroquial de Monte de Fralães remonta à segunda metade do séc. XIX, quando foi construída a torre.<br /><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 300px; DISPLAY: block; HEIGHT: 400px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5398732793796931138" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgEJVo-QBIlp3vPA5NBoGS-7zlR2e4VxGI-YTyew3wzcp7PkGkL33kgyHmdGfM4674I18LyuG36C1kDbbbrKVdoJUFN7XeXe4A9b57InpEdS6VkQGlpJRqV9L7FuQ3HkuGAoj17_gkWdcc/s400/DSCF4009.JPG" />Olhando o seu interior, na capela-mor, além do indispensável altar, merece a atenção o retábulo respectivo, de invulgar qualidade para um pequeno templo de aldeia. Deve integrar-se no estilo rocaille, de quando alguém escreveu que a Confraria, a que então a igreja pertencia, era opulenta. No lado esquerdo do retábulo, vê-se a imagem de S. Pedro, o padroeiro; do lado direito, S. José. <img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; DISPLAY: block; HEIGHT: 300px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5398733251798525682" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhhAw-9J3mmpnE3jtQSTY8JQa17aHlyyYwvuOUGmMNVTQIzMqUPcWmayr9UK-oLizw1nY3oNoruJaJe9ZHE2IIo7y7VYFV_kh2gZi_OyMIowa0Q_45ktr94jtNVRls0CqKctrgtHceLGBg/s400/I2+021a.jpg" />Na parede deste mesmo lado, há ainda a imagem de Santo António.<br />Junto ao altar e aos lados, estão o belo ambão, aquisição recente, e duas artísticas eças antigas, em pau-preto.<br /><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 265px; DISPLAY: block; HEIGHT: 400px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5398733941239470114" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhixG6PfmC4N6WpC8iBpyG7P_xOaBnkuMcLTWSxHJEGGO5jqFebERcTZrw5GwpR_4yBOYks9VRGCdurzpCebBmMImahnJxHI3754tk1QFYybSUpog-AvFw7nViPaFI-8PyCxVAuIAPeBiU/s400/ret+cj.jpg" />Recuando ao corpo principal da igreja, encontramos ao direito o nicho do Sagrado Coração de Jesus e ao lado esquerdo ode Nossa Senhora da Saúde. São uma óptima imitação neoclássica.<br />Um pouco mais atrás, do lado direito, olha-nos o púlpito e, frente a ele, a imagem da doutora da Igreja Santa Teresinha.<br /><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 239px; DISPLAY: block; HEIGHT: 400px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5398734263853393778" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9jiwtS3ArDPQm5xPPb1kw6U6XD_SXEryOkLmzIBdhql3WnTzKZjc9qNUagxQXYuFGwSjW0ULdItfJfBhz0954IplypSVglPqFIsbh-W-zOFn1nOAjI5GxkIScga1OuquWXaPBp00GEFA/s400/ret+ss.jpg" />À entrada, à esquerda, fica o baptistério. Óptima também a qualidade da Pia Baptismal. Por cima fica o usual coro.<br />Do lado poente da capela-mor, está a sacristia e, entre esta e a torre, um pequeno salão, onde se destacam um magnífico arcaz e dois ex-votos suspensos da parede. No arcaz guarda-se, entre outras coisas, o arquivo da Confraria.<br />Por cima desta divisão, há um outro espaço, onde se encontram principalmente alfaias litúrgicas e uma porção de velharias.<br /><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 300px; DISPLAY: block; HEIGHT: 400px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5398734687784916194" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg6LKrk1g8hEGE-kEq9gMSst5AGPzuOUejO3f4B90VG2OdisnTPyzUfREUtbnhyTK_s2Y11aWd-f99uVwHbSJFTCpg4R0ChXWGN6lTFyCrRCS8wK-WchaBPD1vjIP15VBRXXLT7m1A33jE/s400/I2+017.jpg" />Umas palavras mais sobre os nichos da Senhora da Saúde e do Sagrado Coração de Jesus: eles são basicamente iguais e resultaram sem dúvida duma mesma encomenda. Mas cada um deles foi pensado para a imagem que recebeu: o da Senhora da Saúde tem no «frontão» um símbolo mariano, a coroa; o do Sagrado Coração de Jesus tem no mesmo lugar os Dois Corações (o do Sagrado Coração de Jesus e o do Imaculado Coração de Maria). A cor do forro da parte posterior dos nichos também se adequa às personagens representadas. As suas imagens têm sensivelmente a mesma altura, ajustada ao espaço, mesmo sendo de materiais e qualidade diferentes.<br />Parece claro que estas imagens datam do mesmo tempo. A original da Senhora da Saúde terá sido então substituída e representaria a Mãe de Deus com o Menino, como se vê nos dois ex-votos da sacristia. Dessa antiga imagem, há notícia na Casa de Fralães.<br />Esta igreja deve certamente muito ao P.e Pedro Rodrigues, falecido em 1948. Ele ter-lhe-á renovado, por exemplo, quase todas as imagens, que estão bem longe da banalidade. Da do padroeiro, por exemplo, é conhecida uma anterior.<br /><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 280px; DISPLAY: block; HEIGHT: 400px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5398742554313454242" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg1juk4H5Px5dblFAIJRfanmYUL9L6gr5LjzLmOt9o7EQOBF3TWB3O2LwZcFcO9wB4UfoCHdzhsA9XyHhRDRUZY-5U4ioPtmnRJbWzc8L-oN45PuhDbEApGtKOEYRvVXlCPk-freQWLd5k/s400/I2+015.jpg" />A do Sagrado Coração de Jesus é também uma excelente imagem. Foi oferecida por Luís Vilares, que por sinal também ofereceu um riquíssimo manto para a da Senhora da Saúde. Isto aí por 1915, no rescaldo ainda da consagração do mundo ao Sagrado Coração de Jesus, que ocorreu em 1898.<br /><span style="color:#ffffff;">...<br /></span><strong><span style="font-size:85%;">Imagens: Igreja Paroquial, parte do retábulo do altar-mor, nichos do Sagrado Coração de Jesus e de Nossa Senhora da Saúde, imagem de S. Pedro (o padroeiro), pia baptismal.</span></strong>José Ferreirahttp://www.blogger.com/profile/12998775423781902109noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6781354469143898089.post-42613183341557233972009-10-31T04:41:00.005-07:002010-02-05T08:32:08.026-08:00O AdroO P.e Pedro Rodrigues executou no adro grandes obras na década de 30 do séc. XX. Foi então que se construiu o paredão de suporte, a nascente, e o pequeno escadório. Na mesma altura deve ter sido construída a Casinha das Esmolas ou da Cera. Há umas duas dezenas de anos o piso do adro foi também beneficiado.<br />Quase em frente ao escadório, ainda no adro, ergue-se uma oliveira. Aquando do aterro, o seu tronco terá ficado submerso até à ramagem, mas revigorou-se e lá continua como se nada de tão estranho se tivesse passado.<br />Nos seus <em>Apontamentos para a história de Santa Maria de Quintiães – Barcelos</em> (Póvoa de Varzim, 2005, p. 529), escreve Manuel Baptista de Sousa estas palavras, que podiam ser ditas para Monte de Fralães: <img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; DISPLAY: block; HEIGHT: 238px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5398745113554307298" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj_0N_U35-i6JRG3I0JXFwr9pKkRJcB0NU8zmhkTlOd8ukfF-maOuNs36cU7xxYdjcu3eI3efmT9EOw76Oc4MeHwH4An8xpRCUNB_VWS3SokqvLo6auQfFvx3-ulCLUvhts_DrzyhTSO6I/s400/DSCF0051+b.JPG" /><br /><em>Dentro do recinto do adro havia uma mesa de pedra popularmente conhecida por Pedra do Acordo ou Pedra da Paciência ou Pedra do Adro, onde se reunia, no fim da missa conventual, a Confraria do Subsino, composta pelo Juiz da terra e os homens da Fala – falou, está falado – os Homens do Acordo, eleitos todos os anos. O povo tomava conhecimento da forma de dar cumprimento às ordens do Visitador ou de as impugnar, bem como das decisões régias. Por vezes tornavam-se conflituosas essas sessões públicas sendo obrigados os Eleitos a refugiarem-se na Igreja para escapar à ira popular. Até ao sol-posto, hora imperativa da paz!</em><br /><br />Nos registos paroquiais de Monte de Fralães há alguma memória da Confraria do Subsino. O seguinte termo de eleição de 1616 deve ter a ver com o juiz respectivo:<br /><br /><em>Foi eleito em cabido geral que se fez na forma acostumada, a última oitava do Natal, para servir o ano que vem, a Bento Gonçalves, da Porta, ao qual, tomadas as contas ao mordomo velho, foram entregues os setecentos e setenta em dinheiro, com a taleiga e o meio pau de cera. E assinou comigo, Tomé da Guarda, abade.<br />Tomé da Guarda.<br />E declaro que nesta quantia acima vão as moedas que andavam no tesouro, que se desfizeram.<br />B.to + Gz<br /></em><br />A Pedra do Acordo data de 1673. A cavidade daquele assentos de pedra em redor indica acaso que eles eram a base das cruzes dum pequeno calvário.<br /><br /><br /><strong><span style="font-size:130%;">Terreiro</span></strong><br /><br />Descendo do adro ao terreiro, entra-se numa área largamente arborizada onde se destacam os dois coretos e algumas mesas de pedra com os respectivos bancos. Um pequeno muro de suporte divide uma zona mais alta, a poente, duma outra, a nascente, por sua vez suportada também por um paredão erguido a partir do passal. Era aqui, uns metros em frente ao escadório, que noutros tempos se levantava a «igreja velha», a matriz trazida do cimo do monte em 1564. Uma antiga oliveira ainda guarda dela alguma memória.<br /><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 300px; DISPLAY: block; HEIGHT: 400px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5398745565517929570" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhkHmX1fYTUJlkboGmReoiKE9-z68ZKdE6-m1R9B9f4xWuDpDDux2C1ypjHSPmxVJxViU-6KL8fFI7az52rhw4mI7c03LXRX1sp8uhkz_wlqXmv2bjtOZ_LPzeApy7jECAKaZE-utUxpS4/s400/DSCF0050.JPG" />Ao lado esquerdo do escadório que dá para o cemitério, ficava a residência paroquial; o lugar é agora ocupado por um salão recentemente construído a partir das ruínas da residência demolida. Mais para norte, encostado ao monte, está o Fontanário da Senhora, construído por Aires do Rio sem dúvida na segunda década de 1900.<br /><span style="color:#ffffff;">...</span><br /><strong><span style="font-size:85%;">Imagens: Pedra do Acordo e oliveira secular, no terreiro.</span></strong>José Ferreirahttp://www.blogger.com/profile/12998775423781902109noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6781354469143898089.post-14255515746930862862009-10-31T04:41:00.003-07:002010-02-05T08:36:36.034-08:00Alguns lugares de Monte de Fralães<span style="FONT-FAMILY: 'Georgia','serif'; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-bidi-: PTfont-family:'Times New Roman';" >Numa freguesia há lugares que desaparecem e outros que se criam, pois a vida não pára. Os topónimos que as Inquirições de 1258 assinalam estão hoje todos esquecidos. Esquecido está também o lugar do Paço, que ficava logo no início do monte para quem ia do terreiro.<br />Lugares que noutro tempo tiveram a sua importância hoje não a têm, como é a Porta, o Rio, a Granja ou mesmo Urjães. Em compensação o recente lugar das Almas e o da Agra, ermos até há décadas, são agora dos mais povoados. A Granja e o Monte ganharam também importância em anos recentes.<br /></span><span style="FONT-FAMILY: 'Georgia','serif'; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-bidi-: PTfont-family:'Times New Roman';" ><p><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; DISPLAY: block; HEIGHT: 178px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5398765623431201490" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjwsZk0z2sQHDaIvIbqM8Pbj6576Oana24j4QqICoBbaZAezx_GI6j9o8cSAci60YDIx2aoBb6XyoG_bnHzxlDdfVaOZa_jtxPsR8hzj7CPNgDSKQMIcdlolafNkV3K7cqK5F8VbHaOB1U/s400/q+porta.jpg" /> <strong><span style="color:#ffffff;">.</span></strong></p><p><strong>A escola</strong><br /><br />Durante muitos anos, a escola do primeiro ciclo do ensino básico, então escola primária, sem edifício próprio, ocupava a sala da residência paroquial. Cerca de 1960, um emigrante do Brasil, da Casa dos Silveiras, ofereceu uma escola à freguesia. Possuía uma só sala, que não havia necessidade de mais, mas tinha os requisitos então considerados indispensáveis. De notar que, ao longo do período salazarista, se foi reunindo aí uma biblioteca não desprezável.</p><p><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; DISPLAY: block; HEIGHT: 284px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5398765818748037714" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiVomXd4a35O5q7ZeFiQHQOnBUgUojL4gNhu3iX6l4CfnW5IIEUhAusN0T73Fb60F3GwhWDpqlQGDedApLXCMBZQcH9tMtH5AM4_LXr3_UhKen6iXI0Nqn_iNamLseXqS0kzUGgU5kHlyE/s400/escolab.JPG" /><strong><span style="color:#ffffff;">.</span></strong></p><p><strong>As Alminhas</strong><br /><br />Em Monte de Fralães há um único nicho de Alminhas. Data de 1725 e está longe de ser banal; tem alguns traços de classicismo, mas foi talvez de realização local. O painel era em madeira até há uns 30 anos; então foi substituído pelo actual, de azulejo. Tem sido um nicho muito procurado e também sempre bem zelado.<br />Não há nenhuma notícia sobre quem promoveu a sua construção.<br />Muito importante é reter que ele ficava à margem da estrada que vinha de Vila Nova de Famalicão e do Porto e que então Vila Nova de Famalicão se integrava no gigantesco concelho de Barcelos.<br /><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 219px; DISPLAY: block; HEIGHT: 400px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5398766175417429442" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj1FwOkgFhAaPmqybLz41rDP2EIJLguiRUf-wBNHCndLgsRKeeqLt18j8O6R4GH18eeEaHmTrk7qgZOmXAYkguQzQCMrzqCb8KfuP0cQe_XQWTApFINJWzkmr8k8JmrnAC6oHHURFJM2sc/s400/DSCF8518.JPG" />Consta que estes nichos se levantavam em locais onde tinham ocorrido mortes violentas. O lugar era então despovoado e por isso eventualmente propício a assaltos.<br /><br /><strong>O mundo rural em mudança<br /></strong><br />Nos últimos 40 anos, Monte de Fralães, como todo o País rural, sofreu uma grande mudança. Chegou ao fim o tempo multimilenar da roca e do fuso (1), o que ainda restava dos foros; os animais de tracção foram substituídos pelo tractor, os antiquíssimos arados foram também postos de parte, o jugo artístico da tradição perdeu o seu lugar; o engenho ou nora cedeu perante o motor de rega, primeiro, e depois também ele substituído pela rega de aspersão; os homens, que até aí tinham a sua bicicleta, adquiriram motorizada e recentemente automóvel; meteu-se a energia eléctrica em casa, veio o rádio e a seguir a televisão, a habitação modernizou-se em comodidade, a roupa de vestir actualizou-se e ganhou variedade, a dependência da agricultura acabou perante uma oferta de emprego mais variada e recompensadora, instalaram-se pequenas unidades industriais, a prática religiosa esmoreceu. Os encontros entre as pessoas, que noutros tempos dependiam da vivência religiosa ou de rudimentar vida social, ocorrem agora no moderno café.<br />Nesta profunda mudança pesaram diversos factores, como a emigração para a França e Alemanha e a progressiva industrialização do País.<br />Nesta verdadeira embora lenta revolução, muitos valores se perderam e ninguém cuidou de guardar deles memória. Por exemplo, a habitação tradicional, que na freguesia em muitos casos vinha do séc. XVIII, desfigurou-se irremediavelmente, a ponto de se não justificar colocar aqui a imagem de nenhuma casa. O carro de bois destruiu-se, os jugos venderam-se ou apodreceram.<br />Nos anos 60, criou-se na freguesia uma fábrica, a Sibol, que manteve activa durante umas quatro décadas, chegando a empregar largas dezenas de trabalhadores, quer de Monte de Fralães quer das freguesias vizinhas.<br /><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; DISPLAY: block; HEIGHT: 242px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5398766412694006818" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh4RGtqMcX-VqzPDjDqNVQ7nr7porDxTLNInFxLjRTiYuvOdS2Q5JoigFMfnm7AC-7u8oPogXo1979uAvEEWHgYgunUWeA7KtO2rMbv-XUWdd_kS5cC9rwKniksWZR7xINbv7vIPx6bCvQ/s400/framoderno2.jpg" />Desde há cerca de 30 anos, o Posto da Galp, com o seu café e oficina auto, têm trazido à freguesia muita gente. O conjunto, que pertenceu originalmente a um brasileiro abastado, o «Ferreira de Chavão», foi planeado com largueza e gosto muito apreciados.<br /></span><span style="FONT-FAMILY: 'Georgia','serif'; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-bidi-: PTfont-family:'Times New Roman';" ></p><p><span style="font-size:85%;">(1) Veja-se como terminou numa casa o uso da roca segundo contou na Escola C+S de Viatodos um aluno:<br /><br /></span></span></p><i><span style="FONT-FAMILY: 'Georgia','serif'; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-bidi-: PTfont-family:'Times New Roman';font-size:85%;" >Quando minha avó se casou, foi viver apara uma casa onde viviam com dificuldades. </span></i><i><span style="FONT-FAMILY: 'Georgia','serif'; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-bidi-: PTfont-family:'Times New Roman';" ><br /></span></i><i><span style="FONT-FAMILY: 'Georgia','serif'; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-bidi-: PTfont-family:'Times New Roman';font-size:85%;" >À noite, no fim do trabalho, vinham comer a sopa e depois de arrumar a cozinha, a minha avó gostava de fiar linho para ganhar um bocadinho de dinheiro. </span></i><i><span style="FONT-FAMILY: 'Georgia','serif'; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-bidi-: PTfont-family:'Times New Roman';" ><br /></span></i><i><span style="FONT-FAMILY: 'Georgia','serif'; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-bidi-: PTfont-family:'Times New Roman';font-size:85%;" >Mas o meu avô não gostava que ela ficasse até tarde a fiar. </span></i><i><span style="FONT-FAMILY: 'Georgia','serif'; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-bidi-: PTfont-family:'Times New Roman';" ><br /></span></i><i><span style="FONT-FAMILY: 'Georgia','serif'; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-bidi-: PTfont-family:'Times New Roman';font-size:85%;" >Um dia, em que ela nunca mais se ia deitar, ele, admirado, levantou-se e veio muito caladinho espreitar. Ela tinha-lhe vindo o sono, estava a dormir em frente à lareira com a sua rouca de linho. Ele chegou fogo à roca. Achava graça. Ela estava dormir. </span></i><i><span style="FONT-FAMILY: 'Georgia','serif'; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-bidi-: PTfont-family:'Times New Roman';" ><br /></span></i><i><span style="FONT-FAMILY: 'Georgia','serif'; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-bidi-: PTfont-family:'Times New Roman';font-size:85%;" >Quando acordou, a roca e o linho estavam a arder e ela gritou para o marido: “Ai, lá se vai a minha roca e o meu linho!” E chorava muito. </span></i><i><span style="FONT-FAMILY: 'Georgia','serif'; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-bidi-: PTfont-family:'Times New Roman';" ><br /></span></i><i><span style="FONT-FAMILY: 'Georgia','serif'; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-bidi-: PTfont-family:'Times New Roman';font-size:85%;" >Mas o meu avô dizia-lhe: “Acabou o teu trabalhinho!” </span></i><i><span style="FONT-FAMILY: 'Georgia','serif'; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-bidi-: PTfont-family:'Times New Roman';" ><br /></span><span style="FONT-FAMILY: 'Georgia','serif'; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-bidi-: PTfont-family:'Times New Roman';font-size:85%;" >Mas ela continuou a fiar e agora tem muitos lençóis de linho para dar aos netos.</span></i><span style="FONT-FAMILY: 'Georgia','serif'; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-bidi-: PTfont-family:'Times New Roman';" ><?xml:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" /><o:p></o:p></span><span style="font-size:85%;"> </span><p><span style="font-size:85%;">Helena Costa Araújo e Stephen R. Stoer, et alii, <em>Genealogias <span style="FONT-FAMILY: 'Georgia','serif'; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-bidi-: PTfont-family:'Times New Roman';" >nas Escolas: a Capacidade de nos Surpreender</span></em><span style="FONT-FAMILY: 'Georgia','serif'; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-bidi-: PTfont-family:'Times New Roman';" >, Col. Ser Professor, Ed. Afrontamento, p. 62-63.</span></span></p><p><span style="font-size:85%;"><strong>Imagens: Quinta da Porta, antiga Escola Primária, Alminhas, exemplo de renovação do parque habitacional e comercial.</strong></span></p>José Ferreirahttp://www.blogger.com/profile/12998775423781902109noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6781354469143898089.post-3579663914971078132009-10-31T04:41:00.001-07:002009-11-04T09:29:38.444-08:00Casas com históriaO edifício actual do Solar de Fralães não é a casa original dos Correias. Essa ficou sem dúvida mais acima, mas quase no fundo da encosta do monte, onde houve o lugar do Paço, muito próximo da Chã, que aliás era reguenga.<br /><br /><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5398790041088855634" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 282px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhucLDddqYj-SuLhecA1CKIdp3YqqrZnbdoByz3CV_ILlDI_Y2xNblok2fQHM8XnkhEKU5fbKGcsybFHSZXslgrvY2Pdfc41herTgujILHUdVzgiYya7fiaLQiOIZz4Yham1bW6UXvl63s/s400/solar2.jpg" border="0" />Este edifício parece ter passado por um período de compeensível e acentuada ruína no séc. XIX. Ao menos é o que se deduz de certo soneto de Barbosa Campos e do que escreveu Teotónio da Fonseca.<br />Terá sido a Marquesa de Monfalim e seu marido quem procedeu à sua recuperação. Ao contrário do que escreveu o autor de <em>Barcelos Aquém Alem-Cávado</em>, a reconstrução romântica do solar aproveitou muito do que já havia. Sabemos isso pela descrição da <em>Corografia Portuguesa</em> e por documentos como as <em>Memórias Paroquiais</em> e mesmo o <em>Livro dos Acórdãos</em>. A torre é sem dúvida quatrocentista e igualmente o devem ser várias portas do rés-do-chão.<br /><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5398790578872950146" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 283px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgo6ym6b_np_bN9PjWCgXnKPKa95zo8qRgieYuDfe5ireUHjW_a7FSWfmLsWh1oZ-VsSrTzstdDqX-_fuewIO_OLJpYje0m3ncm_hWx8y4MwFutPUrq54sTPNWWQNxJvvNyq7UbON09YTk/s400/fradil1.jpg" border="0" />No século XVIII, já tinha havido obras: foi feita a sala de audiências e a cadeia. À sala de audiências chamou-se também tribunal.<img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5398819514209810226" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 266px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjyYAXGmKIoG1AJJ6YufyJAePnuvA260DDiKWUD_zjCen0obWQjYr1nBwuaq3XVR6olwUPsouBKfXrP0cheTXMb19JBui4-w7I3D0R0wTkQTqKmCrOuDfoDEGmWpG9ti2FW4BC_c9a5COo/s400/marq1.jpg" border="0" /> Da <em>Casa da Porta</em> chegaram até nós bastantes notícias. Era a segunda da freguesia, logo a seguir ao Solar dos Correias ou de Fralães. Em tempos recentes, tinha edifício próprio para três caseiros e ainda para o feitor. Ao tempo das Lutas Liberais já homens desta casa residiam na Rua das Flores, do Porto, então a rua chique da cidade. Nasceu nela o pianista e compositor Luís Costa.<br />Como uma senhora da Porta casou com um filho do médico Henrique Gomes de Araújo, senhoras da casa ajudaram aquele médico a verificar o jejum da Beata Alexandrina.<br />A Quinta da Porta possui um conjunto muito significativo de documentos antigos, que não estão estudados. <img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5398795520097771218" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 166px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhqmrkD0FKbhYKEALgMuOQXut_1blvuSbsP5rMxHtECc40UP9_zL2cFgwtxZgcjCQ-68eAJSib2PQC4VpL1Tst2ahVLgqz6n6YXU2nXq-7qH5shqVl6zUs-eFxksY2J2M4M5ff9M5wpx6k/s400/lint+3.JPG" border="0" /> Segundo Teotónio da Fonseca, a quinta desmembrou-se da Casa de Fralães já no século XVI.<br />Pelo meio do séc. XX, um filho dum caseiro da Porta entrou na ordem franciscana. Era o Pe. Manuel.<br /><br />A <em>Casa do Rio</em> era uma casa de certa dimensão e com terrenos férteis. No século XVIII, há notícia dum Fr. Manuel aí nascido. No princípio do séc. XX, casou para lá Aires Campos, depois conhecido por Aires do Rio. Veja-se noutro lugar o que sobre ele se escreve.<br /><br />Na primeira metade do séc. XX, houve duradoura rivalidade entre a Casa do Rio e a Casa <em>da Granja</em>. Esta casa também terá sido abastada. O edifício foi recentemente reconstruído e largamente ampliado. <img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5398791134791868178" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 303px; CURSOR: hand; HEIGHT: 400px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgVNlYKCUgvBUIvYSLOTo6rgnkdBEnAYdfk8y8zQAY2ac5Lqfcg67YoeXOGiSbwm_CJ74Dq1QiF1oAWBTKPcTtetI797Q3yMrqgIfhl0WQcCnAZsnqxNekEPiWQAbZbdxdc44DC4ho8tqI/s400/silveiras.jpg" border="0" />Houve um juiz do Couto de Fralães que era da <em>Casa dos Silveiras</em>; outro foi do lugar do Paço. Certamente houve juízes de outras casas, mas muitas vezes não é possível relacionar os seus nomes com elas. De resto sabe-se que os cargos municipais eram evitados pelas pessoas abastadas.<br /><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5398793140799598978" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 115px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiU8Cq2559j6pkAkVF__fu-A9kM-W9UZEks4DcwFPc69Ydb46NLovMshoJ9tbbYT-4MXZIUgCRL3ePd7gE9b8r_HWZY5cDCvIlcrl3kbeqlv9671sc29zfTmXSUsYsc8Hd74R8P_RgYY38/s400/lint+1.JPG" border="0" />No cimo do monte d’Assaia, foi construída uma capela em honra de Nossa Senhora do Livramento aí por 1720; demoliram-na no séc. XX<br /><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5398793301247757298" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 131px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhcVlG2moYPdWxxbyJPU6vnDnXHRK6BpnBgFmAZ_w7TIjbNgExNtgN0UwmYaT7wcKE3tVAEEhKKAoZ3EfljYbrkrkDBwrYQlN2FM1FE_K-dOmmC4Zpv0devRZleEo0cif7hEuI7VEgfvSM/s400/arroba.jpg" border="0" />No mesmo monte, houve vários moinhos de vento; ainda lá estão as construções redondas de pedra onde ficavam as mós e sobre que se enfunavam as velas. No lugar do Paço, houve um moinho a água.<br /><br /><strong><span style="font-size:85%;">Imagens: Solar de Fralães, porta antiga do mesmo solar, recibo duma renda à Marquesa de Monfalim, a última dona nobre do Solar de Fralães, lintel da antiga Casa da Porta, portal destruído da Casa dos Silveiras, lintel duma casa de Urjães (tem umas figuras em relevo), lintel de outra casa de Urjães.</span></strong>José Ferreirahttp://www.blogger.com/profile/12998775423781902109noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6781354469143898089.post-36794613158160477832009-10-31T04:40:00.010-07:002009-10-31T11:19:01.900-07:00O brasão e a bandeira<div align="justify">Em tempos recentes foi superiormente determinada a criação dos brasões das freguesias. Veja-se a descrição do de Monte de Fralães:<br />Brasão: escudo de prata, um monte de verde movente da ponta e rematado por torre quadrangular de negro, frestada, aberta e lavrada de ouro, entre um galo de vermelho, volvido e um crescente de azul. Coroa mural de prata de três torres. Listel branco, com a legenda a negro: "MONTE DE FRALÃES".<br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUgAm7oDun_8_Fzh80vSxT8n0d3GSaOOMUvfeKXBxRRn8yi1cCpVlYm1NemEFi7DAkR9gOu8kgDhgOCErILelZyFoZHH1VD0LqV0XgEPGwlE5jhsCfC7HLakYjNj2NY4-QIuISDrmZg-A/s1600-h/bandeira.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5398821409851310978" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 264px; CURSOR: hand; HEIGHT: 400px" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUgAm7oDun_8_Fzh80vSxT8n0d3GSaOOMUvfeKXBxRRn8yi1cCpVlYm1NemEFi7DAkR9gOu8kgDhgOCErILelZyFoZHH1VD0LqV0XgEPGwlE5jhsCfC7HLakYjNj2NY4-QIuISDrmZg-A/s400/bandeira.jpg" border="0" /></a>Bandeira: Azul. Cordão e borlas de prata e azul. Haste e lança de ouro.<br /><br /><strong>Memória Descritiva dos Símbolos Heráldicos</strong><br /><br />O galo e o crescente, tendo por base o "Livro heráldico", referem-se essencialmente à questão histórica. Atributos equivalentes à bravura, vigilância e vitória sobre os Mouros.</div><div align="justify">De facto, a fundação desta freguesia é inquestionavelmente remota: são muitas as páginas interessantes que relatam a história desta pequena localidade ligada à antiquíssima "Honra de Fralães", pertença da família dos Correias, cujo primeiro senhor conhecido foi D. Paio Ramires, um Rico-Homem em Portugal, no tempo de D. Afonso VI, rei de Leão; teve como sucessor D. Soeiro Pais Correia. Conta-se que tendo este sido sitiado pelos mouros em Montemor-o-Velho e caindo em carência absoluta de subsistência, D. Soeiro Pais Correia se sustentou, durante algum tempo, das correias da sua armadura e dos arreios do seu cavalo. De facto, é bem mais provável que o apelido Correia derivasse dum cargo militar do tempo da reconquista.<br />A torre lembra o antigo Solar dos Correias. Durante os séculos XVI e XVII, a Casa de Fralães esteve ligada às relações portuguesas com o Oriente.<br /></div><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5398821952817523298" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 192px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhN_i2wgQAcaFlF0xCCtJo0CVKigrRdWB2hRpholMjNpHdjM29sDWkEPb-f2rgRgFhXDrbwJJ1cEnKAD5qWRAZfEAUZRvucTBed4fzLjmJmFozAuKmpZaAWLGthPsEno87S-UealdYECdk/s400/mont+mor+velho.JPG" border="0" />O genealogista quinhentista D. João Ribeiro Gaio evoca-a nos seguintes versos:<br /><br />Fralães é o solar<br />Que aos Correias deu o ser,<br />E Dom Paio veio a ter<br />O qual fez o sol parar<br />Para os mouros vencer.<br /><br />Na casa da Quinta de Fralães tiveram assento os Paços do antigo Concelho da Honra e Couto de Fralães.<br />O monte é facilmente identificado se tivermos em conta o próprio nome tradicional da freguesia: S. Pedro do Monte de Fralães.<br /><br /><strong><span style="font-size:130%;">Delimitação da freguesia</span></strong><br /><br />Pelos anos 20 ou 30 do século passado, Aires do Rio redigiu um apontamento onde abordou a questão das delimitações de Monte de Fralães. Começou por declarar:<br /><br /><em>É também pouco populosa, pois tem apenas 33 fogos, mas em área de terreno é larga como qualquer outra mais populosa.</em><br /><br />Depois continuou:<br /><br /><em>Haverá uns quarenta anos mais ou menos que ao organizar-se a matriz predial do concelho os louvados que procederam à avaliação das propriedades da freguesia reduziram-na muito em benefício da de Viatodos, como que esta freguesia não fosse já bastante grande para caberem nela certos homens que têm por tema serem grandes à costa dos outros. (…)<br />Os proprietários desta freguesia desta época não protestaram com isso como lhe competia, (…)<br />É porém necessário fazer luz sobre este caso, para esclarecimento da posteridade – se quiserem, protestar contra esta monstruosidade.<br />Para dar o verdadeiro conhecimento, vou dar a directriz do marcos da freguesia, para a todo o tempo poderem reaver as terras que lhe foram usurpadas, a fim de o fazerem sem dificuldades.<br />Principiamos pelo marco que está no monte da Saia, próximo ao caminho, lado direito, que segue para Lagarém. Deste marco a delimitação da freguesia segue em linha recta a outro que existe no lugar do Pinsal, no alto do referido monte, e daí segue em linha recta através do Campo do Ouro – Alto do Livramento – pela encosta de Chavão, onde tem uma cruz em cima dum penedo. Daqui segue na costa de Grimancelos até aos moinhos de vento, que pertencem a Fralães. Daqui segue algum tempo entre Grimancelos e Viatodos até ao lugar da Varziela, onde existe um marco em cima da parede do prédio do Domingos da Silva Carvalho, o Leitão, com frente para o caminho que vem do lugar da Ponte para o Xisto.<br /></em><em><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5398822319689107666" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand; HEIGHT: 227px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhFqSiq7TmFTClPoIlzhbnYQ94XHDXkG-qqBBzg4d07X8yl5FtAGzMM-yEOJZ_BOoM8FoAWEcVupJK0pqDw_osVyxeD11osV7KfgjB0Yvme87-_umLAIHBVgRSsBcPhrfMgmYW3F43MCEI/s320/b-v.jpg" border="0" /></em> <p align="justify"><br /><strong>Título do limite de Viatodos com S. Pedro do Monte</strong><br />(Tombo de Viatodos de 1548)<br /><br /><em>Item, o limite e demarcação desta igreja de Viatodos começa a departir com S. Pedro do Monte no Regadio, abaixo da Bouça Nova, no Termindal onde acaba com S. Salvador de Silveiros e dali pela água da fonte da Barroca, que está na bouça nova de Fralães a Barroca que está da banda do poente e da dita Barroca e fonte direito à pedra da Verpilheira e da dita pedra ao marco que está na bouça da Cruz, que agora é do casal do Rio, e do dito marco direito ao marco que está no campo da Porta, que se agora pôs à riba da macieira e do dito marco direito ao penedo que está na Barroca, onde ora puseram uma cruz, e dali pelo moinho da Varziela, e do dito moinho ao marco que está no campo da Varziela e do dito marco sobe ao monte, águas vertentes para Viatodos, até ao cume da serra, onde chamam o monte da Saia, e dali a Carritel; e aqui acaba o dito limite e demarcação entre as ditas igrejas de S. Pedro do Monte com a dita igreja de Viatodos e deixa S. Pedro e começa com S. Mateus.<br />A qual demarcação e limite disseram e demarcaram e mostraram João Martins e João Gonçalves, de Viatodos, e Gonçalo Afonso, da Porta, e Rodrigo Afonso, da Porta, e Martinho, do Rio, e Duarte Luís, de Meleio, e Pêro Afonso da Costa, fregueses da igreja de S. Pedro, todos lavradores antigos e de boas consciências, pelo juramento dos Santos Evangelhos que lhe por mim notário foi dado e notificada a carta atrás do senhor provisor, tudo em pessoa do senhor Simão Barbosa, abade da dita igreja de S. Pedro, e do dito procurador do dito abade de Viatodos.<br />Testemunhas que andavam presentes: o senhor Garcia da Cunha, fidalgo da casa de El-Rei nosso senhor, e Simão de Faria, notário apostólico, e outros, e eu, Diogo Veloso, notário apostólico que isto escrevi e presente fui.<br />Hoje, vinte e um dias de Março de mil quinhentos e quarenta e oito anos.</em><br /><br /><strong><span style="font-size:85%;">Imagens: Bandeira da freguesia, Castelo de Montemor-o-Velho, placa a dar as boas-vindas pela entrada na fregusia.</span></strong> </p>José Ferreirahttp://www.blogger.com/profile/12998775423781902109noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6781354469143898089.post-11521483968638131702009-10-31T04:40:00.009-07:002009-10-31T15:42:19.564-07:00TARDE DE AGOSTO<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiF8wc1wC3683zNd8bSqZW7MehuQcJ0v16hWM648HORCm0vodIglrXy0qAmcsKkre0lqSRBVPGukJvuC4ZAzOM_nti3DzDvCqgw5XAFwRfj06IHc72XBUeZrN9ikmtYOLfBofHBfhT_sjA/s1600-h/m+lima.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5398824544162724754" style="FLOAT: right; MARGIN: 0px 0px 10px 10px; WIDTH: 207px; CURSOR: hand; HEIGHT: 291px" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiF8wc1wC3683zNd8bSqZW7MehuQcJ0v16hWM648HORCm0vodIglrXy0qAmcsKkre0lqSRBVPGukJvuC4ZAzOM_nti3DzDvCqgw5XAFwRfj06IHc72XBUeZrN9ikmtYOLfBofHBfhT_sjA/s320/m+lima.jpg" border="0" /></a>Domingo. O sol molesta,<br />Incendeia o horizonte.<br />Tocam sinos à festa<br />Em S. Pedro do Monte.<br /><br />Num ramo de giesta<br />Canta um melro defronte.<br />É poeta: manifesta<br />O estro de Anacreonte.<br /><br />Nos fios telefónicos<br />Andorinhas baloiçam...<br />Outras cruzam pelo ar.<br /><br />E risonhos, harmónicos,<br />Os sinos de há pouco – oiçam! –<br />Repicam sem cessar.<br /><br />Viatodos, 1944<br /><br /><em>Matias Lima</em><br /><br /><span style="font-size:85%;">Neste sonetilho, a Monte de Fralães ainda se lhe chama o seu antigo e popular nome de S. Pedro do Monte.<br />Anacreonte foi um poeta grego do séc. V a.C.</span>José Ferreirahttp://www.blogger.com/profile/12998775423781902109noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6781354469143898089.post-61490015472395572312009-10-31T04:40:00.007-07:002009-10-31T12:30:15.008-07:00Homens ilustres<div>Houve com certeza em Monte de Fralães muitos homens de que aqui se devia guardar memória. Dos quatro de que vou falar agora, resta uma base documental. E sem ela nada se pode fazer.<br />Deles, só um foi fralanense – Luís Costa – e esse fez a sua vida por distantes paragens. Mas guardou sempre recordação da terra natal.<br />O P.e Jácome Dias merece indubitavelmente a nossa atenção, pois dedicou-se de alma e coração à sua paróquia e deixou memoráveis realizações.<br />Aires do Rio distinguiu-se pelo seu bairrismo, escreveu e publicou ao menos um dos seus escritos.<br />Manuel de Figueiredo foi também uma referência para a freguesia durante muitos anos. A biblioteca que reuniu na torre de Fralães mostra que não foi de ocasião a sua ligação a esta casa.<br /><br /><strong><span style="font-size:130%;color:#996633;">Jácome Dias, pároco quinhentista</span></strong><br /><br />Em 1561, chegou a Monte de Fralães um pároco novo. E quanta necessidade dele havia! Ao longo de 50 anos, a freguesia tinha vivido numa situação irregular de esbulho. Mas agora, por iniciativa de Belchior Correia de Lacerda, o senhor da Honra de Fralães, vinha paroquiá-la um homem que certamente já dera provas da sua capacidade para pôr aqui as coisas em ordem.<br />A igreja, antiquíssima, continuava ainda no cimo do monte, entre as ruínas da velha «cidade de Lenteiro», como lhe chamavam as Inquirições de 1258. Ruína entre ruínas, mais «parescia casa de gado», no dizer do novo pároco.<br /><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5398828741229931522" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 144px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhyW6qS7OXb59_-zTOCHilcQXm-TK-M73agcsCO_MNmofZTbSrQ5aHO4JGwg6CEeIKDk0dhnhjPzTgarY7LEmjGJym2lsJhdynnZqH28O9d8P0WEqwsy4-hZW0Yiw964tl0Ac6wYr1MgmY/s400/j+dias.JPG" border="0" />Jácome Dias, assim se chamava ele, integrado na nova dinâmica que animava a Igreja, pôs mãos à obra para corrigir o mal feito. Mudou a igreja «à povoação», isto é, trouxe-a para o actual terreiro, dotou-a das alfaias indispensáveis, pôs-lhe um retábulo em três painéis – maneiristas, decerto, que era o que se usava –, iniciou os registos paroquiais num livro com um rosto artisticamente trabalhado e colorido e a que deu o título de Memorial dos baptizados, mortos, e casados de sam Pº do monte ab anno 1561 que foi posto pelo abade Jácome Dias... Homem empreendedor, generoso e dedicado e com certeza culto, empenhado em deixar uma marca para a história, fez por isso preceder os registos de um memorando, uma «lembrança» ou «memória» para os «que vierem depois», como escreveu.<br />De justiça é pois que o recordemos. Aliás, não somos o primeiro a fazê-lo; dizem-nos que já alguém o fez na revista Armas e Troféus, nº 3, de 1977.<br /><br /><strong>Os senhores de Fralães</strong><br /><br />Faz sentido dedicar aqui algumas palavras aos homens que senhorearam Fralães ao longo do século XVI. O próprio P.e Jácome Dias refere vários deles, foi um que o apresentou «nesta sua igreja», culpa um outro da situação confrangedora a que ela chegara, etc.<br />Um «senhor» de Fralães que sai muito maltratado, supomos que com justiça, dum escrito do P.e Jácome Dias é Garcia da Cunha. Eis o que dele se sabe:<br />Há-de ter nascido na última década do século anterior. Era filho de Gonçalo Correia<a title="" style="mso-footnote-id: ftn1" href="http://www.blogger.com/post-edit.g?blogID=6781354469143898089&postID=6149001547239557231#_ftn1" name="_ftnref1">[1]</a> e Margarida do Prado, e na família havia seis irmãos: Diogo Correia Francisco da Cunha, o próprio Garcia da Cunha, D. Maria da Cunha («mulher de Febos Moniz Repostº-mor delRei D. Manoel»), D. Isabel da Cunha e D. Leonor Correia («mulher de Martim de Tavora Mestre-sala da Rª Catholica D. Isabel»).<br />Vê-se que se tratou de gente paçã.<br />Garcia da Cunha, que não casou, foi à Índia com o irmão Francisco da Cunha, em companhia do parente Tristão da Cunha – certamente em 1506 (terá também seguido com o mesmo Tristão da Cunha, em 1514, na célebre embaixada ao Papa?). Foi apesar de tudo pai de «D. Elena da Cunha q casou com Paulo da Fonseca em Braga fazendolhe seu pae hu vinculo em Villameam junto a quinta de Farlães».<br />Segundo Teotónio da Fonseca, este vínculo estabeleceu-se em . Parece deduzir-se contudo da informação do P.e Jácome Dias que a essa data Garcia da Cunha já tivesse morrido.<br />Uma dúzia de anos antes, aquando da realização do tombo de Viatodos, Garcia da Cunha é mencionado, como se viu acima.<br />Diogo Correia, o seu irmão mais velho, foi quem sucedeu em Fralães. Casou com D. Isabel Pereira, filha de Álvaro Pinheiro Lobo, o velho, alcaide-mor de Barcelos, e de sua primeira mulher D. Joana de Lacerda (importantes estas mulheres, pois, mais adiante, os senhores de Fralães adoptarão o apelido de Lacerda – que delas lhes veio.)<br />O casal teve onze filhos: Francisco Correia (que «morreo moço»), Belchior Correia de Lacerda, António Pereira Correia, Paulo da Cunha, Gonçalo Correia da Cunha, Nicolau da Cunha (que «morreo minino»), Nuno Álvares Pereira, Álvaro da Cunha (que se fez frade crúzio), D. Maria (freira em Vila do Conde), D. Elena (freira em Estremoz), D. Margarida Cunha («Dama da Infante D. Isabel e m.er de D. Fernando de Nr.ª»).<br />A morte prematura de Francisco Correia não evitou que Belchior Correia de Lacerda, filho segundo, fosse à Índia. Foram também à Índia António Pereria Correia e Gonçalo Correia da Cunha; Nuno Álvres Pereira, esse finou-se por lá (ou talvez não, segundo a nota da página anterior).<br />Belchior Correia de Lacerda, o homem que chamou o P.e Jácome Dias, «herdou a casa de seu pae, e foi s.r da quinta e honra de Farlães». Casou com D. Isabel de Pina, filha de Fernão de Pina e de sua mulher, Guiomar de Almeida. Como não teve geração, a casa passou ao irmão António Pereira Correia.<br />António Pereira Correia, que, em 1527 acompanhou à Índia o governador Nuno da Cunha, foi ainda comendador de S. Miguel de Borba de Godim, junto a Felgueiras, por morte de D. João III, no ano de 1547. Casou com D. Violante de Azevedo, filha de Cristóvão Azevedo Coutinho, escrivão da Lixa, a qual ele furtou e, depois de terem alguns filhos, casou com ela.<br />Não obstante este princípio nada edificante, ainda teve filhas freiras, uma em Guimarães, outra em Estremoz, como aliás o P.e Jácome Dias anotou. Também nos assentos da paróquia aparecem alguns dos filhos masculinos, que foram: Cristóvão Correia Pereira, Diogo Correia de Lacerda, Manuel de Lacerda Pereira, Nuno Álvares Pereira.<br />Estas informações da Pedatura Lusitana confirmam e ampliam as que iremos colher dos escritos do P.e Jácome Dias.<br /><br /><strong>A trasladação da igreja</strong><br /><br />Vejamos agora o seu memorando da trasladação da igreja e de como o pároco a dotou dos seus pertences:<br /><br /><em>Na era de mil quinhentos e sessenta e um, fui eu, Jácome Dias, vigário de S. Salvador de Arnoso, provido desta igreja de S. Pedro do Monte de Fralães, a apresentação de Belchior Correia de Lacerda, fidalgo e padroeiro in solidum de dita igreja, mas de pouco rendimento, porque, no primeiro ano arrendei os frutos dela a Gonçalo Álvaro, da Porta, da mesma freguesia, por doze mil réis, e por causa desta larguei a vigararia de S. Salvador de Arnoso e renunciei-a em Luís de Araújo, presbítero, morador em Braga.<br />Declaro, para lembrança dos que vierem depois, que um Garcia da Cunha, morador em Vila Meã, da freguesia de Silveiros, comeu os frutos dela cinquenta anos, em coroça, contratado com Simão Barbosa que fosse abade e ele comesse os frutos, e assim foi.<br /><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5398848087154413666" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 123px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhxk9IRFAqZVio8cV4w4vizPLG2zpUyCYkteTzgfMRR6__y_K76SEhEOtsFMRnDJEIgSjn4LGKJ70cSlfMiE_MdrHpU41ruLA5ynoHe0wueod7W2jDYKn70th3-wWkSVKDdWHDL_caoNV4/s400/ig+velha.jpg" border="0" />A qual igreja estava em cima no monte e não diziam missa senão de mês em mês. Assim se morreram estes dois e tal ficou que não tinha de seu mais que ermida no monte, que mais parecia casa de gado que igreja; tão desborratada a achei no espiritual e temporal que nem os fregueses eram curados como cumpria nem ela tinha coisa que pudesse servir. Por modo que, como esta não tinha serventia competente, nem os fregueses se enterravam nela, mas, como ovelhas sem pastor, se enterravam, em outras igrejas onde se antolhasse.<br />E logo, na sobredita era de sessenta e um, me foi mandado por visitações de Manuel Coelho, visitador, a mudasse à povoação, onde ora está. E mudei e fiz toda às minhas custas por os fregueses não serem mais que doze e pobres. Somente me deram seis mil réis para ajuda. E ela feita e acabada pelo ano de sessenta e cinco, por visitações, comecei a compor o retábulo que ora tem, de três painéis, scilicet, S. Pedro, S. Paulo, S. Miguel e outras pinturas no pé do retábulo de que tinha devoção. E custou-me o retábulo em branco dois cruzados, e os painéis trinta cruzados. E, para que haja memória, pus uma vestimenta de festas de damasco alaranjado com seus sabrastos de brocadilho verde. Item um cálice; pus também vaso e patena de prata, pé de latão dourado. Item pus mais um livro de missa bracarense. Um manual; uma toalha, duas francesas para os altares; pus uma pedra de ara; uma caixa pintada para os corporais; três mesas de corporais, um cendal vermelho, uma lanterna, uma caixa de couro para o cálice; um turíbulo, umas galhetas, umas vidraças na fresta. Comprei também umas âmbolas para os óleos, uma caldeira para a água benta; uma verga de ferro para a corrediça, a corrediça de linho, um frontal de gomedecil, uma caixa nova para os ornamentos; um confessionário me custou três cruzados, com dar a madeira; um escabelo ao pé do altar, uma vestimenta de chamalote nova, um catecismo, forro para o altar-mor, uma caixa de couro para as hóstias, um livro de duas mãos de papel branco para as visitações.<br />E, porque isto tudo passa na verdade, eu, Jácome Dias, abade desta pobre dita igreja de São Pedro do Monte, pus esta lembrança na qual declaro que não lhe achei coisa de assento, nem casa nem campo, somente o dízimo destes doze fregueses, e ainda eles pagam a Viatodos muita parte sem ter propriedade alguma que eu visse nem soubesse parte.<br />Assim eu levei muito trabalho, descanso para o que vier depois; mas confio que Aquele que assim o determinou me perdoará meus pecados e dará a cada um secundum opera sua.<br />Em Fralães, aos vinte de Janeiro de mil e quinhentos e sessenta e quatro.<br />Uma estante para o altar, pintada; uns tocheiros.<br />Jácome Dias, abade de S. Pedro do Monte. </em>Comecemos por notar que há erro numa das datas do autor. Ele conclui o seu apontamento em sessenta e quatro quando no corpo do texto refere já como passada a data de sessenta e cinco. Como é claro pelo registo de óbito de Belchior Correia de Lacerda, estes apontamentos foram lançados para o livro em data bastante posterior, embora existissem seguramente já em rascunho. Daí acaso qualquer erro de cópia.<br />Já vimos antes como em 1548, no Tombo de Viatodos, surgiam Garcia da Cunha e Simão Barbosa, os homens que aqui são responsabilizados pelo descalabro da paróquia. Belchior Correia de Lacerda não apareceu na altura. Não residiria ainda na sua honra.<br />Não será impossível que parte das despesas – até pelo seu volume e pelo reduzido espaço de tempo em que a obra terá sido feita – tenha sido custeada pelo senhor da Honra de Fralães, apesar do que o P.e Jácome afirma em contrário: «E mudei e fiz toda às minhas custas por os fregueses não serem mais que doze e pobres. Somente me deram seis mil réis para ajuda.»<br />Provavelmente, foi também Belchior Correia de Lacerda – que não tinha filhos – quem dotou a paróquia de passal e, quem sabe, de elementar residência. A igreja era «sua». O P.e Jácome Dias declara-o muito seu amigo, quando lhe escreve o registo de óbito.<br />O Tombo de Viatodos, que é um extenso documento, assinala propriedades da paróquia em várias outras freguesias, mas nenhuma em Monte de Fralães, como neste documento se afirma.<br />Cerca de setenta anos mais tarde, o pároco Pedro de Freitas lança no mesmo livro dos registos paroquiais uma relação dos bens da igreja que condiz muito de perto com a do P.e Jácome Dias.<br />A partir de meados do século XVIII, Monte de Fralães passou a servir-se sobretudo da capela de Nossa Senhora da Saúde, que tinha sido alargada duas vezes, que tinha rendimento próprio, que era certamente maior e mais ao gosto artístico do tempo. A igreja paroquial foi caindo em abandono. Quando o P.e João Rosa curou a freguesia, tratou de restaurá-la, notando certamente a sua valia histórica. Todavia, no dealbar da República acabou por ser demolida. Conservam-se dela algumas pedras que indubitavelmente atestam a sua antiguidade.<br /><br /><a title="" style="mso-footnote-id: ftn1" href="http://www.blogger.com/post-edit.g?blogID=6781354469143898089&postID=6149001547239557231#_ftnref1" name="_ftn1"><span style="font-size:85%;">[1]</span></a><span style="font-size:85%;"> Segundo um documento de Vilar de Frades, publicado em Joaquim Alves Vinhas, <em>A Igreja e o Convento de Vilar de Frades</em>, Barcelos, 1998, pág. 324: «Debaixo da torre velha obrarão os senhores de Farellães no anno de 1519 huma capella para seu enterro em que estão sepultados Gonçalo Correa, e sua mulher Dona Margarida de Prado, e sua cunhada Dona Maria de Prado senhora da quinta da Juncoza; jazem mais na dita capella Diogo Correia e sua mulher Dona Izabel e seu irmão Dom Nuno Alvares Pereira».</span><br /><br /><strong><span style="font-size:85%;">Nas imagens: a assinatura do abade Jácome Dias e framento duma folha dum caderno onde se assinala a venda, em 1911, dos altares e da tribuna da Igreja Velha, que é esta que o P.e Jácome Dias trasladou do monte "à povoação".</span></strong></div>José Ferreirahttp://www.blogger.com/profile/12998775423781902109noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6781354469143898089.post-6797584968547399632009-10-31T04:40:00.005-07:002009-10-31T16:11:48.310-07:00Jácome Dias, pároco quinhentista (continuação)<strong>Publicação dos documentos do Concílio de Trento</strong><br /><br />Mas o P.e Jácome Dias deixou ainda uma outra «memória». Tem a ver com o Concílio de Trento e nela se fala desse grande arcebispo bracarense e padre conciliar que foi D. Fr. Bartomomeu dos Mártires. Vejamo-la:<br /><br /><em>Certifico eu, Jácome Dias, abade desta igreja de S. Pedro do Monte de Fralães, diocese bracarense, que hoje, domingo primeiro depois que me foi dado por Francisco Domingues, cura de Nossa Senhora de Nine, um traslado, em letra redonda, duma bula de nosso Santo Padre Pio IV, de confirmação dos decretos do Santo Concílio Tridentino, assinado do sinal do senhor doutor André Ferreira, provisor deste nosso arcebispado bracarense, e assim mais um decreto sobre os casamentos, para remédio dos grandes males e inconvenientes dos casamentos clandestinos, com a determinação do que ordenou o Santo Concílio sobre isto, e assim dos padrinhos e madrinhas, determinou não sejam daqui para diante mais que um padrinho e uma madrinha. O qual decreto vem também em letra redonda, por mandado do ilustríssimo senhor Frei Bartolomeu dos Mártires, arcebispo e senhor de Braga, e assinado por seu provisor, o qual começa: «Quando algumas pessoas se quiserem casar... etc.»<br /><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5398864523708006850" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 251px; CURSOR: hand; HEIGHT: 400px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhmPFkGqm0kGJcE43XrTOy7Qc8vPjSVxeOywtfJbMF85Yq6oSzqsnHOCL3DDq9qIWVaeEYH5SObr9pTU16SCNfZGwlPCVkRWIHm4_IlyYD39mSB0Cq33vhr34Pq7_yTK3W7KuJcNcu-EsQ/s400/oliveira.JPG" border="0" />Feita primeiro procissão de acção e dar graças ao Senhor Deus por tão imensos benefícios e mercês, como nos foi mandado, à estação, na ermida de S. Nicolau da mesma freguesia, porquanto, ao presente, não dizia missa ainda na nova igreja, li e publiquei em alta voz, inteligível dos meus fregueses, a sobredita bula de confirmação dos decretos do sagrado Concílio Tridentino e mais o decreto sobre os casamentos clandestinos, e assinei os fregueses na certidão que levei ao senhor Arcebispo e ficou esta memória neste livro.<br />Em vinte e dois dias do mês de Outubro da era de 1564.<br />Os que assinaram na certidão que levei ao senhor Arcebispo foram:<br />O senhor Belchior Correia de Lacerda, Gonçalo Martins, Pêro Martins, António Domingues, Domingos Gonçalves, António Martins, Pêro Gonçalves, Pêro Álvares, Gonçalo Álvaro da Porta, fregueses nesta freguesia de S. Pedro do Monte da Honra de Fralães.<br />E porque passa na verdade, pus aqui esta certidão assinada por mim. Dia, mês, era supra.<br />P.e Jácome Dias<br /></em><br />D. Fr. Bartolomeu dos Mártires, que tomou parte no Concílio de Trento, foi o primeiro bispo da Cristandade a publicar as determinações conciliares. Este documento confirmará o facto.<br />Em Outubro de 1564, o P.e Jácome Dias ainda não utilizava a igreja nova, que não estaria pronta. Por isso, serve-se da ermida de S. Nicolau, que corresponde com certeza à futura capela de Nossa Senhora da Saúde e actual igreja. Não passaria duma ermida e era certamente a capela particular dos senhores de Fralães.<br />O P.e Jácome Dias chama algumas vezes à freguesia S. Pedro do Monte, que era o seu verdadeiro nome. No documento da trasladação da igreja, chama-lhe uma vez S. Pedro do Monte de Fralães. De Fralães, pois poderia haver outras com o mesmo nome, mas que não pertenciam a Fralães. Aqui crisma-a de S. Pedro do Monte da Honra de Fralães.<br />O actual nome da freguesia abrevia este modo de designar.<br /><br /><strong>Alguns registos paroquiais do P.e Jácome Dias</strong><br /><br />Recolhem-se de seguida alguns dos mais significativos registos do P.e Jácome Dias. O primeiro é o da esposa do seu amigo Gonçalo Álvaro, da Porta. Que já foi enterrada na igreja nova.<br /><br /><em>A 29 de Julho de 1564 se faleceu a mulher de Gonçalo Álvaro, da Porta. Jaz dentro da Igreja. Não fez manda.</em><br /><br />A Quinta da Porta era, até há pouco, uma grande quinta, com três casas de caseiros, além da dos senhores. Escreve Teotónio da Fonseca que os seus donos tiveram no século XVI larga questão com os senhores de Fralães.<br />Seguindo a ordem cronológica, temos agora o registo de óbito de Belchior Correia de Lacerda:<br /><br /><em>Quarta-feira, dia de S. Bartolomeu que foi aos 24 de Agosto de 1569, se faleceu o senhor Belchior Correia de Lacerda. Não fez manda. Levaram o seu corpo a Vilar de Frades. Foi acompanhado de muita gente, e por ser no tempo de Verão, fedia muito, que não podiam suportar o grande fedor. Deus lhe perdoe, que era muito meu amigo e me apresentou nesta sua igreja.<br />Sua mulher, D. Isabel de Pina, se foi para o seu morgado da Guarda e se faleceu na era de 1576, a quem Deus, Nosso Senhor, tenha em seu reino. Amen.</em> <img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5398865791034540546" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 216px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgUSG4Kr-t1ch0ekD26GSJazmGAg1plBThPkHbfnMXLRMHucPFqWCglFyExkNm1ZrrSYuhyphenhyphen3AGGneElouY-BU3wvBsXP5AXX_p_DmygRDxXd-MhAmkprAyM_8hXYdLcmlgBeYgbY0ukjRE/s400/bc.jpg" border="0" />Obviamente interessante este registo. D. Isabel de Pina, que já não seria nenhuma criança e se calhar já tinha ido à Índia, regressava agora ao seu morgado da Guarda: dentro em pouco, estará na Honra o seu cunhado António Pereira Correia. O cadáver de Belchior, esse era despachado para o Mosteiro dos Lóios de Vilar de Frades, num cortejo que não deixou agradável memória. Para não fazer manda, a sua morte terá eventualmente sido súbita.<br /><br /><em>Neste mesmo dia</em> (14 de Fevereiro) <em>recebi a António Jorge, índio, escravo que foi do senhor Belchior Correia de Lacerda, com Isabel Gonçalves, filha de Gonçalo Enes, lavrador de Vila de Conde. E me constou, por um assinado do vigário de Vila de Conde, dera os banhos e não haver impedimento.</em><br /><br />Índio ou indiano, este escravo lá foi para longe. Se calhar ainda vivia D. Maria, a irmã de Belchior Correia de Lacerda que se fizera clarissa em Vila do Conde.<br /><br /><em>Aos 8 dias de 1580, recebi eu, Jácome Dias, abade de S. Pedro do Monte, a Baltasar Martins, da freguesia de Santa Maria de Viatodos, com Cecília Ferreira, criado do senhor comendador António Pereira, natural de Borba de Godim, ante o senhor Gonçalo Correia, o senhor Diogo Correia e os fregueses.</em><br /><br />Já estão instalados os novos senhores da Honra – já o estariam há muito.<br /><br /><em>Aos 8 do mês de Outubro de 1581, entrou a senhora D. Maria, filha do senhor António Pereira e da senhora Dona Violante, no Mosteiro das freiras de Guimarães. Foram com ela, a senhora D. Violante e seus filhos Cristóvão Pereira, Diogo Correia, Manuel de Lacerda, Estêvão Ferreira e outra muita gente. Nosso Senhor a faça santa.</em><br /><br />A Casa de Fralães deu e vai ainda dar várias vocações religiosas. Estamos no tempo mais combativo da Contra-Reforma. Os jesuítas, que havia chegado a Braga ao mesmo tempo que D. Fr. Bartolomeu dos Mártires, desde há vinte anos que tinham activo o seu Colégio de S. Paulo, para cuja fundação concorrera o próprio S. Francisco de Borja, bem como o beato Inácio de Azevedo.<br /><em><br />Aos 8 de Julho de 1587, se foi o senhor Cristóvão para casar a Estremoz com a senhora Dona Luísa de Vasconcelos, filha de António de Pina e de sua mulher Guiomar Serrão.<br /></em><br />Foi casar longe o próximo senhor de Fralães. Ele tivera, ou ainda tinha, por lá uma tia freira…<br />O segundo dos seus dois filhos vai-se fazer dominicano, tomando o sonante nome de Fr. Bartolomeu dos Mártires.<br />E damos aqui por concluída esta nossa «lembrança» do P.e Jácome Dias, um grande pároco de Monte de Fralães – que apanhou a freguesia da lama e lhe devolveu a dignidade.<br />Homem instruído, desprendido do seu, empreendedor, decerto piedoso, um anónimo da Contra-Reforma, um pároco ilustre de Monte de Fralães. Registamo-lo como um dos muitos que passaram pela freguesia, em condições tão difíceis que de um deles se conta que, indo-se embora ao fim de sete anos, nunca tinha realizado qualquer daqueles rituais que lhe podiam trazer um pequeno acréscimo de rendimento: «Nunca baptizei, nem casei, nem enterrei».<br /><br /><strong><span style="font-size:85%;">Imagens: centária oliveira do terreiro que pode ter sido madada plantar por D. Frei Bartolomeu dos Mártires e que deve indicar a direcção da porta principal da antiga Igreja Paroquial; resgisto de óbito do senhor de Fralães Belchor Correia de Lacerda.</span></strong>José Ferreirahttp://www.blogger.com/profile/12998775423781902109noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6781354469143898089.post-11565118957405720762009-10-31T04:40:00.003-07:002009-10-31T16:00:28.142-07:00Manuel de FigueiredoManuel de Figueiredo, que publicou o seu primeiro trabalho literário em 1918, pelo que dele conhecemos, há-de ter nascido no último decénio de mil e oitocentos, no Porto, de família abastada, com ascendência próxima ligada a Lemenhe. Fora seu pai quem adqui­rira a casa de Fralães, mantendo assim a família, durante muito tempo, residência no Porto e na província. <a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjKI0XBMFaKD3-2U9SE7iMMlCcCEPTRITgfvrTbURuOPPfrZxEP44IEqh-Gkr7La8y1Ftv-tyuvLdfxBW8pgAPxlMeCZusY8GcKvdvw9ccQCsY6Ktz4R2FkKQQW69PsSnxnCFV3G9Mw0v8/s1600-h/esp+fig.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5398899407206112754" style="FLOAT: right; MARGIN: 0px 0px 10px 10px; WIDTH: 296px; CURSOR: hand; HEIGHT: 400px" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjKI0XBMFaKD3-2U9SE7iMMlCcCEPTRITgfvrTbURuOPPfrZxEP44IEqh-Gkr7La8y1Ftv-tyuvLdfxBW8pgAPxlMeCZusY8GcKvdvw9ccQCsY6Ktz4R2FkKQQW69PsSnxnCFV3G9Mw0v8/s400/esp+fig.jpg" border="0" /></a>Se as suas primeiras obras vieram a lume em Lisboa, lá terá Manuel de Figueiredo feito o seu curso superior e bebido ou aprofundado a influência simbolista e neogarretista que o marcará. De resto, depois de um período juvenil mais dado à literatura, Manuel de Figueiredo terá sentido a necessidade de votar o seu tempo a actividades mais comuns, pelo que, depois, a produção literária surge mais rara. Da sua produção escrita avultam claramente duas áreas, bastante próximas, complementares se poderia dizer, às quais dedicou as suas atenções de homem culto: a ficção dramática e a crítica de Artes Plásticas.<br />Interessado em coisas da história pátria como é timbre dos entusiastas de Garrett, facilmente se harmonizariam o exercício do cargo de director ao Museu de Soares dos Reis, a sua paixão por Henrique Pousão e por outros pintores da geração deste, a escolha do período áureo dos Descobrimentos como espaço cronológico preferido para a ficção e até o facto de ter a sua biblioteca e gabinete de trabalho instalados num dos andares da torre senhorial do antiquíssimo solar de Fralães. Manuel de Figueiredo escreveu também para revistas e jornais, embora não tenhamos nenhum conhecimento da sua produção jornalística. Não sabemos também se se lhe deve a iniciativa da colocação da estátua de Garrett frente à Câmara Municipal do Porto, posto que fosse à altura ele o vereador da cultura e tivesse proferido então uma alocução para assinalar o acontecimento.<br />Se bem que a vida deste homem culto se repartisse por locais e afazeres variados, o que ainda resta da sua já mencionada biblioteca na casa de Fralães mostra elucidativamente quanto ele acarinhava este posto do seu lavor intelectual.<br /><br /><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5398899857530176258" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 282px; CURSOR: hand; HEIGHT: 400px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjnFpmmvW9yTr_YqH93od2wlMThu-ZzFTHkKRc35uUdP_Q0GCB5MGT8nQ3oIQbIHW7uPJ8DpXs5U7IX4zFbe60oCLJdCnZF2NdXbLB7YNtVOna71cl8ce6dSD_keyKcYqN6thzncgJSkO8/s400/m+e+r.jpg" border="0" />A obra de Manuel de Figueiredo não é muito extensa, mas é certamente de apurado gosto. Apesar porém de ter privado com nomes cimeiros da cultura do seu tempo e do mérito que cremos presente na sua obra dramática, não lhe foi concedida a honra de figurar em nenhuma das duas principais enciclopédias portuguesas. De momento, parece ser o seu trabalho sobre Henrique Pousão aquele que melhor tem resistido ao desgaste do tempo. A tal não será alheio o facto de, no Museu de Soares dos Reis, Manuel de Figueiredo ter podido tão longamente meditar sobre a obra deste pintor. A capacidade pictórica, pela palavra, de que era dotado tê-lo-á tornado particularmente apto para captar os segredos dos quadros de Pousão.<br /><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5398900480403006594" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 282px; CURSOR: hand; HEIGHT: 400px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEicCgt9aHsYdMfoCu9gpobbT1axFfHqEVAdk4Sjd3S9-tFMuB3ABef5Z4b7ykipHCoTwLHgZJtXDCOQrelmr2vB12jXGK8Pa4mFAJYFj9O0mJtvWCADG3RKCkq8QXt1rzklK8YNmqljbD0/s400/fav.jpg" border="0" />Eis a lista de obras e opúsculos que Manuel Figueiredo publicou, mais ou menos cronologicamente ordenados; <em>Oração da Raça</em>, 1918; <em>Infanta</em>, 1921 (teatro); <em>A Margem de ‘O Piedoso e o Desejado’ de Carlos Malheiro Dias</em>, 1929; <em>Favicha</em>, 1935 (conto); <em>A Monja e o Rouxinol</em>, 1936 (narrativa); <em>Rei Lusíada</em> (teatro); <em>Dois Papas – Pio XI e Pio XII</em>, 1940; <em>Mestre João Correia e alguns dos seus discípulos</em>, 1949; <em>O portuense Almeida Garrett</em>; <em>A linguagem dos Painéis de S. Vicente</em>, 1956; <em>O infante rey D. Sebastião</em>, 1955 (teatro); <em>Um Pintor de Leça - António Ramalho</em>, 1959; <em>O Barão de de Forrestier – o Homem e o Artista</em>, 1964; O<em> Homem que não Pregou no Deserto</em> (teatro); <em>O Mar</em> (teatro); <em>O Pintor Henrique Pousão</em>.<br />Vários destes trabalhos são separatas de revistas ou textos de conferências.<br /><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5398900100329055634" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 311px; CURSOR: hand; HEIGHT: 400px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjpuJMTx4i0BmGxYL205ny9WTZc1e6704z-Onf-HFI8TAjC4aZZasEjDQnFbbyxIxJf9WBueFpP7y_ikQPzmiQNukyX8SqGlO0Q8ervp717eolQ-aV9LeL81a8Xg4Z9HSk9nMSlRdukG44/s400/inf+1.jpg" border="0" /><span style="font-size:130%;"><strong>A «Infanta»</strong><br /></span><br />«Das mais belas revelações literárias dos últimos tempos»<br /><br />Sobre a «Infanta», escreveu o famalicense Júlio Brandão – provável conhecimento familiar de Manuel de Figueiredo – uma recensão critica bem elogiosa e fundamentada.<br />Ei-la:<br /><br />«É justo que tracemos algumas linhas de referência ao volume “Infanta”, do Sr. Manuel de Figueiredo. O autor é um rapaz, o seu livro uma estreia. Mas a estreia é brilhante.<br />É também teatro – mas teatro que não procura os fulgores da ribalta. “Não fiz, nem quis fazer teatro”, diz o autor. “As personagens têm um sentido mais simbólico do que humano”. Isso importava pouco. No teatro grego, em Shakespeare, em Molière, em Ibsen, há figuras de um profundo simbolismo, sem deixarem de ser vivas e humanas.<br />Ainda há pouco dizíamos que está em voga, no momento, este teatro que não visa a representar-se, e que não sendo estático, como admitia em tempo o grande belga, todavia se não amolda facilmente às contingências e às exigências cénicas. Com «Infanta», trata-se na realidade de um poema dramático, escrito em prosa rítmica.<br />Passa-se na época manuelina. Cada um dos três quadros que o compõem é precedido de um desenho evidentemente intencional, e não puramente decorativo: - a cruz de Cristo, a esfera armilar, as armas portuguesas... É a apoteose das energias da raça, que a «Infanta» simboliza, em contraste com os pavores augurais e depressivos dos que tentam cobrir de crepes e de presságios o mágico esplendor da nossa Epopeia marítima – representados pelo Astrólogo, uma espécie de Velho do Restelo, que perscruta os mistérios do céu. De resto, o autor elucida que o livro é “a tragédia dum momento que passou, e a crença, a certeza num momento que há-de vir. É o triunfo eterno da Raça perante o mundo, os homens e o destino”.<br />Sendo assim, a “Infanta” nada a ver com D. Beatriz nem o Poeta com o autor de “Menina e moça”, cuja lenda de amores já nos deu esse incomparável “Um auto de Gil Vicente”, de Garrett.<br />Não nos parecia, portanto, necessária a alusão a tais personagens históricas, visto que apenas a época nos interessa, e as figuras se cortam num fundo de vitral (simbolicamente, como o autor acentua) embora modeladas com um vigor e talento notáveis. E certo que o autor nos avisa que o livro não é a história do amor do Poeta e da Princesa, ou uma evocação da corte manuelina. Por isso mesmo se nos afigura desnecessária a referência à princesa e ao poeta, como que a dar certo sabor histórico ao de luz de um pintor admirável, tudo isto no embalo rítmico duma forma deliciosamente sugestiva, em que o Sonho e a Beleza se engastam como pedras preciosas. Leitor de Maeterlinck, o Sr. Manuel de Figueiredo é inconfundível. Bebe pelo seu copo que é de cristal esplêndido. E embora um pouco tarde, não quisemos deixar de registar o volume, que é das mais belas revelações literárias dos últimos tempos».<br />Júlio Brandão <img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5398901184610223554" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 301px; CURSOR: hand; HEIGHT: 400px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh88m6W5gjL_V02s0fbqM3m8ElaG5HAOx07feKbY3Y2zRAd9XczyPDUBmc_DKAbzBQXtkf9NSnPWU2sJkUKxFjorsmvS8DvPxzzdsAuabUlhgoR__hlB-NAj6muCtmvxRsi-AYyzj13Yv8/s400/j+corr.jpg" border="0" />Veja-se agora o início do II Acto desta obra, segundo a escrita arcaica nela usada:<br /><br />«Uma das saltas da camara da Infanta, abrindo sobre o rio por duas grandes janellas abertas de par em par. Forram-na brocados de seda branca e oiro palido; veludos doirados cobrem os coxins. Na parede da esquerda, ao centro, sobre um estrado, uma cadeira de espaldar alto, coberta de pano de oiro, tendo por fundo uma tapeçaria armoriada e, a encimá-la, um docel de lhama. Mesa rendilhada de marfim e embutidos d’oiro, ao centro, sobre uma alcatifa oriental.<br />A direita e à esquerda portas cobertas por damascos brancos, brazonados. É uma salla de luar em que o outomno deixou cair as folhas.<br /><br />Aias trabalham afanosas, em silencio, dobrando grandes peças de brocado d’oiro, de lhama prateada, de sedas damascadas. Outras, sentadas nos degraus do estrado, escolhem joias, que passam de mão em mão, e que a aia Leonor – pequenina como feita para o dedal – entrega á princeza. Escurece.<br />Uma das aias canta em surdina:<br /><br />«Estava a bella Infanta<br />No seu jardim assentada<br />Com o pente d’oiro fino<br />Seus cabelos penteava.<br />Deitou os olhos ao mar<br />Viu vir uma nobre armada<br />Capitão que n‘ella vinha<br />Muito bem que a governava.»<br /><br />INFANTA com abandono, deixando cair lentamente pedras soltas, uma a uma, na mão da aia. São como gottas de sangue estes rubis... Pedaços de céu estas saphiras... Lágrimas de estrella os diamantes.<br />UMA AIA acercando-se da janela aberta. Já vai anoitecendo... E’ sempre o rio o mais lindo vitral a esta hora.<br />INFANTA O entardecer é feito de vitrais...<br />A AIA Até o casario, em reflexos, parece feito de crystal.<br />OUTRA AIA E o luar já vem de manso. Para os lados d’alem, por traz d’aquellas serras, lia uma luz azulada, um vago clarão...<br />OUTRA AIA Arrefece.<br />á infanta<br />Que a aragem fresca e leve, que vem do mar a esta hora, vos não faça mal, Senhora!<br />INFANTA<br />Socegai...<br />Lisboa, ao luar, é uma cidade d’almas, acaricia. bruscamente<br />O mar, Leonor, quando fez mal?<br />reparando num collar de esmeraldas que a aia segura, pegando n‘elle, e passando-as uma a uma pelos dedos, como contas de um rosario, depois de um momento de silencio, como se fallasse para si, sonhando alto<br />Ha vagas mais verdes e mais lindas ainda que estas esmeraldas... Eu gosto das esmeraldas porque me lembram o mar. O mar é verde, sempre verde; eu nunca vi o mar azul, azul é o céu e o rio. Olhar o mar não é ir vê-lo de longe, e ir até elle, até bem junto d’elle, é vê-lo e senti-lo em cada vaga que vem bater na penedia e desfeita se espraia pela areia... É vê-lo soffrer! É vê-lo luctar! Ondas que veem, que se espraiam, que vão, que voltam, que luctam sempre, e não repousam e não descançam em eterno soffrer!<br />Silencio. Voltando-se para a aia Leonor<br />Tu tambem vês, Leonor, como os mais, o mar azul? Tu tambem crês que o mar, o verdadeiro mar, é aquelle que se estende sereno até ao horizonte distante, azul, muito azul?<br />A AIA Eu vejo o mar azul...<br />INFANTA Tu olhas o céu no mar, diz antes, mas diz tambem que nunca viste o mar.<br />A AIA Eu nunca soube ver como vós, Senhora!<br />INFANTA Por que tens medo de ir até á praia e de estar junto d’elle, como eu, quando as vagas veem umas sobre outras enormes como velhas ao vento, bramindo, rugindo... São mãos portentosas, gigantes, que se desfazem em espuma.<br />Nunca olhaste de frente as vagas?! Nunca as viste, Leonor, em transparencia?! Pois são verdes, mais verdes e mais lindas ainda que estas esmeraldas!<br />AAIA Eu nunca soube ver o mar...<br />depois de um silencio, procurando n‘um anel de opala os reflexos, e mostrando-a á princeza<br />Como é mysteriosa e tentadora! Se as pedrarias tivessem vida..., se ellas morressem..., eu diria que tinham escolhido as opalas para sarcophagos das suas cores...<br />OUTRA AIA Trazem desgraça as opalas. São como maus olhados... Teem fogo... queimam...<br />INFANTA São lindas! São phosphorescentes como o mar em noites negras!...»<br /><br /><strong><span style="font-size:130%;">«O Homem que não Pregou no Deserto»</span></strong><br /><br /><em>O homem que não Pregou no Deserto</em> podia ser a obra de um homem religioso, que o foi Manuel de Figueiredo, que no fim da vida quer deixar o seu testemunho. Mas, mesmo que seja isso, é mais do que isso, porque é obra literariamente bem trabalhada. Manuel de Figueiredo chama-lhe um «Poema dramático». Começa com um prólogo, que é uma cena num café de Lisboa, onde amigos desde há dias têm vindo a debater a questão do valor da verdade científica e da verdade religiosa. No grupo há um poeta, que é o autor da peça e que a vai terminar em breve.<br />Seguem-se depois quatro quadros, que são a obra propriamente dita. O primeiro é dominado pela tentativa de Salomé de se entregar de amores a João Baptista. Como João Baptista a não reconhece, é ela apenas designada por Moça. A recusa de João Baptista enfurece-a e por isso, no quadro seguinte, em duas cenas, vamos ter, primeiro, uma reunião do Conselho convocada por Herodes Antipas para que os seus conselheiros judeus dêem opinião sobre a sua intenção de degolar João Baptista. Muito salientada a cobardia destes, incapazes de se oporem ao rei. Na segunda cena, os mesmos conselheiros são convocados para assinar o documento em que se contém a decisão da decapitação de João Baptista. Vários declaram-se doentes. Em evidência de novo a cobardia destes homens, a que se contrapõe a ironia de Herodes. O terceiro quadro dá os últimos momentos da vida do Precursor, que adivinha o seu fim e não o teme. De notar o seu testemunho a respeito de Jesus Cristo. A última cena é dominada por Salomé, meia tomada de remorsos, meia louca.<br /><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5398901897439151506" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 282px; CURSOR: hand; HEIGHT: 400px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEig2wpnqllC6p9jd8VNjk8kaeMFiPkOTnGISZ0bkNL900oVrFfMMXXdNeak5mpACsFaULBGFJ-rUvpF_QIvpXtfQGI2VB_8mxyYy720haGgJ1r17k0l2kaapsNzAmk_ECr3kDqfHTKrKDo/s400/n+preg.jpg" border="0" />Veja-se a decisiva cena da sedução de Salomé, em cuja linguagem erótica perpassam ecos do <em>Cântico dos Cânticos</em>:<br /><br /><em>«Vindas por detrás da mesma sebe por onde viera João, algumas moças, em grande alarido, cobertas apenas por véus, surgem e ficam junto da sebe. Só uma delas, destacando-se do grupo, parte do rosto velado, aproxima-se dançando.</em><br /><br /><br />A MOÇA — <em>dirigindo-se a João. João! olha para mim.</em> Na curva dos meus braços há abraços perdidos... No requebro do meu corpo há segredos ocultos... João! olha para mim.<br />JOAO —<em> sem olhar.</em> O Servo do Senhor não pode esmagar a cabeça da Serpente.<br />A MOÇA <em>dançando sempre.</em> As águas negras do mar de Asfalto são menos negras de que os teus cabelos negros...<br />Duas ametistas os teus olhos pisados. Um medronho selvagem a tua boca vermelha. João! nos meus seios rosados há leite e há mel... Favos de mel os meus seios rosados.<br />JOÃO A cabeça da Serpente há-de ser esmagada.<br />A MOÇA João! olha para mim. As árvores da floresta perfumaram os teus cabelos. As areias do deserto doiraram o teu corpo. Porque recusas apertar nas tuas mãos de sândalo o meu corpo de vime?... Ânfora de nardo em flor o meu corpo de vime...<br />JOÃO O fogo o purificará no bailado das chamas.<br />A MOÇA — <em>com violência.</em> Quem és tu, quem és tu que recusas a oferta do meu corpo?<br />JOÃO Um filho de Deus, vindo do Céu...<br />A MOÇA Profeta — se o és? — porque são de ametista os teus olhos pisados, de amor e desejo?<br />JOÃO <em>fitando-a pela primeira vez.</em> Os sulcos das lágrimas são vermelho e roxos.<br />A MOÇA <em>aproximando-se mais.</em> Rubra de sangue, medronho selvagem da floresta é a tua boca vermelha que eu quero morder... João, dá-me a tua boca!...<br />JOÃO — <em>afastando-se e afastando-a com os braços.</em> Mulher! O teu corpo de vime é paveia no lume. As serpentes também bailam e ardem no fogo.<br />A MOÇA — <em>insistindo, aproximando-se mais.</em> Quero morder a tua boca vermelha. Quero beijar os teus olhos pisados. Esconder as minhas mãos em garra nos teus cabelos negros. O perfume da floresta arde no teu corpo. João! dá-me a tua boca.<br />JOÃO <em>violento.</em> Falsos, traiçoeiros, horrendos, são os teus olhos verdes de serpente.<br />A MOÇA <em>suspendendo a dança, irritada, altiva, ameaçadora</em>. João! não recuses. O amor e o ódio pertencem-me por igual.<br />JOÃO <em>mais violento.</em> Maldito é o teu ódio!... Maldito é o teu amor!»<br /><br /><strong><span style="font-size:85%;">Imagens: ao cimo, primeira espsoa de Manuel de Figueiredo; depois, capas de diversas obras do mesmo.</span></strong>José Ferreirahttp://www.blogger.com/profile/12998775423781902109noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6781354469143898089.post-84767354157654852122009-10-31T04:40:00.001-07:002011-11-28T01:07:59.630-08:00Aires do RioAires Pereira de Araújo Campos, conhecido como Aires do Rio, não era natural de Monte de Fralães. Cremos que era ninense. O seu nome documenta-se em Monte de Fralães pela primeira vez nos anos finais da monarquia. Aparece nas actas da Confraria e nas da Junta de Paróquia. Nos dois casos, transparece o seu empenhamento republicano.<br />
Em 1909, o administrador do concelho vem em pessoa presidir à eleição da mesa da Confraria. Isso não impede Aires do Rio de enviar à mesa «cinco protestos». Dois anos a seguir, Aires do Rio integra já a mesa da Assembleia-geral. Em 1919, como «ilustre presidente da Confraria de Nossa Senhora da Saúde», propõe à Junta de Freguesia «a construção d’um braço de estrada que ligasse a estrada nacional nº 4 com o terreiro desta freguesa, onde se costuma realizar anualmente a romaria de N. Senhora da Saúde, e que, sendo essa romaria uma das maiores do Minho...» Mas não ficará por aqui a sua intervenção nos destinos da irmandade.<br />
Entretanto, igualmente desde os anos finais da monarquia, tinha ressurgido na freguesia a questão do cemitério. Aires do Rio lá esteve na liça. Propunha-se que a igreja velha — a tal que o P.e Jácome Dias trouxera do cimo do monte — fosse demolida e em seu lugar e espaço circundante fosse instalado o cemitério. Só que isso não podia agradar ao novo senhor de Fralães, que via ali a possibilidade de obter uma entrada condigna. A questão atingiu tais proporções que acabou por ser decidida pelo Presidente da República, Bernardino Machado. Ironia máxima, a suprema autoridade republicana decidiu, em 1916, a favor dos interesses do monárquico Luís de Vilares.<br />
<img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5398904150634114706" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhFIKlbgeOQIIS2tJRYN0KAMcaTUJGxJY1X9gMt6Bje7nmydJ06aBr5KxFG8u48iKZlq-ZT4yqlzQhZ79Ok1yOSEOatzOAOxMpgE581atPGGOp86UaHSvPg9V25smQBCaoCi76PmvPgoSI/s400/folheto.JPG" style="cursor: hand; display: block; height: 400px; margin: 0px auto 10px; text-align: center; width: 209px;" />O nome de Aires do Rio aparece também ligado ao Fontanário, como o do seu rival, Constantino da Granja, e o pároco de então, o Pe. Pedro, aparecem ligados ao muro de suporte do adro, às suas escada e cerca, bem como à Casinha das Esmolas.<br />
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Aires do Rio, cuja instrução não passara da primária, tinha os seus interesses intelectuais. Fazia as suas leituras e dedicou-se também a escrever. Chegou a mesmo a publicar uma <em>História de Portugal em Verso</em>, que não passaria do seu compêndio da primária transposto para uma redondilha muitas vezes desajeitada.<br />
No campo da narrativa, escreveu vários livros, hoje todos perdidos, à excepção do «romance» <em>Vingança do Tutorr</em>.<br />
Bairrista convicto, deixou num livrito de apontamentos um protesto contra alguém deViatodos, que deverá ser o Pe. José Garcias, que havia prejudicado a freguesia no tratamento da questão dos limites. Aires do Rio aproveita então para registar a verdadeira delimitação da sua terra adoptiva.<br />
A <em>Vingança do Tutor</em> abre com uma dedicatória ao Dr. Nuno Simões, a que se segue uma «introdução», que é o prefácio. Estes dois textos ressumam a Camilo. Parece-nos contudo que esta impressão inicial é enganosa, sobretudo se levasse a esperar qualquer tipo de paráfrase ou plágio bastante ao pé da letra. De facto, Aires do Rio romanceia, ou ao menos assim aparece ao leitor, factos verídicos do seu conhecimento, o que logo o coloca perante uma intriga original. Além disso, decorrendo a segunda parte do «romance» no Brasil, que Aires do Rio conheceu, ainda mais à distância é deixada a sombra tutelar camiliana. Por este lado, aproximar-nos-íamos mais de Ferreira de Castro, cujos romances <em>Emigrantes </em>e<em> A selva</em> são anteriores à <em>Vingança do Tutor</em>, que é de 1937. Em nosso entender, contudo, não deve haver dependência deste para aqueles romances.<br />
A intriga da <em>Vingança do Tutor</em> parte-se com demasiada clareza em duas. Cada uma delas é uma história de amor. Na segunda, contra todos os esforços do tutor da apaixonada, o amor que liga o par sai vitorioso. E entre o primeiro par e o segundo, e a ligação é só esta: o apaixonado da primeira história é o pai do apaixonado da segunda. De resto, tudo é diferente, sobretudo no espaço, já que a primeira se inicia e<br />
Aires do Rio classifica a sua narrativa. Trata-se antes de duas novelas ou até dois contos.<br />
Qualquer destas histórias tem passos interessantes; o tratamento dado às personagens é reduzido, mas apesar disso a história é mais ou menos convincente. O mal maior de que este livro padece, cremos que veio da incultura literária do seu autor, especialmente a nível estilístico, quando não mesmo ortográfico.<br />
Vamos dar a palavra a Aires do Rio, que nos vai falar da evolução urbanística do Rio de Janeiro em princípios deste século. O texto que vamos transcrever vem na «quarta parte» e tem como título «A cidade do Rio de Janeiro».<br />
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<strong>A CIDADE DO RIO DE JANEIRO</strong><br />
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<em>Quem conheceu a cidade do Rito de Janeiro, antes do ano de mil novecentos, se lá voltasse hoje, certamente que a não conheceria. O movimento embora que já fosse grande nessa época não era para comparar com o que é actualmente, pois que apenas os bondes deram a companhia de Bota-fogo, é que já eram movidos a electricidade. As outras, a grande Companhia de S. Cristóvão, a de Vila Isabel, Engenho Novo e a dos Carris Urbanos e os do Meier ainda eram todos movidos por animais.<br />
O serviço feito por automóveis e caminhões é todo posterior a esses anos.<br />
Pode dizer-se, que a cidade era a primeira do mundo com respeito a trabalho.<br />
Ali trabalhava-se quási tanto de noite como de dia. O descanso dominical só nos fins de noventa e nove é que começou, mas povo esse só muito mais tarde é que principiou a ter essa regalia, e mesmo o comércio só com a organização do horário do trabalho é que leve de executar a lei.<br />
Mas era com esse trabalho persistente, que se conseguia arranjar e amealhar algumas fortunas.<br />
A cidade, hoje, é completamente outra. Com a sua grande Avenida da Beira-Mar, o Cais do Porto, acostável, as grandes avenidas Passos, Rio Branco, Mem de Sá, Vila Isabel e muitas outras que não menciono, deram à cidade um certo aspecto de elegância e fidalguia, que a tornou comparável a outras cidades, capitais de grandes nações.<br />
A retirada dos morros do meio da cidade, o encanamento do canal do Mangue, o alargamento da área da cidade até à Gávea, Laranjeiras, Madureira, Boca do Mato, Tijuca, Prainha e muitos outros lugares dos subúrbios, que dão à cidade uma área de muitos quilómetros quadrados.<br />
A electrificação de tudo pela Companhia Light deu-lhe todas as aparências de cidade moderna e elegante.<br />
Mas com todas estas inovações deixou de ser a terra da promissão, que foi no tempo da já célebre árvore das patacas.</em><br />
<br />
<strong><span style="font-size: 85%;">Imagem: cópia dum panfleto contra Luís Vilares, certamente da iniciativa de Ares do Rio.</span></strong>José Ferreirahttp://www.blogger.com/profile/12998775423781902109noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-6781354469143898089.post-23822267643093241822009-10-31T04:39:00.001-07:002011-11-28T10:41:04.811-08:00O Pe. João Rosa<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoBodyText" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">O Pe. João Rosa assina actas da Junta de Paróquia de Monte de Fralães entre Fevereiro de 1874 e Janeiro de 1875; dos párocos desta freguesia é o único de que ficou memória de intelectual: publicou o <span style="mso-bidi-font-style: italic;">livro de viagens sob o título de</span> <i>Cavalgada</i><span style="mso-bidi-font-style: italic;">, deixou um pequeno livro manuscrito (que pertenceu em tempos a Matias Lima), na Biblioteca Pública do Porto guarda-se um volume, devidamente encadernado, que é uma colecção de escritos impressos de vários autores e que pertenceu ao Pe. João Rosa (consultámo-lo um dia que andámos à procura de informação sobre o Visconde de Azevedo), colaborou com Martins Sarmento na aquisição da Laje dos Sinais e da Fonte da Pegadinha e espaços envolventes e organizou o espólio do seu tio, o Abade do Louro </span><span class="st1">Domingos Joaquim Pereira,</span><span style="mso-bidi-font-style: italic;"> </span><span class="st1">autor das <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Memórias de Barcelos</i></span><span style="mso-bidi-font-style: italic;"> </span><span class="st1">(Viana do Castelo, 1892 - </span><span style="mso-bidi-font-style: italic;">este espólio guarda-se na Biblioteca da Fundação Cupertino de Miranda, em V. N. de Famalicão)</span>.</div><div class="MsoBodyText" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">A <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Cavalgada</i> saiu em 1899 em livro, em Viana, quando o Pe. João Rosa era abade das Carvalhas e depois de já ter sido publicada, ao menos em parte, no jornal <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Aurora do Cávado</i>. Tem duas dedicatórias, a primeira a José Joaquim de Oliveira, de Viatodos, “velho amigo e compadre” do autor, e a segunda a Teotónio José da Fonseca, de Rio Covo (Teotónio da Fonseca, ao escrever sobre as Carvalhas, recorda o P.e João Rosa como amigo). O livro conta um passeio por algumas freguesias de Barcelos e é anterior a <i style="mso-bidi-font-style: normal;">A ver terras</i>, do Abade de Canidelo, Pe. Sousa Maia, que é de género semelhante, de viagens e didáctico.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">Nas actas da Junta de Paróquia de Monte de Fralães, salientam-se algumas da autoria do Pe. João Rosa, como: </div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjbYvYBnoWr3ZDUyY7qmah1NZmr3onxBamh_l8N3HR3DxwZ1SbozOO5Ocoa0epmonyrtIfKqxEIinUdRHzRPulBPgKpNfJsTwJDiK_ed5jNYaa80YSrkEo7HxWQp65rowHLOBr6gieNYwk/s1600/cavalgada.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" dda="true" height="320px" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjbYvYBnoWr3ZDUyY7qmah1NZmr3onxBamh_l8N3HR3DxwZ1SbozOO5Ocoa0epmonyrtIfKqxEIinUdRHzRPulBPgKpNfJsTwJDiK_ed5jNYaa80YSrkEo7HxWQp65rowHLOBr6gieNYwk/s320/cavalgada.jpg" width="213px" /></a></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">«Acta sobre a nomeação do secretário, tesoureiro, revisão de inventário e necessidade de acudir à sacristia da Igreja paroquial», de 22/2/74, em que se decide pedir subsídio à Bula da Cruzada para a obra e uma subscrição voluntária na freguesia; «Acta sobre a subscrição voluntária para compor a Igreja», de 10/5/74; «Acta sobre a cobrança das esmolas da subscrição voluntária para as obras da Igreja Paroquial»; «Acta sobre o requerimento de petição de esmola do Cofre da Bula»; «Acta sobre a nomeação da comissão para a confecção das matrizes», de 21/1/75. Em 1877, a pedido da Confraria de Nossa Senhora da Saúde, elaborou o inventário desta irmandade.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">As actas que se referem à Igreja Paroquial são importantes, já que a igreja de então era ainda «igreja velha», que no séc. XVI tinha sido deslocada do monte d’Assaia «à povoação». Como homem de cultura, não lhe escapava a urgência de a manter com dignidade, mesmo que provavelmente já utilizasse a Capela da Confraria.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">Em Setembro de 1875, já se tinha realizado a obra da Igreja e também da residência, com um gasto de 110.600 réis, tendo vindo da Bula da Cruzada 80.000 e da subscrição voluntária 30.160. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">Os livros da Confraria de Nossa Senhora da Saúde também lhe mereceram judiciosas anotações.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">Veja-se <a href="http://www.csarmento.uminho.pt/docs/nephl/monumentos_sms/Forno%20dos%20Mouros.pdf">aqui</a> o “Título de aquisição do “Forno dos Mouros”, assinado pelo Pe. João Rosa.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgLDsTc2fsbpl4ukUvhpWsSBS6J0JIGhH3r37nSkBTDfVklRz_vEzk1aoAMzNRxI_eGo9RK06_nXycDXqI-hpHFtYQgOmhsegsx4060eeOFTaIc3KRX23hCCaHcoAjKpFCpnWGXNIS3ne8/s1600/gr.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" dda="true" height="123px" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgLDsTc2fsbpl4ukUvhpWsSBS6J0JIGhH3r37nSkBTDfVklRz_vEzk1aoAMzNRxI_eGo9RK06_nXycDXqI-hpHFtYQgOmhsegsx4060eeOFTaIc3KRX23hCCaHcoAjKpFCpnWGXNIS3ne8/s320/gr.jpg" width="320px" /></a></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Obras na Igreja Velha</b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><ol style="margin-top: 0cm;" type="1"><li class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify;"><div style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Acta sobre a subscrição voluntária para compor a Igreja</b></div></li>
</ol><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">Aos dez dias do mês de Maio de mil oitocentos e setenta e quatro, reunidos em sessão o Reverendo Presidente, Vogais desta Junta e Regedor desta Paróquia de São Pedro do Monte de Fralães, abaixo assinados, em presença dos chefes de família desta freguesia que previamente haviam sido convocados, ele, Reverendo Presidente, depois de mostrar seu grande interesse pela reparação da Igreja e Sacristia paroquial, declara em quanto os peritos que haviam examinado a obra, publicamente orçaram e mais a fazer-se e pintar a grande vantagem resultante de acudir agora à Igreja e Sacristia antes que o tempo aumentasse os estragos, propôs como alvitre e meio mais eficaz a seguinte subscrição voluntária:</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">Lugar do Rio:</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">Joaquim da Silva Araújo, 500 réis</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">Mariana Gomes, viúva, 1.300 réis</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">Bernarda de Araújo, solteira, 30 réis</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">Porta:</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">Simeão Maria Carneiro, 6$200 réis</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">Joaquim de Araújo Cancela, 1$000 réis</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">Urjães:</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">Manuel José da Silva, $500 réis</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">Luscos:</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">Francisco José da Silveira, 2$500 réis</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">Antónia Joaquina, viúva, 1$200 réis</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">Manuel de Araújo, 1$000 réis</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">António José de Araújo, 1$000 réis</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">Granja:</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">Manuel José de Araújo, 500 réis</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">Manuel Coelho de Moura, 1$500 réis</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">Teresa Gonçalves da Cunha $500 réis</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">Domingos Fernandes, $400 réis</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">Manuel Francisco Pereira, 1$200 réis</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">António Gomes da Silva, $400 réis</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">Monte:</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">Domingos da Silva Araújo, viúvo, $200 réis</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">João da Silva Araújo, 2$300 réis</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">António de Araújo, 1$000 réis</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">Maria Carneiro de Araújo, viúva, $500 réis</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">José Gomes da Silva, $500 réis</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">Ana Fernandes, solteira, $200 réis</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">Joaquina de Araújo, solteira, $400 réis</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">António Gomes de Faria, 1$500 réis</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">António José Loureiro, $400 réis</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">Manuel José Ribeiro, 1$000 réis</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">Quinta:</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">José Correia de Campos, 1$500 réis</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">Rodrigo de Araújo, 2$000 réis</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">Residência:</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">Maria de Campos, viúva, $400 réis</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">Soma tudo: trinta e três mil cento e sessenta réis. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">Com a qual subscrição, apesar de pesada para alguns paroquianos, todos, atendendo à necessidade actual, se conformaram e comprometeram suas palavras a pagar as ditas quantias voluntariamente, a fim de com a maior brevidade se acudir às ditas urgências. E, para assim constar, se lavrou esta acta que eta Junta vai assinar.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">O Presidente, o Pároco João Pereira Gomes Rosa.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Sobre a Igreja Velha na <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Colecção de vários apontamentos</i>, págs. 3-4</b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><ol start="2" style="margin-top: 0cm;" type="1"><li class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify;"><div style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Fralães ou S. Pedro do Monte</b></div></li>
</ol><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">Monte (S. Pedro) no Concelho de Barcelos, freguesia conhecida pelo nome de Fralães ou Farelães, parece que antigamente se devia escrever Fragães em razão desta antiga povoação estar situada sobre fragas: próximo à igreja ainda há hoje o lugar chamado da Fraga.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">Em 1714, descia-se da porta principal para o pavimento por três escada ou degraus de pedra que entre os anos de 1715 e 1716 foram soterrados, ficando o pavimento, desde a porta principal até à capela-mor, em nível, levantando-se por nessa ocasião as paredes da igreja e arco cruzeiro proporcionalmente e reformando-se o tecto a expensas do Abade Aleixo e fregueses.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">Por disforme incómoda se tirou uma antiga pia de baptismo que, junto à porta travessa, retinha a água benta e em seu lugar se colocou na parede uma pequena que actualmente serve ao mesmo mister.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">Esta antiquíssima pia baptismal e depois de água benta é a que eu achei na residência e em<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>mandei pôr na Capela de Nossa Senhora da Saúde, para a água benta, sobre uma coluna de pedra, ao lado da epístola, junto da porta principal.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmsiBr4ewZmcqCDVZGfJ0P7JB7m7nGKQLMtEKCdWEE2EqlC-h6bgPAASp8exBKzH6_zktlC343F8uSTlfHieunv_HtIj4f5RlcGxBigoAFosHx61ZkFZY5yxLVeNfzQqtI6BviygJ_g-Q/s1600/p+j+rosa.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" dda="true" height="319px" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmsiBr4ewZmcqCDVZGfJ0P7JB7m7nGKQLMtEKCdWEE2EqlC-h6bgPAASp8exBKzH6_zktlC343F8uSTlfHieunv_HtIj4f5RlcGxBigoAFosHx61ZkFZY5yxLVeNfzQqtI6BviygJ_g-Q/s320/p+j+rosa.jpg" width="320px" /></a></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><ol start="3" style="margin-top: 0cm;" type="1"><li class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify;"><div style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Bênção da Via Crucis</b></div></li>
</ol><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">Aos dezanove a dias do mês de Setembro do ano de mil oitocentos e setenta e cinco, o Reverendo João Pereira Gomes Rosa, encomendado que foi nesta Igreja de S. Pedro do Monte de Fralães, com autorização do Excelentíssimo e Reverendíssimo Senhor Núncio Apostólico neste Reino, benzeu e colocou solenemente as estações da Via Crucis dentro da Igreja Paroquial desta freguesia. E para a todo o tempo constar a sua erecção canónica, escrevo esta nota.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">S. Pedro do Monte de Fralães, 9 de Dezembro de 1875.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">O encomendado António Ferreira da Cunha</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><ol start="4" style="margin-top: 0cm;" type="1"><li class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify;"><div style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Contas das obras na Igreja e na residência</b></div></li>
</ol><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">São Pedro do Monte de Fralães, concelho de Barcelos, respeitante <i style="mso-bidi-font-style: normal;">(ao ano de)</i> 1874-1875.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><table border="1" cellpadding="0" cellspacing="0" class="MsoTableGrid" style="border-bottom: medium none; border-collapse: collapse; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-padding-alt: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; mso-yfti-tbllook: 1184;"><tbody>
<tr style="mso-yfti-firstrow: yes; mso-yfti-irow: 0;"><td style="background-color: transparent; border-bottom: windowtext 1pt solid; border-left: windowtext 1pt solid; border-right: windowtext 1pt solid; border-top: windowtext 1pt solid; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; padding-bottom: 0cm; padding-left: 5.4pt; padding-right: 5.4pt; padding-top: 0cm; width: 324.35pt;" width="432"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Despesa</b></div></td><td style="background-color: transparent; border-bottom: windowtext 1pt solid; border-left: #f0f0f0; border-right: windowtext 1pt solid; border-top: windowtext 1pt solid; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; padding-bottom: 0cm; padding-left: 5.4pt; padding-right: 5.4pt; padding-top: 0cm; width: 49.6pt;" width="66"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Parcial </b></div></td><td style="background-color: transparent; border-bottom: windowtext 1pt solid; border-left: #f0f0f0; border-right: windowtext 1pt solid; border-top: windowtext 1pt solid; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; padding-bottom: 0cm; padding-left: 5.4pt; padding-right: 5.4pt; padding-top: 0cm; width: 58.25pt;" width="78"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Total</b></div></td></tr>
<tr style="mso-yfti-irow: 1;"><td style="background-color: transparent; border-bottom: windowtext 1pt solid; border-left: windowtext 1pt solid; border-right: windowtext 1pt solid; border-top: #f0f0f0; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding-bottom: 0cm; padding-left: 5.4pt; padding-right: 5.4pt; padding-top: 0cm; width: 324.35pt;" valign="top" width="432"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><span style="font-size: 11pt;">Extraordinária</span></div></td><td style="background-color: transparent; border-bottom: windowtext 1pt solid; border-left: #f0f0f0; border-right: windowtext 1pt solid; border-top: #f0f0f0; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding-bottom: 0cm; padding-left: 5.4pt; padding-right: 5.4pt; padding-top: 0cm; width: 49.6pt;" valign="top" width="66"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div></td><td style="background-color: transparent; border-bottom: windowtext 1pt solid; border-left: #f0f0f0; border-right: windowtext 1pt solid; border-top: #f0f0f0; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding-bottom: 0cm; padding-left: 5.4pt; padding-right: 5.4pt; padding-top: 0cm; width: 58.25pt;" valign="top" width="78"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div></td></tr>
<tr style="mso-yfti-irow: 2;"><td style="background-color: transparent; border-bottom: windowtext 1pt solid; border-left: windowtext 1pt solid; border-right: windowtext 1pt solid; border-top: #f0f0f0; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding-bottom: 0cm; padding-left: 5.4pt; padding-right: 5.4pt; padding-top: 0cm; width: 324.35pt;" valign="top" width="432"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 11pt;">Despendeu-se com o reconhecimento do recibo para receber o subsídio </span></div></td><td style="background-color: transparent; border-bottom: windowtext 1pt solid; border-left: #f0f0f0; border-right: windowtext 1pt solid; border-top: #f0f0f0; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding-bottom: 0cm; padding-left: 5.4pt; padding-right: 5.4pt; padding-top: 0cm; width: 49.6pt;" valign="top" width="66"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 11pt;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>$200</span></div></td><td style="background-color: transparent; border-bottom: windowtext 1pt solid; border-left: #f0f0f0; border-right: windowtext 1pt solid; border-top: #f0f0f0; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding-bottom: 0cm; padding-left: 5.4pt; padding-right: 5.4pt; padding-top: 0cm; width: 58.25pt;" valign="top" width="78"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div></td></tr>
<tr style="mso-yfti-irow: 3;"><td style="background-color: transparent; border-bottom: windowtext 1pt solid; border-left: windowtext 1pt solid; border-right: windowtext 1pt solid; border-top: #f0f0f0; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding-bottom: 0cm; padding-left: 5.4pt; padding-right: 5.4pt; padding-top: 0cm; width: 324.35pt;" valign="top" width="432"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 11pt;">Com perfumar e sagrar o cálice e patena da paróquia</span></div></td><td style="background-color: transparent; border-bottom: windowtext 1pt solid; border-left: #f0f0f0; border-right: windowtext 1pt solid; border-top: #f0f0f0; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding-bottom: 0cm; padding-left: 5.4pt; padding-right: 5.4pt; padding-top: 0cm; width: 49.6pt;" valign="top" width="66"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 11pt;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>2$760</span></div></td><td style="background-color: transparent; border-bottom: windowtext 1pt solid; border-left: #f0f0f0; border-right: windowtext 1pt solid; border-top: #f0f0f0; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding-bottom: 0cm; padding-left: 5.4pt; padding-right: 5.4pt; padding-top: 0cm; width: 58.25pt;" valign="top" width="78"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div></td></tr>
<tr style="mso-yfti-irow: 4;"><td style="background-color: transparent; border-bottom: windowtext 1pt solid; border-left: windowtext 1pt solid; border-right: windowtext 1pt solid; border-top: #f0f0f0; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding-bottom: 0cm; padding-left: 5.4pt; padding-right: 5.4pt; padding-top: 0cm; width: 324.35pt;" valign="top" width="432"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 11pt;">Com a compra do vaso para levar o Viático aos enfermos</span></div></td><td style="background-color: transparent; border-bottom: windowtext 1pt solid; border-left: #f0f0f0; border-right: windowtext 1pt solid; border-top: #f0f0f0; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding-bottom: 0cm; padding-left: 5.4pt; padding-right: 5.4pt; padding-top: 0cm; width: 49.6pt;" valign="top" width="66"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 11pt;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>2$000</span></div></td><td style="background-color: transparent; border-bottom: windowtext 1pt solid; border-left: #f0f0f0; border-right: windowtext 1pt solid; border-top: #f0f0f0; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding-bottom: 0cm; padding-left: 5.4pt; padding-right: 5.4pt; padding-top: 0cm; width: 58.25pt;" valign="top" width="78"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div></td></tr>
<tr style="mso-yfti-irow: 5;"><td style="background-color: transparent; border-bottom: windowtext 1pt solid; border-left: windowtext 1pt solid; border-right: windowtext 1pt solid; border-top: #f0f0f0; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding-bottom: 0cm; padding-left: 5.4pt; padding-right: 5.4pt; padding-top: 0cm; width: 324.35pt;" valign="top" width="432"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 11pt;">Com o carpinteiro António de Araújo Campos, de madeiras, pregagens para os telhados e forros e acampamento da Igreja e feitios</span></div></td><td style="background-color: transparent; border-bottom: windowtext 1pt solid; border-left: #f0f0f0; border-right: windowtext 1pt solid; border-top: #f0f0f0; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding-bottom: 0cm; padding-left: 5.4pt; padding-right: 5.4pt; padding-top: 0cm; width: 49.6pt;" valign="top" width="66"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 11pt;">46$000</span></div></td><td style="background-color: transparent; border-bottom: windowtext 1pt solid; border-left: #f0f0f0; border-right: windowtext 1pt solid; border-top: #f0f0f0; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding-bottom: 0cm; padding-left: 5.4pt; padding-right: 5.4pt; padding-top: 0cm; width: 58.25pt;" valign="top" width="78"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div></td></tr>
<tr style="mso-yfti-irow: 6;"><td style="background-color: transparent; border-bottom: windowtext 1pt solid; border-left: windowtext 1pt solid; border-right: windowtext 1pt solid; border-top: #f0f0f0; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding-bottom: 0cm; padding-left: 5.4pt; padding-right: 5.4pt; padding-top: 0cm; width: 324.35pt;" valign="top" width="432"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 11pt;">Com o carreiro de pedra na mesma Igreja Paroquial</span></div></td><td style="background-color: transparent; border-bottom: windowtext 1pt solid; border-left: #f0f0f0; border-right: windowtext 1pt solid; border-top: #f0f0f0; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding-bottom: 0cm; padding-left: 5.4pt; padding-right: 5.4pt; padding-top: 0cm; width: 49.6pt;" valign="top" width="66"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 11pt;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>3$000</span></div></td><td style="background-color: transparent; border-bottom: windowtext 1pt solid; border-left: #f0f0f0; border-right: windowtext 1pt solid; border-top: #f0f0f0; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding-bottom: 0cm; padding-left: 5.4pt; padding-right: 5.4pt; padding-top: 0cm; width: 58.25pt;" valign="top" width="78"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div></td></tr>
<tr style="mso-yfti-irow: 7;"><td style="background-color: transparent; border-bottom: windowtext 1pt solid; border-left: windowtext 1pt solid; border-right: windowtext 1pt solid; border-top: #f0f0f0; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding-bottom: 0cm; padding-left: 5.4pt; padding-right: 5.4pt; padding-top: 0cm; width: 324.35pt;" valign="top" width="432"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 11pt;">Com respaldar as paredes da mesma</span></div></td><td style="background-color: transparent; border-bottom: windowtext 1pt solid; border-left: #f0f0f0; border-right: windowtext 1pt solid; border-top: #f0f0f0; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding-bottom: 0cm; padding-left: 5.4pt; padding-right: 5.4pt; padding-top: 0cm; width: 49.6pt;" valign="top" width="66"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 11pt;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>$320</span></div></td><td style="background-color: transparent; border-bottom: windowtext 1pt solid; border-left: #f0f0f0; border-right: windowtext 1pt solid; border-top: #f0f0f0; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding-bottom: 0cm; padding-left: 5.4pt; padding-right: 5.4pt; padding-top: 0cm; width: 58.25pt;" valign="top" width="78"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div></td></tr>
<tr style="mso-yfti-irow: 8;"><td style="background-color: transparent; border-bottom: windowtext 1pt solid; border-left: windowtext 1pt solid; border-right: windowtext 1pt solid; border-top: #f0f0f0; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding-bottom: 0cm; padding-left: 5.4pt; padding-right: 5.4pt; padding-top: 0cm; width: 324.35pt;" valign="top" width="432"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 11pt;">Com um carreto de telha</span></div></td><td style="background-color: transparent; border-bottom: windowtext 1pt solid; border-left: #f0f0f0; border-right: windowtext 1pt solid; border-top: #f0f0f0; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding-bottom: 0cm; padding-left: 5.4pt; padding-right: 5.4pt; padding-top: 0cm; width: 49.6pt;" valign="top" width="66"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 11pt;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>$900</span></div></td><td style="background-color: transparent; border-bottom: windowtext 1pt solid; border-left: #f0f0f0; border-right: windowtext 1pt solid; border-top: #f0f0f0; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding-bottom: 0cm; padding-left: 5.4pt; padding-right: 5.4pt; padding-top: 0cm; width: 58.25pt;" valign="top" width="78"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div></td></tr>
<tr style="mso-yfti-irow: 9;"><td style="background-color: transparent; border-bottom: windowtext 1pt solid; border-left: windowtext 1pt solid; border-right: windowtext 1pt solid; border-top: #f0f0f0; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding-bottom: 0cm; padding-left: 5.4pt; padding-right: 5.4pt; padding-top: 0cm; width: 324.35pt;" valign="top" width="432"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 11pt;">Com desaterrar a Igreja</span></div></td><td style="background-color: transparent; border-bottom: windowtext 1pt solid; border-left: #f0f0f0; border-right: windowtext 1pt solid; border-top: #f0f0f0; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding-bottom: 0cm; padding-left: 5.4pt; padding-right: 5.4pt; padding-top: 0cm; width: 49.6pt;" valign="top" width="66"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 11pt;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>$300</span></div></td><td style="background-color: transparent; border-bottom: windowtext 1pt solid; border-left: #f0f0f0; border-right: windowtext 1pt solid; border-top: #f0f0f0; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding-bottom: 0cm; padding-left: 5.4pt; padding-right: 5.4pt; padding-top: 0cm; width: 58.25pt;" valign="top" width="78"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div></td></tr>
<tr style="mso-yfti-irow: 10;"><td style="background-color: transparent; border-bottom: windowtext 1pt solid; border-left: windowtext 1pt solid; border-right: windowtext 1pt solid; border-top: #f0f0f0; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding-bottom: 0cm; padding-left: 5.4pt; padding-right: 5.4pt; padding-top: 0cm; width: 324.35pt;" valign="top" width="432"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 11pt;">Com carretos de barro e saibro</span></div></td><td style="background-color: transparent; border-bottom: windowtext 1pt solid; border-left: #f0f0f0; border-right: windowtext 1pt solid; border-top: #f0f0f0; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding-bottom: 0cm; padding-left: 5.4pt; padding-right: 5.4pt; padding-top: 0cm; width: 49.6pt;" valign="top" width="66"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 11pt;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>$360</span></div></td><td style="background-color: transparent; border-bottom: windowtext 1pt solid; border-left: #f0f0f0; border-right: windowtext 1pt solid; border-top: #f0f0f0; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding-bottom: 0cm; padding-left: 5.4pt; padding-right: 5.4pt; padding-top: 0cm; width: 58.25pt;" valign="top" width="78"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div></td></tr>
<tr style="mso-yfti-irow: 11;"><td style="background-color: transparent; border-bottom: windowtext 1pt solid; border-left: windowtext 1pt solid; border-right: windowtext 1pt solid; border-top: #f0f0f0; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding-bottom: 0cm; padding-left: 5.4pt; padding-right: 5.4pt; padding-top: 0cm; width: 324.35pt;" valign="top" width="432"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 11pt;">Com traçar a cal</span></div></td><td style="background-color: transparent; border-bottom: windowtext 1pt solid; border-left: #f0f0f0; border-right: windowtext 1pt solid; border-top: #f0f0f0; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding-bottom: 0cm; padding-left: 5.4pt; padding-right: 5.4pt; padding-top: 0cm; width: 49.6pt;" valign="top" width="66"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 11pt;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>$240</span></div></td><td style="background-color: transparent; border-bottom: windowtext 1pt solid; border-left: #f0f0f0; border-right: windowtext 1pt solid; border-top: #f0f0f0; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding-bottom: 0cm; padding-left: 5.4pt; padding-right: 5.4pt; padding-top: 0cm; width: 58.25pt;" valign="top" width="78"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div></td></tr>
<tr style="mso-yfti-irow: 12;"><td style="background-color: transparent; border-bottom: windowtext 1pt solid; border-left: windowtext 1pt solid; border-right: windowtext 1pt solid; border-top: #f0f0f0; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding-bottom: 0cm; padding-left: 5.4pt; padding-right: 5.4pt; padding-top: 0cm; width: 324.35pt;" valign="top" width="432"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 11pt;">Com carreto da mesma</span></div></td><td style="background-color: transparent; border-bottom: windowtext 1pt solid; border-left: #f0f0f0; border-right: windowtext 1pt solid; border-top: #f0f0f0; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding-bottom: 0cm; padding-left: 5.4pt; padding-right: 5.4pt; padding-top: 0cm; width: 49.6pt;" valign="top" width="66"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 11pt;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>$400</span></div></td><td style="background-color: transparent; border-bottom: windowtext 1pt solid; border-left: #f0f0f0; border-right: windowtext 1pt solid; border-top: #f0f0f0; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding-bottom: 0cm; padding-left: 5.4pt; padding-right: 5.4pt; padding-top: 0cm; width: 58.25pt;" valign="top" width="78"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div></td></tr>
<tr style="mso-yfti-irow: 13;"><td style="background-color: transparent; border-bottom: windowtext 1pt solid; border-left: windowtext 1pt solid; border-right: windowtext 1pt solid; border-top: #f0f0f0; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding-bottom: 0cm; padding-left: 5.4pt; padding-right: 5.4pt; padding-top: 0cm; width: 324.35pt;" valign="top" width="432"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 11pt;">Com compra da mesma cal</span></div></td><td style="background-color: transparent; border-bottom: windowtext 1pt solid; border-left: #f0f0f0; border-right: windowtext 1pt solid; border-top: #f0f0f0; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding-bottom: 0cm; padding-left: 5.4pt; padding-right: 5.4pt; padding-top: 0cm; width: 49.6pt;" valign="top" width="66"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 11pt;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>5$760</span></div></td><td style="background-color: transparent; border-bottom: windowtext 1pt solid; border-left: #f0f0f0; border-right: windowtext 1pt solid; border-top: #f0f0f0; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding-bottom: 0cm; padding-left: 5.4pt; padding-right: 5.4pt; padding-top: 0cm; width: 58.25pt;" valign="top" width="78"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div></td></tr>
<tr style="mso-yfti-irow: 14;"><td style="background-color: transparent; border-bottom: windowtext 1pt solid; border-left: windowtext 1pt solid; border-right: windowtext 1pt solid; border-top: #f0f0f0; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding-bottom: 0cm; padding-left: 5.4pt; padding-right: 5.4pt; padding-top: 0cm; width: 324.35pt;" valign="top" width="432"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 11pt;">Com o carpinteiro Cunha, da obra feita na sacristia, jornais</span></div></td><td style="background-color: transparent; border-bottom: windowtext 1pt solid; border-left: #f0f0f0; border-right: windowtext 1pt solid; border-top: #f0f0f0; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding-bottom: 0cm; padding-left: 5.4pt; padding-right: 5.4pt; padding-top: 0cm; width: 49.6pt;" valign="top" width="66"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 11pt;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>6$000</span></div></td><td style="background-color: transparent; border-bottom: windowtext 1pt solid; border-left: #f0f0f0; border-right: windowtext 1pt solid; border-top: #f0f0f0; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding-bottom: 0cm; padding-left: 5.4pt; padding-right: 5.4pt; padding-top: 0cm; width: 58.25pt;" valign="top" width="78"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div></td></tr>
<tr style="mso-yfti-irow: 15;"><td style="background-color: transparent; border-bottom: windowtext 1pt solid; border-left: windowtext 1pt solid; border-right: windowtext 1pt solid; border-top: #f0f0f0; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding-bottom: 0cm; padding-left: 5.4pt; padding-right: 5.4pt; padding-top: 0cm; width: 324.35pt;" valign="top" width="432"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 11pt;">Tabuado para a mesma obra</span></div></td><td style="background-color: transparent; border-bottom: windowtext 1pt solid; border-left: #f0f0f0; border-right: windowtext 1pt solid; border-top: #f0f0f0; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding-bottom: 0cm; padding-left: 5.4pt; padding-right: 5.4pt; padding-top: 0cm; width: 49.6pt;" valign="top" width="66"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 11pt;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>4$250</span></div></td><td style="background-color: transparent; border-bottom: windowtext 1pt solid; border-left: #f0f0f0; border-right: windowtext 1pt solid; border-top: #f0f0f0; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding-bottom: 0cm; padding-left: 5.4pt; padding-right: 5.4pt; padding-top: 0cm; width: 58.25pt;" valign="top" width="78"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div></td></tr>
<tr style="mso-yfti-irow: 16;"><td style="background-color: transparent; border-bottom: windowtext 1pt solid; border-left: windowtext 1pt solid; border-right: windowtext 1pt solid; border-top: #f0f0f0; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding-bottom: 0cm; padding-left: 5.4pt; padding-right: 5.4pt; padding-top: 0cm; width: 324.35pt;" valign="top" width="432"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 11pt;">Ferro </span></div></td><td style="background-color: transparent; border-bottom: windowtext 1pt solid; border-left: #f0f0f0; border-right: windowtext 1pt solid; border-top: #f0f0f0; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding-bottom: 0cm; padding-left: 5.4pt; padding-right: 5.4pt; padding-top: 0cm; width: 49.6pt;" valign="top" width="66"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 11pt;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>2$000</span></div></td><td style="background-color: transparent; border-bottom: windowtext 1pt solid; border-left: #f0f0f0; border-right: windowtext 1pt solid; border-top: #f0f0f0; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding-bottom: 0cm; padding-left: 5.4pt; padding-right: 5.4pt; padding-top: 0cm; width: 58.25pt;" valign="top" width="78"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div></td></tr>
<tr style="mso-yfti-irow: 17;"><td style="background-color: transparent; border-bottom: windowtext 1pt solid; border-left: windowtext 1pt solid; border-right: windowtext 1pt solid; border-top: #f0f0f0; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding-bottom: 0cm; padding-left: 5.4pt; padding-right: 5.4pt; padding-top: 0cm; width: 324.35pt;" valign="top" width="432"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 11pt;">Carreto de tabuado e forro</span></div></td><td style="background-color: transparent; border-bottom: windowtext 1pt solid; border-left: #f0f0f0; border-right: windowtext 1pt solid; border-top: #f0f0f0; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding-bottom: 0cm; padding-left: 5.4pt; padding-right: 5.4pt; padding-top: 0cm; width: 49.6pt;" valign="top" width="66"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 11pt;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>$200</span></div></td><td style="background-color: transparent; border-bottom: windowtext 1pt solid; border-left: #f0f0f0; border-right: windowtext 1pt solid; border-top: #f0f0f0; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding-bottom: 0cm; padding-left: 5.4pt; padding-right: 5.4pt; padding-top: 0cm; width: 58.25pt;" valign="top" width="78"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div></td></tr>
<tr style="mso-yfti-irow: 18;"><td style="background-color: transparent; border-bottom: windowtext 1pt solid; border-left: windowtext 1pt solid; border-right: windowtext 1pt solid; border-top: #f0f0f0; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding-bottom: 0cm; padding-left: 5.4pt; padding-right: 5.4pt; padding-top: 0cm; width: 324.35pt;" valign="top" width="432"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 11pt;">Telha </span></div></td><td style="background-color: transparent; border-bottom: windowtext 1pt solid; border-left: #f0f0f0; border-right: windowtext 1pt solid; border-top: #f0f0f0; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding-bottom: 0cm; padding-left: 5.4pt; padding-right: 5.4pt; padding-top: 0cm; width: 49.6pt;" valign="top" width="66"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 11pt;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>1$400</span></div></td><td style="background-color: transparent; border-bottom: windowtext 1pt solid; border-left: #f0f0f0; border-right: windowtext 1pt solid; border-top: #f0f0f0; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding-bottom: 0cm; padding-left: 5.4pt; padding-right: 5.4pt; padding-top: 0cm; width: 58.25pt;" valign="top" width="78"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div></td></tr>
<tr style="mso-yfti-irow: 19;"><td style="background-color: transparent; border-bottom: windowtext 1pt solid; border-left: windowtext 1pt solid; border-right: windowtext 1pt solid; border-top: #f0f0f0; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding-bottom: 0cm; padding-left: 5.4pt; padding-right: 5.4pt; padding-top: 0cm; width: 324.35pt;" valign="top" width="432"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 11pt;">Carreto dela</span></div></td><td style="background-color: transparent; border-bottom: windowtext 1pt solid; border-left: #f0f0f0; border-right: windowtext 1pt solid; border-top: #f0f0f0; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding-bottom: 0cm; padding-left: 5.4pt; padding-right: 5.4pt; padding-top: 0cm; width: 49.6pt;" valign="top" width="66"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 11pt;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>$500</span></div></td><td style="background-color: transparent; border-bottom: windowtext 1pt solid; border-left: #f0f0f0; border-right: windowtext 1pt solid; border-top: #f0f0f0; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding-bottom: 0cm; padding-left: 5.4pt; padding-right: 5.4pt; padding-top: 0cm; width: 58.25pt;" valign="top" width="78"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div></td></tr>
<tr style="mso-yfti-irow: 20;"><td style="background-color: transparent; border-bottom: windowtext 1pt solid; border-left: windowtext 1pt solid; border-right: windowtext 1pt solid; border-top: #f0f0f0; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding-bottom: 0cm; padding-left: 5.4pt; padding-right: 5.4pt; padding-top: 0cm; width: 324.35pt;" valign="top" width="432"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 11pt;">Com o caleador da Igreja e sacristia</span></div></td><td style="background-color: transparent; border-bottom: windowtext 1pt solid; border-left: #f0f0f0; border-right: windowtext 1pt solid; border-top: #f0f0f0; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding-bottom: 0cm; padding-left: 5.4pt; padding-right: 5.4pt; padding-top: 0cm; width: 49.6pt;" valign="top" width="66"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 11pt;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>7$980</span></div></td><td style="background-color: transparent; border-bottom: windowtext 1pt solid; border-left: #f0f0f0; border-right: windowtext 1pt solid; border-top: #f0f0f0; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding-bottom: 0cm; padding-left: 5.4pt; padding-right: 5.4pt; padding-top: 0cm; width: 58.25pt;" valign="top" width="78"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div></td></tr>
<tr style="mso-yfti-irow: 21;"><td style="background-color: transparent; border-bottom: windowtext 1pt solid; border-left: windowtext 1pt solid; border-right: windowtext 1pt solid; border-top: #f0f0f0; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding-bottom: 0cm; padding-left: 5.4pt; padding-right: 5.4pt; padding-top: 0cm; width: 324.35pt;" valign="top" width="432"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 11pt;">Pregagens, ferragens e ganchos para a Igreja</span></div></td><td style="background-color: transparent; border-bottom: windowtext 1pt solid; border-left: #f0f0f0; border-right: windowtext 1pt solid; border-top: #f0f0f0; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding-bottom: 0cm; padding-left: 5.4pt; padding-right: 5.4pt; padding-top: 0cm; width: 49.6pt;" valign="top" width="66"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 11pt;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>1$00</span></div></td><td style="background-color: transparent; border-bottom: windowtext 1pt solid; border-left: #f0f0f0; border-right: windowtext 1pt solid; border-top: #f0f0f0; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding-bottom: 0cm; padding-left: 5.4pt; padding-right: 5.4pt; padding-top: 0cm; width: 58.25pt;" valign="top" width="78"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div></td></tr>
<tr style="mso-yfti-irow: 22;"><td style="background-color: transparent; border-bottom: windowtext 1pt solid; border-left: windowtext 1pt solid; border-right: windowtext 1pt solid; border-top: #f0f0f0; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding-bottom: 0cm; padding-left: 5.4pt; padding-right: 5.4pt; padding-top: 0cm; width: 324.35pt;" valign="top" width="432"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 11pt;">Com o pintor da Igreja e sacristia</span></div></td><td style="background-color: transparent; border-bottom: windowtext 1pt solid; border-left: #f0f0f0; border-right: windowtext 1pt solid; border-top: #f0f0f0; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding-bottom: 0cm; padding-left: 5.4pt; padding-right: 5.4pt; padding-top: 0cm; width: 49.6pt;" valign="top" width="66"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 11pt;">12$000</span></div></td><td style="background-color: transparent; border-bottom: windowtext 1pt solid; border-left: #f0f0f0; border-right: windowtext 1pt solid; border-top: #f0f0f0; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding-bottom: 0cm; padding-left: 5.4pt; padding-right: 5.4pt; padding-top: 0cm; width: 58.25pt;" valign="top" width="78"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div></td></tr>
<tr style="mso-yfti-irow: 23;"><td style="background-color: transparent; border-bottom: windowtext 1pt solid; border-left: windowtext 1pt solid; border-right: windowtext 1pt solid; border-top: #f0f0f0; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding-bottom: 0cm; padding-left: 5.4pt; padding-right: 5.4pt; padding-top: 0cm; width: 324.35pt;" valign="top" width="432"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 11pt;">Com o caixilho e vidros para a residência</span></div></td><td style="background-color: transparent; border-bottom: windowtext 1pt solid; border-left: #f0f0f0; border-right: windowtext 1pt solid; border-top: #f0f0f0; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding-bottom: 0cm; padding-left: 5.4pt; padding-right: 5.4pt; padding-top: 0cm; width: 49.6pt;" valign="top" width="66"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 11pt;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>2$675</span></div></td><td style="background-color: transparent; border-bottom: windowtext 1pt solid; border-left: #f0f0f0; border-right: windowtext 1pt solid; border-top: #f0f0f0; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding-bottom: 0cm; padding-left: 5.4pt; padding-right: 5.4pt; padding-top: 0cm; width: 58.25pt;" valign="top" width="78"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div></td></tr>
<tr style="mso-yfti-irow: 24;"><td style="background-color: transparent; border-bottom: windowtext 1pt solid; border-left: windowtext 1pt solid; border-right: windowtext 1pt solid; border-top: #f0f0f0; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding-bottom: 0cm; padding-left: 5.4pt; padding-right: 5.4pt; padding-top: 0cm; width: 324.35pt;" valign="top" width="432"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 11pt;">Com o caleador da dita</span></div></td><td style="background-color: transparent; border-bottom: windowtext 1pt solid; border-left: #f0f0f0; border-right: windowtext 1pt solid; border-top: #f0f0f0; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding-bottom: 0cm; padding-left: 5.4pt; padding-right: 5.4pt; padding-top: 0cm; width: 49.6pt;" valign="top" width="66"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 11pt;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>2$000</span></div></td><td style="background-color: transparent; border-bottom: windowtext 1pt solid; border-left: #f0f0f0; border-right: windowtext 1pt solid; border-top: #f0f0f0; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding-bottom: 0cm; padding-left: 5.4pt; padding-right: 5.4pt; padding-top: 0cm; width: 58.25pt;" valign="top" width="78"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div></td></tr>
<tr style="mso-yfti-irow: 25;"><td style="background-color: transparent; border-bottom: windowtext 1pt solid; border-left: windowtext 1pt solid; border-right: windowtext 1pt solid; border-top: #f0f0f0; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding-bottom: 0cm; padding-left: 5.4pt; padding-right: 5.4pt; padding-top: 0cm; width: 324.35pt;" valign="top" width="432"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 11pt;">Com o tabuado para a dita</span></div></td><td style="background-color: transparent; border-bottom: windowtext 1pt solid; border-left: #f0f0f0; border-right: windowtext 1pt solid; border-top: #f0f0f0; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding-bottom: 0cm; padding-left: 5.4pt; padding-right: 5.4pt; padding-top: 0cm; width: 49.6pt;" valign="top" width="66"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 11pt;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>1$875</span></div></td><td style="background-color: transparent; border-bottom: windowtext 1pt solid; border-left: #f0f0f0; border-right: windowtext 1pt solid; border-top: #f0f0f0; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding-bottom: 0cm; padding-left: 5.4pt; padding-right: 5.4pt; padding-top: 0cm; width: 58.25pt;" valign="top" width="78"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div></td></tr>
<tr style="mso-yfti-irow: 26;"><td style="background-color: transparent; border-bottom: windowtext 1pt solid; border-left: windowtext 1pt solid; border-right: windowtext 1pt solid; border-top: #f0f0f0; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding-bottom: 0cm; padding-left: 5.4pt; padding-right: 5.4pt; padding-top: 0cm; width: 324.35pt;" valign="top" width="432"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 11pt;">Com pregos para a dita</span></div></td><td style="background-color: transparent; border-bottom: windowtext 1pt solid; border-left: #f0f0f0; border-right: windowtext 1pt solid; border-top: #f0f0f0; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding-bottom: 0cm; padding-left: 5.4pt; padding-right: 5.4pt; padding-top: 0cm; width: 49.6pt;" valign="top" width="66"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 11pt;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>$400</span></div></td><td style="background-color: transparent; border-bottom: windowtext 1pt solid; border-left: #f0f0f0; border-right: windowtext 1pt solid; border-top: #f0f0f0; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding-bottom: 0cm; padding-left: 5.4pt; padding-right: 5.4pt; padding-top: 0cm; width: 58.25pt;" valign="top" width="78"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div></td></tr>
<tr style="mso-yfti-irow: 27;"><td style="background-color: transparent; border-bottom: windowtext 1pt solid; border-left: windowtext 1pt solid; border-right: windowtext 1pt solid; border-top: #f0f0f0; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding-bottom: 0cm; padding-left: 5.4pt; padding-right: 5.4pt; padding-top: 0cm; width: 324.35pt;" valign="top" width="432"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 11pt;">Com jornais aos carpinteiros da dita</span></div></td><td style="background-color: transparent; border-bottom: windowtext 1pt solid; border-left: #f0f0f0; border-right: windowtext 1pt solid; border-top: #f0f0f0; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding-bottom: 0cm; padding-left: 5.4pt; padding-right: 5.4pt; padding-top: 0cm; width: 49.6pt;" valign="top" width="66"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 11pt;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>1$800</span></div></td><td style="background-color: transparent; border-bottom: windowtext 1pt solid; border-left: #f0f0f0; border-right: windowtext 1pt solid; border-top: #f0f0f0; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding-bottom: 0cm; padding-left: 5.4pt; padding-right: 5.4pt; padding-top: 0cm; width: 58.25pt;" valign="top" width="78"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div></td></tr>
<tr style="mso-yfti-irow: 28;"><td style="background-color: transparent; border-bottom: windowtext 1pt solid; border-left: windowtext 1pt solid; border-right: windowtext 1pt solid; border-top: #f0f0f0; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding-bottom: 0cm; padding-left: 5.4pt; padding-right: 5.4pt; padding-top: 0cm; width: 324.35pt;" valign="top" width="432"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 11pt;">Com duplicados para os assentos paroquiais de 1874 a 1875</span></div></td><td style="background-color: transparent; border-bottom: windowtext 1pt solid; border-left: #f0f0f0; border-right: windowtext 1pt solid; border-top: #f0f0f0; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding-bottom: 0cm; padding-left: 5.4pt; padding-right: 5.4pt; padding-top: 0cm; width: 49.6pt;" valign="top" width="66"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 11pt;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>$480</span></div></td><td style="background-color: transparent; border-bottom: windowtext 1pt solid; border-left: #f0f0f0; border-right: windowtext 1pt solid; border-top: #f0f0f0; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding-bottom: 0cm; padding-left: 5.4pt; padding-right: 5.4pt; padding-top: 0cm; width: 58.25pt;" valign="top" width="78"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div></td></tr>
<tr style="mso-yfti-irow: 29;"><td style="background-color: transparent; border-bottom: windowtext 1pt solid; border-left: windowtext 1pt solid; border-right: windowtext 1pt solid; border-top: #f0f0f0; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding-bottom: 0cm; padding-left: 5.4pt; padding-right: 5.4pt; padding-top: 0cm; width: 324.35pt;" valign="top" width="432"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 11pt;">Com dois livros para os assentos de casamentos e óbitos</span></div></td><td style="background-color: transparent; border-bottom: windowtext 1pt solid; border-left: #f0f0f0; border-right: windowtext 1pt solid; border-top: #f0f0f0; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding-bottom: 0cm; padding-left: 5.4pt; padding-right: 5.4pt; padding-top: 0cm; width: 49.6pt;" valign="top" width="66"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 11pt;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>1$100</span></div></td><td style="background-color: transparent; border-bottom: windowtext 1pt solid; border-left: #f0f0f0; border-right: windowtext 1pt solid; border-top: #f0f0f0; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding-bottom: 0cm; padding-left: 5.4pt; padding-right: 5.4pt; padding-top: 0cm; width: 58.25pt;" valign="top" width="78"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div></td></tr>
<tr style="mso-yfti-irow: 30;"><td style="background-color: transparent; border-bottom: windowtext 1pt solid; border-left: windowtext 1pt solid; border-right: windowtext 1pt solid; border-top: #f0f0f0; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding-bottom: 0cm; padding-left: 5.4pt; padding-right: 5.4pt; padding-top: 0cm; width: 324.35pt;" valign="top" width="432"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div></td><td style="background-color: transparent; border-bottom: windowtext 1pt solid; border-left: #f0f0f0; border-right: windowtext 1pt solid; border-top: #f0f0f0; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding-bottom: 0cm; padding-left: 5.4pt; padding-right: 5.4pt; padding-top: 0cm; width: 49.6pt;" valign="top" width="66"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 11pt;">110$600</span></div></td><td style="background-color: transparent; border-bottom: windowtext 1pt solid; border-left: #f0f0f0; border-right: windowtext 1pt solid; border-top: #f0f0f0; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding-bottom: 0cm; padding-left: 5.4pt; padding-right: 5.4pt; padding-top: 0cm; width: 58.25pt;" valign="top" width="78"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div></td></tr>
<tr style="mso-yfti-irow: 31; mso-yfti-lastrow: yes;"><td style="background-color: transparent; border-bottom: windowtext 1pt solid; border-left: windowtext 1pt solid; border-right: windowtext 1pt solid; border-top: #f0f0f0; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding-bottom: 0cm; padding-left: 5.4pt; padding-right: 5.4pt; padding-top: 0cm; width: 324.35pt;" valign="top" width="432"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div></td><td style="background-color: transparent; border-bottom: windowtext 1pt solid; border-left: #f0f0f0; border-right: windowtext 1pt solid; border-top: #f0f0f0; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding-bottom: 0cm; padding-left: 5.4pt; padding-right: 5.4pt; padding-top: 0cm; width: 49.6pt;" valign="top" width="66"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div></td><td style="background-color: transparent; border-bottom: windowtext 1pt solid; border-left: #f0f0f0; border-right: windowtext 1pt solid; border-top: #f0f0f0; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding-bottom: 0cm; padding-left: 5.4pt; padding-right: 5.4pt; padding-top: 0cm; width: 58.25pt;" valign="top" width="78"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 11pt;">110$600</span></div></td></tr>
</tbody></table></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">E na sobredita forma houve a Junta estas contas por bem dadas, tomadas e aprovadas em, sessão de 18 de Setembro de 1875.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">O Presidente…………… O Pároco António Ferreira da Cunha</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">O Regedor…………….. Manuel Coelho de Moura</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">O Vogal……………….. Rodrigo de Araújo</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">O vogal tesoureiro</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><strong><span style="font-size: x-small;">Imagens a partir de cima:</span></strong></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><strong><span style="font-size: x-small;">Página de rosto da <em>Cavalgada.</em></span></strong></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><strong><span style="font-size: x-small;">Títutlo da "Colecção de vários apontamentos históricos".</span></strong></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><strong><span style="font-size: x-small;">Uma acta da Junta de Paróquia de Monte de Fralães escrita e assinada pelo Pe. João Pereira Gomes Rosa.</span></strong></div>José Ferreirahttp://www.blogger.com/profile/12998775423781902109noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6781354469143898089.post-28407944177947735152009-10-29T16:04:00.007-07:002009-10-29T16:05:58.295-07:00Monte de Fralães, a terra de D. Paio Peres Correia<span style="font-size:130%;color:#cc9933;">1 - Fralães, Solar dos Correias</span><span style="color:#996633;"><br /><br /></span>Na sua <em>Pedatura Lusitana</em>, ao começar a falar dos Correias, Cristóvão Alão de Morais afirma:<br />“O Solar dos Correias é a honra de Farlães (que assim se acha nas escrituras antigas, e não Farelães, como hoje corruptamente se diz). Está esta honra no termo de Barcelos, duas léguas e meia de Braga”.<br />E acrescenta:<br />“No livro da Leitura Nova que mandou fazer El-rei D. Afonso III, Conde de Bolonha, folhas 3, se acha a que se tirou de S. Pedro do Monte, Terra de Faria, e nela declaram as testemunhas: quod nullum fors faciunt, nec fecerunt Dns. Regi, quia est honor Dom Pelagii Corrigia.<br />E na freguesia de Santa Maria de Viatodos, folhas 30 do dito livro, diz uma testemunha: quod esta parrochia ista out est cautus ipsius Euliae ouet est Honor de Farlães, aut est Honor vetus de Ulvar.<br />E no livro dos devassos de El-rei D. Dinis, folhas 81, no termo da terra de Faria, se diz: Item a freguesia de S. M.ª de Farlães o paço que foi de D. Payo Correia o velho é pgado que viram honrado, desde que se recordam as testemunhas, e de ouvida de longo tempo, e ficou honrada como estava”.<br />As citações em latim estão cheias de erros, mas remetem para textos autênticos. Podemos então resumir isto:<br />Em S. Pedro do Monte, que hoje se chama Monte de Fralães, fica o Solar dos Correias, e as Inquirições de D. Afonso III confirmam que a freguesia não só pertencia a D. Paio Correia (avô de D. Paio Peres Correia), como era Honra de Fralães, honra que se continuava pela vizinha freguesia de Viatodos.<br />Afirmações muito semelhantes às da <em>Pedatura Lusitana</em> vêm na <em>Corografia Portuguesa</em>, quando lá se fala da “Honra de Fralães”:<br />“Duas léguas de Barcelos, para a parte do sul e no meio das terras do seu termo, está a Honra de Casa de Fralães, solar do ilustre apelido de Correias (…)”<br />No século XVI, D. João Ribeiro Gaio tinha escrito: “Farelães é o solar / Que aos Correias deu o ser/ E D. Paio (Peres Correia) veio a ter (…)”<br /><br /><p><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5395884258793231570" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 140px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKJantdVJI17nIoZ-sqVAL5kJHnvjn2kezaTW5dDYCPbcDBwNtRw5XbaXA3hJKZj3StbsqKz5ckYwHfLfurLqdxGwK4I0xyasckRWhOvF_hba0GAPKA4NKXvM8Fj01KoO88MI3HWuYXWE/s400/ppc+f2.JPG" border="0" /><br /><strong>Os primeiros Correias documentados</strong><br /><br />Os primeiros Correias seguramente documentados são D. Paio Soares Correia e seus descendentes, mesmo que os pais deste D. Paio venham assinalados nos Livros de Linhagens.<br />Lá se diz que ele foi casado primeiro com D. Gontinha Godins, de quem teve D. Sancha Pais e D. Ouroana Pais Correia.<br />Casou depois com Maria Gomes da Silva e deste casamento nasceram Pêro Pais Correia e D. Maria Pais de Fiães (“Foannes” - Fiães fica em Gondifelos).<br />Todas estas pessoas vêm assinaladas nas Inquirições, não longe de Fralães.<br />Pêro Pais Correia, sempre segundo o Nobiliário, casou com Dórdia Pais, filha de Pêro Mendes, de Aguiar; veja-se agora a lista dos filhos deste casal:<br />O Mestre Paio Correia, João Correia, Martim Correia, Soeiro Correia, Gomes Correia, outro Paio Correia (dito Alvarazento), D. Mor Peres Correia e D. Sancha Peres Correia. <img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5395884459596547058" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 61px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgBIjAqn1npFILcesqZdggw3F7FgGI10kLfxTxWf8PBgJc8_1VgWIf87NfirorLxrXDJ4DR3hcLauVnoXCnTPX2taG1CMwZGsZgfopLkipqIyO2LWL5jsxgdcYZF-7tsMiwAhP5KGARx34/s400/ppc+f+2.JPG" border="0" /><br /><strong>Nas Inquirições de Afonso III</strong><br /><br />É mais que provável que os Correias se tivessem colocado ao lado do Conde de Borgonha quando ele disputou o trono ao irmão. Depois, em 1258, o Grão-Mestre de Santiago era uma figura de grandíssima importância peninsular. Além do mais, tinha acabado definitivamente com o domínio mouro no sul de Portugal, e alguns de seus irmãos tinham-no acompanhado nas expedições bélicas. A família adquirira um estatuto muito diferente do que possuía em 1220. Por isso certamente, nestas segundas Inquirições os Correias têm uma visibilidade que não se descortinara antes.<br /><br /><strong>D. Paio Soares Correia e a sua esposa</strong><br /><br />Se D. Paio Soares Correia fora ignorado em 1220, agora não o vai ser. Até o nome da sua primeira esposa aparece.<br />De Monte de Fralães (então S. Pedro do Monte, repetimos), afirma-se que <em>“(...) nullum forum faciunt nec fecerunt Domino Regi, quia est honor vetus Pelagii Correya”: </em>não fazem nenhum foro nem fizeram a El-Rei, porque é honra antiga de Paio Correia.<br />De Gresufes, incluída depois em Balasar, diz-se que <em>“est honor vetus Domni Pelagii Corrigie veteris”: </em>é honra antiga de D. Paio Correia, o Velho.<br />De Vicente (Santa Marinha de Vicente, anexada a Gondifelos, e que confinava com Gresufes), informa-se que <em>(…) parrochia ista est honor Corrigiarum de veteri (...):</em> esta paróquia é honra dos Correias desde antigamente.<br />S. Veríssimo (integrada posteriormente em Cavalões), <em>(...) tota ista parrochia aut est honor illustri</em> (sic) <em>Regis Domini Alfonsi Primus, aut honor Domni Pelagi Corrigie, et in loco qui dicitur Cova nutriverunt Mariam Pelaiz Corrigiam et Sanciam Petri Gravel, et sic non est ibi locus per quod furare possit maiordomus</em>: toda esta paróquia é honra do ilustre Rei D. Afonso I ou honra de D. Paio Correia, e no lugar que se chama Cova criaram Maria Pais Correia e Sancha Peres Gravel, e assim não há aí lugar por onde possa entrar o mordomo.<br />Além de o nome D. Paio Correia surgir ao lado do D. Afonso Henriques, foram ainda aí criadas a sua filha Maria Pais Correia e uma neta, Sancha Peres Gravel.<br />Em Nine, os lugares das Ouintãs e da Ribeira <em>(…) sunt honoris veteris de pousada Domni Pelagii Corrigia:</em> são da honra antiga da pousada de D. Paio Correia.<br />Finalmente, de Viatodos, ficamos a saber que <em>(...) tota ista parrochia aut est cautum ipsius ecclesie aut est honor de Farlaes aut honor vetus de Ulvar, preter in Feverus (...):</em> toda esta paróquia ou é couto da própria igreja ou é honra de Fralães ou honra antiga de Ulvar, fora Febros.<br />Curiosamente, todas estas terras ficam à margem do rio Este.<br />Mais longe de Fralães, a respeito de Nabais, ainda nos é dito o seguinte:<br />“Item, disse que Paio Correia comprou aí um casal de que davam a El-Rei a sexta em ração e não tinha aí qualquer avoenga nem entrada, e à sua morte doou-o ao Mosteiro de Várzea e desse casal fizeram dois recentemente”<a title="" style="mso-footnote-id: ftn1" href="http://www.blogger.com/post-edit.g?blogID=6781354469143898089&postID=4008993359749637410#_ftn1" name="_ftnref1">[1]</a>.<br />Em Viatodos o nome da esposa deste Correia surge três vezes.<br />“Item, disse que desta colação dão a El-Rei por ano da fossadeira, a saber, da herdade de Trás-o-Rio, de D. Gontinha, uma vara de bragal.<br />Item, disse que em Britelos, no casal que foi de D. Gontinha, criaram recentemente uma filha de João de Guilhade.<br />... e disse que não vê dar esta renda senão da quintã de Soeiro Afonso e da quintã de D. Gontinha, das quais davam cada um sua galinha”<a title="" style="mso-footnote-id: ftn2" href="http://www.blogger.com/post-edit.g?blogID=6781354469143898089&postID=4008993359749637410#_ftn2" name="_ftnref2">[2]</a>.<br />Ali ao lado, em Nine, também ocorre o nome da mesma senhora:<br /><em>“Item, de hereditate de tras rivo Domne Gontine, j. vara de bragal”.<br />“Item, de quintana Domne Gontine, j. ansarem</em>”.<br />Item, da herdade de Trás-o-Rio, de D. Gontinha, uma vara de bragal.<br />Item, da quintã de Trás-o-Rio, de D. Gontinha, um pato.<br /><br /><strong>D. Pêro Pais Correia</strong><br /><br />Nas Inquirições, só encontramos a respeito do pai do Grão-Mestre de Santiago, em 1258, que a “Villa Casalis”, de Balasar <em>“tota est onorata per Domnum Petrum Pelagii Corrigiam, qui ibi nutritus fuit, et multi ibidem defensi sunt per eum”:</em> foi toda honrada por D. Pêro Pais Correia, que aí foi criado, e muitos lá se defendem por ele.<br />Repare-se no nome: D. Pêro Pais Correia, a saber, filho de Paio Correia.<br />Este amádigo é dos mais antigos realizados pela família. Convém lembrar que havia ali muito próximo, em Fiães, vários parentes desta criança.<br />Em 1258, Pêro Pais Correia, que era muito rico, ainda seria vivo.<br />O seu nome não ocorre, tanto quanto sabemos, por terras da mulher.<br /><br /><strong>Ainda as mulheres de Fralães</strong><br /><br />Nestes tempos parece que os homens nobres no vigor da vida se deveriam dar à actividade guerreira, ao lado do seu rei, para acrescentar o património. As mulheres, essas ficariam provavelmente mais ligadas ao torrão natal. Por isso, se as encontramos nas redondezas de Fralães, isso é um argumento forte sobre a importância que este solar tinha para a família.<br />Já vimos o que se passava com as irmãs D. Sancha Pais e D. Ouroana Pais em 1220 e com D. Gontinha em 1258.<br />Vejamos o que se passava em Fiães, na antiga S. Marinha de Vicente. É preciso ter em conta que Fiães ficava à margem duma estrada de certa importância, ao contrário, por exemplo de Fralães, e que a freguesia era toda honra dos Correias. Ao lado, em Gestrins, Balasar, havia um grande reguengo com pousada régia. E ao lado também, a sul, ficava Gresufes, uma freguesia que era também toda da família.<br />Em 1258, volta a ser assinalado, em S. Marinha de Vicente, o nome do marido de D. Sancha, Reimão Peres:<br />Em certa quinta, (…) <em>criaverunt ibi filium Reymundi Petri et tollit septimam partem de fossadeira</em> (criaram aí um filho de Reimão Peres e ele toma a sétima parte da fossadeira), e mencionam-se dois filhos de D. Maria Pais, de Fiães, os cavaleiros Rui Vasques Quaresma e Martinho Vasques.<br />D. Ouroana e seu marido também reaparecem em 1258 em S. Salvador de Silveiros (incluída na Silveiros actual):<br />“Item disse que Pedro Gravel, com a sua esposa D. Ouroana, comprou as herdades dos Maadinhos, como ouviu, que eram os herdeiros da mesma vila, e desde então o mordomo não põe aí o pé.<br />Soeirinho disse em tudo como o abade. Acrescentou também que sabe quando o mordomo entrava no dito casal da Carreira, e sabe quando Pedro Gravel com a sua esposa D. Ouroana compraram as ditas herdades”<a title="" style="mso-footnote-id: ftn3" href="http://www.blogger.com/post-edit.g?blogID=6781354469143898089&postID=4008993359749637410#_ftn3" name="_ftnref3">[3]</a>.<br />Uma mulher que andava um pouco arredada destas citações era D. Maria Pais Correia ou D. Maria Pais, de Fiães. De facto já surgira acima a propósito de S. Veríssimo. Com ela, apareceu também uma filha de D. Ouroana, Sancha Peres Gravel:<br />"E no lugar chamado Cova criaram MariaPais Correia e Sancha Peres Gravel, e assim não há aí lugar por onde o mordome possa entrar”<a title="" style="mso-footnote-id: ftn4" href="http://www.blogger.com/post-edit.g?blogID=6781354469143898089&postID=4008993359749637410#_ftn4" name="_ftnref4">[4]</a>.<br />D. Maria Pais Correia, que podia ter ido com a mãe, que se casou segunda vez, afinal instalou-se em Fiães. Com quem casou? Com Vasco Martins Mogudo, de Sendim.</p><p><span style="font-size:85%;">(1) Item, dixit quod Pelagius Corrigia comparavit ibi unum casale, de quo dabant Domino Regi sextam in ratione et non habebat ibi aliquam avolengam neque intratam, et ad mortem suam dedit illud monasterio de Varzena et de ipso casale fece­runt duo de novo.<br />No parágrafo que se segue a esta frase, menciona-se D. Ouroana e explicitamente se declara que ela é filha de D. Paio Correia.</span></p><p><span style="font-size:85%;">(2) Item, dixit quod de ista collatione dant Domino Regi annuatim de fossa­daria, scilicet, de hereditate de Tras Rivo Domne Guntine j. vara de bragali”.</span></p><p><span style="font-size:85%;">“Item, dixit quod in Britelus, in casali que fuit Domne Guntine, nutrive­runt modo filiam Joahnis de Guiladi”.</span></p><p><span style="font-size:85%;">“(…) et dixit quod non vidit dare rendam istam nisi de quintana Suerii Alfonsi et de quintana Domne Guntine, de quibus etiam dant singulas galinas.</span></p><p><span style="font-size:85%;">(3) Item dixit quod Petrus Gravel cum uxore sua Domna Ouroana compa­ravit hereditates de Maadinos, ut audivit, qui erant herdatores ipsius ville, et ex tunc maiordomus non misit ibi pedem.</span></p><p><span style="font-size:85%;">Sueyrino dixit in omnibus sicut abbas. Addit etiam quod scit quando maiordomus intrabat in predicto casale de Carreira, et scit quando Petrus Gravel cum uxore sua Domna Ouroana comparaverunt predictas here­ditates.</span></p><p><span style="font-size:85%;">(4) in loco qui dicitur Cova nutriverunt Mariam Pelaiz Corrigiam et Sanciam Petri Gravel, et sic non est ibi locus per quod furare possit maiordomus.</span></p><p><span style="font-size:85%;"><strong>Imagens: dois fragmentos do <em>Nobiliário do Conde D. Pedro</em> onde se assinalam os familiares próximos de Paio Peres Correa.</strong></span></p>José Ferreirahttp://www.blogger.com/profile/12998775423781902109noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6781354469143898089.post-7229362479933856852009-10-29T16:04:00.005-07:002009-10-29T16:07:35.180-07:002 - Onde nasceu D. Paio Peres Correia?<div>O que ficou dito até aqui convence qualquer pessoa de que de facto Fralães foi a casa-mãe dos Correias, como aliás é consensual. Mas agora vem a questão decisiva: onde nasceu D. Paio Peres Correia?<br />Afinal, onde se encontravam então os seus pais nessa altura? Como é que o seu pai é tão pouco recordado por estas paragens? Como é que em 1258 a casa de Fralães ainda é de D. Paio Correia? E da mãe do Grão-Mestre de Santiago, que notícia há dela?<br />Para estas perguntas não há respostas inteiramente satisfatórias. Mas é possível aduzir factos que tornam credível a afirmação de que o futuro Grão-Mestre de Santiago foi uma criança de Fralães.<br />Como D. Paio Correia o Velho, também Pêro Pais Correia terá sido frequentador do paço. O nobiliarista Felgueiras Gaio traz duas informações bastante vagas sobre o pai do Grão-Mestre de Santiago que dão solidez a esta afirmação:<br /><em>A este chamava a rainha D. Brites, mãe de D. Afonso III, “mi Padre”, como consta das Inquirições do rei D. Afonso. Devia ser por ele ter alguma inspecção na sua criação.</em><br />Embora a citação contenha o erro de dizer que a mãe de Afonso III se chamava D. Brites — D. Brites poderia ser era a segunda esposa deste rei — sugere que ele fosse frequentador da corte.<br />O mesmo autor regista ainda sobre ele a seguinte façanha pouco edificante:<br /><em>... comprou uma quinta no Couto do Mosteiro de Roriz em que fez umas casas, que lhe quiseram impedir os priores dele, pelo que lhe matou dois religiosos, como consta das Inquirições do rei D. Dinis.</em><br />O casamento que Pêro Pais Correia fez com uma rica herdeira de terras de Aguiar e de Basto, herdeira que nem sequer tinha irmãos rapazes, mas apenas outra irmã..., tê-lo-á afastado de Fralães? Eis uma questão decisiva.<br />A nossa resposta, assente apenas no texto das Inquirições de 1258, é a de que parece que ele e sua família, para residência, deram preferência ao paço de Fralães sobre as terras do interior. Veremos o que se passou com alguns dos seus oito filhos — seis rapazes e duas raparigas.<br />Repare-se já contudo que a citação que o liga a Roriz o mostra cá próximo da costa.<br /><br /><strong>Os irmãos de D. Paio Peres Correia</strong><br /><br />Recordemos a lista dos filhos de Pêro Pais Correia: Paio Correia (o Grão-Mestre de Santiago), João Correia, Martim Correia, Soeiro Correia, Gomes Correia, outro Paio Correia (o Alvarazento), D. Mor Peres Correia e D. Sancha Peres Correia.<br />O Nobiliário regista apenas os casamentos de três deles: João Correia, que casou com Elvira Gonçalves Taveira; Soeiro Correia, que casou com Teresa Martins Espinhel; D. Mor, que casou com Estêvão Peres de “Molles”.<br />De Gomes Correia sabe-se que foi casado com Maria Anes Redondo I, filha de João Pires Redondo I.<br />Se pouco nos adianta saber os nomes das esposas destes três Correias, adianta-nos bastante saber que D. Mor Pais Correia casou para <em>Molnes</em>, hoje Remelhe. Estêvão Peres de Molnes é largamente lembrado em 1258. Ocorre ao menos nas freguesias de Santo Adrião de Macieira, São Mateus de Grimancelos, Santa Leocádia de Pedra Furada, Mosteiro da Várzea, Santa Maria de Moure do Couto da Várzea, S. Lourenço de Alvelos, S. Tiago de Molnes, Santa Marinha de Remelhe e Arcos.<br />Se D. Mor fosse uma jovem de Basto ou Aguiar teria vindo casar nas Terras de Faria?<br />Veja-se como mais três irmãos de D. Mor tiveram interesses nas proximidades do Solar de Fralães.<br /><br /><br /><strong>João Peres Correia e Soeiro Peres Correia</strong><br /><br />João Peres Correia em Grimancelos protagonizou também ele um amádigo:<br />“Soeiro Soares Velho recebeu João Peres Correia de novo em certa herdade sua, da qual El-Rei perdeu voz e coima dos três filhos do sobredito homem e de mais se aí morarem”<a title="" style="mso-footnote-id: ftn1" href="http://www.blogger.com/post-edit.g?blogID=6781354469143898089&postID=1851080357989887650#_ftn1" name="_ftnref1">[1]</a>.<br />Em Remelhe, é um filho dele que é criado, com a mesma função:<br />“Estêvão Martins criou há pouco uma filha do cavaleiro Fernando Estêvão que lhe foi dada por D. João Correia.<br />Item, Mendo Gonçalves recolheu João Correia por filho”<a title="" style="mso-footnote-id: ftn2" href="http://www.blogger.com/post-edit.g?blogID=6781354469143898089&postID=1851080357989887650#_ftn2" name="_ftnref2">[2]</a>.<br />Em Arnoso, Santavaia, o próprio João Correia faz uma aquisição:<br />“Item, disse que João Correia adquiriu aí recentemente uma herdade foreira a El-Rei”<a title="" style="mso-footnote-id: ftn3" href="http://www.blogger.com/post-edit.g?blogID=6781354469143898089&postID=1851080357989887650#_ftn3" name="_ftnref3">[3]</a>.<br />Em Nine, vamos encontrar um filho deste João Peres Correia e o irmão Soeiro Peres Correia:<br />“Foram aí acolhidos João Lourenço da Cunha e Gonçalo, filho de João Correia, e Estêvão Martins, filho de D. Martim Jejuno, e Soeiro Peres Correia”<a title="" style="mso-footnote-id: ftn4" href="http://www.blogger.com/post-edit.g?blogID=6781354469143898089&postID=1851080357989887650#_ftn4" name="_ftnref4">[4]</a>.<br />Este Soeiro Peres Correia teve um genro natural do Louro, chamado João Pires Velho (<em>Pedatura Lusitana</em>) - familiar com certeza do Soeiro Soares Velho que recebeu João Peres Correia em Grimancelos.<br />Pela <em>Pedatura Lusitana</em>, sabemos ainda que a esposa de João Peres Correia se chamava «vulgarmente D. Maria de Fralães» e que uma sua filha casou para o Louro.<br /><br /><br /><strong>Gomes Peres Correia</strong><br /><br />São as seguintes as ocorrências do nome deste irmão do Mestre D. Paio Peres Correia:<br />Em S. João de Bastuço:<br /><em>... nutriverunt ibi Gomecium Corrigiam (…):</em> criaram aí Gomes Correia...<br />Importante esta informação: Gomes Peres Correia esteve ali em tenra idade.<br />No Louro:<br />“Item, da herdade de Gonçalo Rebordelo, um bragal desde antigamente, e a mulher de Gomes Correia toma a terça da terça deste bragal, menos uma décima, porque aí foi acolhida.<br />Se esteve no Louro na infância, era dali”<a title="" style="mso-footnote-id: ftn5" href="http://www.blogger.com/post-edit.g?blogID=6781354469143898089&postID=1851080357989887650#_ftn5" name="_ftnref5">[5]</a>.<br /><br /><span style="font-size:85%;">Gomes Peres Correia «teve também uma acção importante na recon­quista. Em 1243, aparece a confirmar um privilégio do príncipe D. Afonso em que são doadas à Ordem de Santiago as vilas de Galera, Orce, e outras próximas, como recompensa dos serviços prestados aquando da recon­quista de Chinchila, e no mesmo ano, quando o futuro rei sábio confirma a doação dos castelos de Serra e do Alto Segura à Ordem de Santiago, Gomes Peres fica tenente de importante praça de Cieza.» (3).<br />Gomes Peres Correia «foi casado com Maria Anes Redondo, filha de João Pires Redondo I, um dos cavaleiros beneficiados no «Repartimiento» de Sevilha, e de Gontinha Soares de Melo» (4).<br /></span><br />De D. Paio Peres Correia supõe-se que partiu cedo para Alcácer do Sal, para se fazer espatário. De facto, o seu nome não ocorre por cá.<br />Por terras de Basto, mencionam-se uma vez, em 1258, a esposa do filho Gomes Correia e uma outra vez os «filhos de Soeiro Correia». Nada mais. É bem diferente o que se passa cá por baixo.<br /><br /><a title="" style="mso-footnote-id: ftn1" href="http://www.blogger.com/post-edit.g?blogID=6781354469143898089&postID=1851080357989887650#_ftnref1" name="_ftn1"><span style="font-size:85%;">[1]</span></a><span style="font-size:85%;"> Suerius Suariz Velio recepit Joahnnem Petri Corrigiam noviter in quadam ereditate sua nova, de qua Dominus Rex perdit vocem et calump­niam de tribus filiis predicti hominis et de pluribus si ibi moraverint.<br /></span><a title="" style="mso-footnote-id: ftn2" href="http://www.blogger.com/post-edit.g?blogID=6781354469143898089&postID=1851080357989887650#_ftnref2" name="_ftn2"><span style="font-size:85%;">[2]</span></a><span style="font-size:85%;"> Stephanus Martiniz nutrit modo filiam Fernandi Stephani militis, datam sibi a Domno Johanne Corrigia.<br />Item, Menendus Gunsalvi collegit Johannem Corrigia pro filio.<br /></span><a title="" style="mso-footnote-id: ftn3" href="http://www.blogger.com/post-edit.g?blogID=6781354469143898089&postID=1851080357989887650#_ftnref3" name="_ftn3"><span style="font-size:85%;">[3]</span></a><span style="font-size:85%;"> Item, dixit quod Johannes Corrigia acquisivit ibi hereditatem forariam Domini Regis modo de novo.<br /></span><a title="" style="mso-footnote-id: ftn4" href="http://www.blogger.com/post-edit.g?blogID=6781354469143898089&postID=1851080357989887650#_ftnref4" name="_ftn4"><span style="font-size:85%;">[4]</span></a><span style="font-size:85%;"> (…) fuerunt ibi collecti Joahnnes Laurencii de Cuyna et Gunsalvus Joahnnis Corrigia et Stephanus Martiniz, filius Domni Martini Jejunus, et Suerius Petri Corrigia.<br /></span><a title="" style="mso-footnote-id: ftn5" href="http://www.blogger.com/post-edit.g?blogID=6781354469143898089&postID=1851080357989887650#_ftnref5" name="_ftn5"><span style="font-size:85%;">[5]</span></a><span style="font-size:85%;"> Item, de hereditate de Gunsalvo Revordelo, j. bragal de veteri et uxor Gometii Corrigie tollit terciam de tercia de isto bragali minus decima, quia fuit ibi collecta...</span></div>José Ferreirahttp://www.blogger.com/profile/12998775423781902109noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6781354469143898089.post-87020541551041534752009-10-29T16:04:00.003-07:002009-10-29T16:08:25.805-07:003 - Conclusões<div>Desde há muito anos que vimos a estudar e a reflectir sobre esta questão da naturalidade de D. Paio Peres Correia. O que agora escrevemos é a actualização de um trabalho que publicámos na <em>Barcelos Revista</em> em 1993 e 1997.<br />Esta magna tarefa não fica em definitivo aclarada. Outros terão conhecimento de informações tanto ou mais esclarecedoras do que as que apresentámos. Mas este contributo, a reflexão que nele fazemos sobre o lugar dos Correias nas Inquirições é imprescindível para tal esclarecimento.<br />Nenhuma outra freguesia tem mais hipóteses que monte de Fralães de ter sido a terra natal do 16º Grão-Mestre de Santiago. Mesmo que por qualquer acidente o não tivesse sido, ela nunca deixaria de ser uma referência importante para ele, uma vez que a sua família paterna mergulha ali as suas raízes mais fundas: o avô foi lá e nas suas redondezas uma figura notável; pai, tios e tias, primos viveram ali de perto.<br />Até improvável prova em contrário, defendo que se deve manter a afirmação de que ele é dali natural.</div>José Ferreirahttp://www.blogger.com/profile/12998775423781902109noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6781354469143898089.post-61003017476898848312009-10-29T16:04:00.001-07:002009-10-29T16:09:20.553-07:00APÊNDICE DOCUMENTAL SOBRE D. PAIO PERES CORREIA<div><strong><span style="font-size:130%;"></span></strong><br /><strong>Origem dos documentos:</strong><br /><a href="http://www.cervantesvirtual.com/servlet/SirveObras/01383842033682839088024/p0000014.htm">http://www.cervantesvirtual.com/servlet/SirveObras/01383842033682839088024/p0000014.htm</a><br /><br /><strong><span style="font-size:130%;">O infante herdeiro D. Afonso declara ao Mestre D. Paio Peres Correia e à Ordem de Santiago que lhes entregará para criar o primeiro filho que tenha de sua mulher D. Violante, filha de El-Rei de Aragão</span></strong><br /><br /><p><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5396270067895828754" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 191px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgKSjV1HEb5ZRxDr_mkhtxr5f0CDHfMSEDhfKvhjxJ66899_p4NXiwWlCZkOJpDdifZemlw3QcuFLW8i8lVtMUqyUFN2-yvcDe33qwe2lvkIs6j4oviAHHoqCsMdsMbrk6ZSDVXHynTh7s/s400/a+x.jpg" border="0" /><br />In Dei nomine, et eius gratia.<br />Conoscida cosa sea a todos cuantos esta carta vieren, como yo infante don Alfonso, fijo del rey don Fernando de Castiella, e de Toledo, de León, e de Galicia, de Córdoba, e de Murcia, por amor de don Pelay Pérez Correa, maestro de la orden de Santiago, e por el gran servicio que él, e toda la orden de Santiago, me ficieron siempre, e me facen, otorgol, e promotol a él, que es Maestro, e por el so amor a cualquier otro Maestro que después dél venga en esa su misma orden de Santiago, e a toda la orden de so una, de darles que me crien el primero fijo varón que yo oviere en mi mogier la infanta doña Yoles, fija del rey de Aragón. Et porque este mio otorgamiento sea mais estable, mandé poner en esta mi carta mío seello plomado por corrobramiento. Facta concessio, et carta apud Burg. Inf. exp. quinta die septemb. era M.CC.LXXXI. </p><p><br /><br /><strong><span style="font-size:130%;">O rei São Fernando herda, na pessoa de D. Paio Peres Correia, a Ordem de Santiago em Carmona com várias coisas</span></strong></p><p>Conoscida cosa sea a cuantos esta carta vieren, como yo don Fernando, por la gracia de Dios rey de Castilla, y de Toledo, de León, de Galicia, de Córdoba, de Murcia, de Jaén, en uno con la reina doña Joana mi mujer, y con mios fijos don Alfonso, don Frederic, don Henric, dó, y otorgo a vos don Pelay Pérez, maestro de la orden de la caballería de Santiague, y a todos vuestros succesores, y a los freires desa misma orden, los que son, y los que después verán, casas en la villa de Carmona, cuales conviene a homes de orden; y dó vos heredad para veinte yugos de bueyes a año e vez en el cortijo que dicen Silvar, enredor de la Torre, y dó vos el cortijo y la Torre. Et esta heredad que la hayades con prados, y con aguas, y con entradas y con salidas: et dó vos la presa de los molinos, que dicen Silvar, con su torre, y con su cortijo, y veinte arenzadas de viñas, y cuatro arenzadas de huerto rededor de la Villa dó acaeciere de lo del almacén; et otorgo vos que hayades poder de facer un forno en la Villa; et esto todo sobredicho, vos dó que lo hayades siempre por juro de heredad quitamientre, y libremiente, como lo que en el mundo mejor habedes. Et esta carta desta mi donación sea siempre firme y estable, y ninguno non sea osado de quebrantarla, nin de minguarla, nin de ir contra ella; ca aquel que lo ficiese, habríe la ira de Dios, y la mía, y pecharmie en coto mil mrs., y a vos Maestre, y a la orden todo el daño duplado.<br />Facta carta in exercitu prope Sivillam, Rege exp. XX. die januarii, era M.CC.LXXX. sexta. Et ego prænominatus rex: Ferrandus regnans in Castella, Toleto, Legione, Galletia, Corduba, Murcia y Jaheno, Badallocio y Baetia, hanc cartam quam fieri iussi, manu propria roboro, et confirmo. =Sedes Toletana vacat.<br /><br />Infans dominus Alphonsus frater dñi. Regis conf.<br />Joannes Compostellanæ Sedis Archiepiscopus conf.<br /><br /><br />Aparicius Burg. Eps. c.<br />Alphonsus Lupi c.<br />Bernaldus Segob. Eps. c.<br />Alphonsus Tellii c.<br />Ferrandus Segontinus Eps. c.<br />Nunius Gonzalvi c.<br />Matheus Conchensis Eps. c.<br />Gonzalvus Gonzalvi c.<br />Egidius Oxomensis Eps. c.<br />Simon Roderici c.<br />Benedictus Abulensis Eps. c.<br />Alvarus Egidii c.<br />Aznarius Calagurritanus Eps. c.<br />Ferrandus Roderici c.<br />Guterrius Cordubensis Eps. c.<br />Joannes Garsiæ c.<br />Dominicus Baeciensis Eps. c.<br />Rodericus Roderici c.<br />Adam Placent. Eps. c.<br /><br />Maiordomus Curiæ Regis vacat.<br />Didacus Lupi Alferiz domini Regis conf.<br /><br /><br />Munio Legionensis Eps. c.<br />Rodericus Gomez c.<br />Rodericus Ovetensis Eps. c.<br />Ramirus Florez c.<br />Petrus Zamorensis Eps. c.<br />Rodericus Florez c.<br />Michael Civitatensis Eps. c.<br />Petrus Pontii c.<br />Petrus Astoricensis Eps. c.<br />Ferrandus Joannis c.<br />Michael Lucensis Eps. c.<br />Rodericus Roderici c.<br />Laurentius Auriens. Eps. c.<br />Sebastianus Guterrii c.<br />Lucas Tudens. Eps. c.<br />Alvarus Didaci c.<br />Martinus Mindoniensis Eps. c.<br />Pelagius Petri c.<br />Sancius Cauriensis Eps. c.<br />Petrus Salamantin. Eps. c.<br /><br /><br />Ferrandus Gonzalvi maior Merinus in Castella conf.<br />Garsias Rodericus maior Merinus in Legione conf.<br />Munio Ferrandi maior Merinus in Galletia conf.</p><p><br />Yo Sancho, &c. =Del archivo de Uclés, provincia de Castilla, lib. 2.<br /></p><p><br /><strong><span style="font-size:130%;">Pactos acordados, no mestrado de D. Paio Peres Correia, entre a Ordem de Santiago e o imperador Balduíno sobre o auxílio que aquela devia prestar a este</span></strong><br /><br /><em>Celebrou-se na presencia da rainha-mãe D. Berenguela, de 8 de Novembro deste ano em que morreu: achavam-se presentes também os bispos de Burgos e Ávila.</em><br /><br />Universis præsentes litteras inspecturis Balduinus Dei gratia, fidelissimus in Christo, Imperator a Deo coronatus, Romaniæ Moderator, et semper augustus, et frater Pelagius Magister ordinis militiæ S. Iacobi in Hispania, salutem in Domino.<br />Noveritis, quod inter nos Balduinum, imperatorem nomine nostro, et imperii nostri, et nos Pelagium Magistrum nomine nostro, et ordinis, nostri, de voluntate, et assensu domini Papæ, et fratrum suorum conventio facta est in hunc modum: Nos Magister ibimus in Constantinopolim, et ducemus nobiscum trecentos milites nobiles, quorum ................ erunt de ordine nostro, et alii sæculares tam nobiles, et si plures possunt esse de ordine, bona fide erunt, et isti trecenti milites habebunt trecentos destrarios, et trecentos alios equos minores de arma.<br />Item ducemus ducentos balistarios, quorum centum erunt equites, et centum pedites boni, et probi.<br />Item ducemus mille bonos servientes pedites cum bonis armis, quos omnes secundum nostrum præstayatum habebimus, et tenebimus in imperio Romaniæ a tempore quo pervenerimus in Constantinopolim, usque ad biennium completum, nisi pro voluntate domini Imperatoris, antequam perveniamus Constantinopolim, inceperimus inimicos fidei imperii expugnare, nam biennium supradictum incipiet numerari ab eo tempore, quo inceperimus inimicos fidei imperii expugnare, nam biennium supradictum incipiet numerari ab eo tempore, quo inceperimus guerram facere ubicumque in Imperio de mandato, et voluntate domini Imperatoris contra fidei inimicos prædictos; ita tamen quod in numero prædictorum militum, servientum balistariorum, et peditum omnes cruci signati, qui venire nobiscum elegerint, computentur. Post prædictum vero biennium debemus ibidem habere, et tenere perpetuo conventum nostri ordinis, in quo tenebimus milites, balistarios, et servientes bona fide secundum possibilitatem, et quantitatem bonorum, possessionum, et reddituum, quæ habuerimus in imperio Romaniæ ad arbitrium domini Papæ, et ecclesiæ Romanæ.<br />Item quando dominus Imperator, vel filius suus, et futurus hæres de mandato suo fecerit exercitum, vel cavalcatam, Nos, et successor noster, vel Comendator Romaniæ, et fratres ibimus cum eo secundum possibilitatem nostram bona fide. Si vero fecerit exercitum generalem, et ipse non iverit, vel filius suus, et hæres, Nos, vel Comendator, ibimus in exercitum in propria persona, si voluerimus, alioquin mittemus fratres, et homines nostros secundum posse nostrum bona fide in ipsum exercitum, et tunc de terra acquisita habebimus quartam partem.<br />Item faciemus Nos, vel Comendator, et fratres cum ipso domino Imperatore, vel hærede suo guerram, treguas, et pacem, quotiens ipse feceri, vel hæres suus cum inimicis, et contra fidei inimicos.<br />Nos vero Imperator tenemur, et debemus dare statim, cum ad Curiam Romanam præsentia domini Papæ, et Cardenalium, prædictis Magistro, et fratribus civitatem, quæ vocatur Visoya, et castrum, quod vocatur Medes, cum omnibus bonis, iuribus, possessionibus, territoriis, in portibus marium, et fluviorum, et pertinentiis eorundem civitatis et castri, libera et expedita; ita scilicet quod nulla ecclesia Cathedralis, seu alia quælibet, nullus etiam ordo, nulla universitas, nullum collegium, sive corpus, nulla quoque persona ecclesiastica, vel sæcularis in civitate, et castro prædictis, et infra terminos, sive territoria eorundem iurisdictionem aliquam seu possessionem, vel quamlibet actionem seu lus quodcumque habebunt, vel habita retinebunt, vel acquirent, vel apprehendent quocumque titulo sine consensu, et voluntate Magistri, et fratrum ordinis supradicti. Et procurabimus pro posse nostro bona fide, quod quantum ad ecclesias, et personas ecclesiasticas dominus Papa procurabit, et interponet auctoritatem suam. Et debent habere prædicti Magister, et fratres quadraginta millia marcharum sterlingorum bonorum novorum, et legalium, tredecim solidis, et quatuor denariis pro qualibet marcha computatis.<br />Item debemus dare prædictis Magistro, et fratribus domos in Constantinopoli, et in territorio eiusdem civitatis vineas, et hæreditates bonas competentes, et congruas, ubi, et unde possint morari, et manere Magister, et Comendator Romaniæ, quando illuc venerint cum fratribus suis. De terris autem in toto imperio Romaniæ, per Nos, vel successores nostros, postquam prædicti Magister, et fratres illuc venerint, acquisitis, sive sint populatæ, ut scilicet civitates, Castra, Villæ, Burgi, &c. sive non populatæ, ut nemora, sylvæ litora marium, vel aliæ cultæ, vel incultæ, dabimus, et concedemus statim, cum ad Curiam Romanam venerimus in præsentia domini Papæ, et fratrum, prædictis Magistro, et fratribus iure hæreditario in perpetuum quintam partem liberam, et ab omnibus penitus expeditam; de terris vero per ipsos Magistrum et fratres, vel homines suos acquisitis, dabimus, et concedemus eis quartam partem similiter liberam, et expeditam, ita tamen quod si ipsi fratres aliquam civitatem, vel castrum obsederint, et ita arctaverint, quod habitatores non potentes se ulterius defendere, nec volentes se reddere fratribus, sed nobis potius, vel hominibus nostris, miserint pro nobis, ut se reddant nobis, vel hominibus nostris, Magister, et fratris nihilominus habebunt in locis huiusmodi quartam partem, sicut in aliis per ipsos acquisitis. Exceptis bonis ecclesiarum, et ecclesiasticarum personarum, de quibus quarta, nec alia pars detrahetur.<br />In cuius rei testimonium et munimen præsentem cartam sigillis nostris fecimus communiri. Hæc autem omnia acta sunt in præsentia dominæ Berengariæ Castellæ, et Legionis reginæ illustris, et venerabilium patrum Joannis Burgensis, et Cancellarii Castellæ, et Legionis, et B. Abulensis Episcoporum, et Magistri Joannis Capellani domini Papæ, et ecclesiæ, Carnotensis Decani, apud Vallemoleti, anno Domini millesimo ducentesimo quadragesimo sexto. Pontificatus domini Innocentii Papæ IV. anno tertio, et imperii nostri anno septimo. </p><p><strong><span style="font-size:130%;"></span></strong></p><p><strong><span style="font-size:130%;"></span></strong></p><p><strong><span style="font-size:130%;"></span></strong></p><p><strong><span style="font-size:130%;">O infante primogénito D. Afonso, a instâncias do Papa Inocêncio IV e do Imperador Balduíno seu parente, dá licença ao Mestre e à Ordem de Santiago para socorrer este último</span></strong><br /><br />Infans Alphonsus, illustris Regis Castellæ, et Legionis, Toleti, et Galleciæ, Cordubæ, Murciæ, et Jahenii, primogenitus, et hæres, dilectis suis Magistro, et fratribus ordinis militiæ S. Iacobi, salutem, et dilectionem.<br />Dilectioni vestræ volumus esse notum, quod nos ad preces sanctissimi patris domini Papæ, et charissimi affinis nostri Balduini imperatoris Constantinopolitani licentiam vobis Magistro damus, eundi personaliter in subsidium imperii Romaniæ, &c. Facta carta apud Jahenium, Infant. exprimente. XI. die maii, era M.CC.LXXXIIII.</p><p><br /><strong><span style="font-size:130%;">O Papa Inocêncio IV apela ao Mestre da Ordem de Santiago para que cumpra a oferta de auxílio ao imperador Balduíno de Constantinopla, lembrando o que eles se prometeram mutuamente em sua presença</span></strong><br /><br />Innocentius Episcopus, servus servorum Dei, dilecto filio Magistro, ordinis militiæ S. Iacobi, salutem et appostol. benedict.<br />Inter cæteras curas, quibus pro exaltatione fidei, et ecclesiæ multipliciter angimur ad subveniendum imperio Constantinopolitano a Græcis oppresso, eo fortius anxiamur, quo minus Terræ Sanctæ succursui, eodem (quod absit) non liberato, posse creditur subveniri. Cum itaque inter charissimum in Christo filium nostrum imperatorem Constantinopolitanum illustrem, ex parte una, et procuratores tuos, ex altera, super succursu ipsius imperii sic tractatum fuerit coram nobis, quod tu cum trecentis militibus, centum balistariis equitibus, et centum peditibus, ac mille servientibus bene armatis Constantinopolim vadas in ipso imperio, cum eisdem per biennium moraturus, et idem imperator civitatem Visoyæ, et castrum de Medes, cum pertinentiis eorum ad præsens, necnon ad partem de bonis, quaæ, Domino adiuvante, duxerit acquirenda, tibi, tuoque ordini largiatur, et quod tu post prædictum biennium conventum Militum, Balistariorum, et servientium secundum possibilitatem, quam habueris, in prxæfato imperio teneas bona fide iuxta nostræ arbitrium voluntatis, discretionem tuam monemus, rogamus, et hortamur in Domino per Appostolica tibi scripta mandantes, quatenus huiusmodi onus sub spe retributionis æternæ, pro honore, et exaltatione ordinis tui hilariter recipere non postponas. Itaut, sicut ipsius liberatio imperii tuum, et omnium Christi fidelium respicit honorem, et commodum, sic te præcipuum in numero sentiat adiutorem, et Deo cuius in hoc nihilominus causam prosequeris ad retributionis iustorum participium admittaris. Dat. Lugdun, X. kal. martii, pontificatus nostri anno tertio.<br /><br /><a name="I_403_"></a></p><p><strong><span style="font-size:130%;"></span></strong></p><p><strong><span style="font-size:130%;"></span></strong></p><p><strong><span style="font-size:130%;">O Imperador Balduíno promete fazer os príncipes e os barões da Roménia e do Império aceitar o acordo com a Ordem de Santiago sobre a ajuda que teve de pagar para a guerra contra os infiéis<br /></p></span></strong><p>Noverint universi, ad quos præsentes litteræ pervenerint, quod nos Balduinus Dei gratia, christianissimus Imperator a Deo coronatus, Moderator Romaniæ, promisimus, et per præsentes promittimus domino Pelagio Magistro ordinis militiæ S. Iacobi, et fratribus suis. Nos facturos, quod Principes, et Barones imperii Romaniæ adhibebunt consensum suum in omnibus, quæ inter nos nomine Imperii, et nostro. et dompnum Pelagium Magistrum conventum fuit, &c. Alioquin de nostra propria terra dabimus æquivalens concambium, &c. Actum apud Vallemoleti, anno Domini M.CC.XLVI.<br />Inocêncio IV apela ao Mestre e à Ordem de Santiago para que se ponha a caminho para em socorro do Imperador durante no próximo Agosto, oferecendo que o dinheiro estaria pronto até então, já que por ele faltar tal auxílio se não verificara no ano anterior<br /><a name="I_404_"></a><a href="http://www.cervantesvirtual.com/servlet/SirveObras/01383842033682839088024/p0000014.htm#I_403_"></a><a href="http://www.cervantesvirtual.com/servlet/SirveObras/01383842033682839088024/p0000014.htm#I_405_"></a>Innocencius Episcopus, servus servorum Dei, dilecto filio Magistro, et fratribus ordinis militiæ S. Iacobi salutem, et appostol. bened.<br />Licet nuntios vestros pro illo, de quo præhabitus est tractatus inter charissimum in Christo filium nostrum Constantinopolitanum Imperatorem illustrem, et vos, complendo contractu, ad præsentiam nostram duxeritis destinandos ..................... prædictus Imperator non erat paratus eis pecuniam assignare, contractus ille non potuit hac vice compleri, sed asserit, et promittit, se ita facturum, quod per totum proximo venturum mensem augusti habebit ex toto illam ..................... et Nos similiter tunc parati erimus exhibere, quod pro isto negotio duximus offerendurn. Cum igitur solutionis pecuniæ memoratæ deffectus nequaquam contigerit per contrariæ libitum voluntatis, universitatem vestram rogamus, monemus et hortamur per Appostolica vobis scripta mandantes, quatenus in eodem, quod ad negotium ..................... Nuntios vestros, qui pecunia vobis promissa nomine vestro recepta plenius ................... præfato mense ad sedem Appostolicam transmittere procuretis, &c. Dat. Lugdun. III. idus februarii, pontif. nostri anno quarto.<br /><br /></p><p><br /><strong><span style="font-size:130%;">O rei mouro de Múrcia, Zeyt Abuzeyt, neto de Almiramomoni, dá três lugares seus de Aragão à Ordem de Santiago, com certos encargos</span></strong></p><p>Conocida cosa sea a todos cuantos esta carta vieren, como yo don Zeyt Abuzeyt, nieto de Almiramomoni de mio grado, e de mi misma voluntad, e por remedio de mis pecados, e por salud de mi alma, e por muitos buenos servicios que de vos recibí, e recibiré cara delante, do, et otorgo a vos don Pelay Pérez, por la gracia de Dios, maestro de la orden de la caballería de Santiago, e a toda la vuestra orden, de firma por siempre más, los mios castiellos, los cuales ey en Aragón, Tuy, e Orcheta, e Torres. Dolos, e otórgolos a vos, e a los que después de vos vinieren, que los hayades, e los poseades por siempre, e los vendades, e los empeñedes, e los camiedes, e que fagades dellos todas vuestras voluntades, así como de las cosas más libres que vos avedes; e do vos, e otorgo vos estos sobredichos castiellos con todas sus pertenencias, e con todos sus términos novos e antiguos, con serras, con montes, con ríos, con fontes, con tierras labradas e por labrar, con prados, con pastos, con defesas, con rendas, con entradas, con salidas, e con todas las otras cosas con que yo estos castiellos ey, salva la renda del rey de Aragón, que há aver (pos de los mios días) la cuarta parte de los exidos, e facer por él guerra e paz, así como es devisado en los privilegios mios e suyos, e vos sobredicho Maestro avedes a quitar estos castiellos de penyos de catorce mil sueldos de jaqueros, e si por ventura algunos mios, o de los estrayos, que viniere o quisiere pasar contra este mío fecho, non le sea otorgado, e solamente lo temptare, sea maldito de Dios, e de su madre la gloriosa santa María; e con Juda lo traedor sea condepnado en lo fundo de los infiernos, e demás peche al rey diez mil maravedís de oro, e a vos, e a la orden peche cuanto demandare, e sea tal, e en tal lugar, e porque siempre este nuestro donadio sea más firme, e más estable para todos tiempos, fecimos vos esta carta de nuestro seello pendiente seellada. Fecha en Murcia II. días por andar de septiembre, era M.CC.LXXXII.<br />In Dei nomine amen. Conoscida cosa sea a todos cuantos esta carta vieren, como yo don Zeyt Abuzeyt, nieto de Almiramomoni, fago carta de bendición, e de firmedume por siempre más, a vos don Pelay Pérez, maestro de la orden de la caballería de Santiago, e a toda vuestra orden, destino de los mios castiellos que ey en Aragón, Tuy, Orcheta, e Torres, viéndovolos, e otórgovolos libres e quitos, así como los ey yo por quince mil maravedís en oro, e por una vuestra bona casa Ancholo, que a tener en mios días, e destos maravedís só pagado, e de la casa de Ancholo entregado. Et vos sobredicho Maestro avedes a quitar estos castiellos de catorce mil soldados de Chaqueses, porque yacen en penyos. &c. E por ser más firme e más estable, fago poner el mio seello pendiente en esta carta, la cual fó fecha en Murcia en prestumero de septiembre, era M.CC.LXXXII.<br />Los que fueron presentes vieron e ovieron: Infante don Alfonso. =Don Diago López. =Don Lopo el Chico. =Don P. Lopiz de Farana. =Roy López de Mendoza. =Don Alfonso Téllez. =Don Juan Alfonso. =Don Alvar Gil. =Don Juan García. =P. Nuño de Gozman. =P. Gozman. =Don Nuño. =</p><p><strong><span style="font-size:85%;">Imagem: Afonso X, a rainha D. Violante e o príncipe herdeiro D. Sancho.</span></strong></p></div>José Ferreirahttp://www.blogger.com/profile/12998775423781902109noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6781354469143898089.post-40089933597496374102009-10-23T12:41:00.010-07:002012-04-13T16:33:57.670-07:00f3José Ferreirahttp://www.blogger.com/profile/12998775423781902109noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6781354469143898089.post-46891285784744027182009-10-23T12:41:00.009-07:002012-04-13T16:33:05.765-07:00Breve síntese em espanhol sobre Paio Peres Correia<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: center;"><strong>PELAY PÉREZ CORREA</strong></div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">Pelay Pérez Correa, o don Pay o Pelayo, nació en Portugal, en un lugar próximo a la ciudad de Braga, de una de las más ilustres familias de aquel reino. Se hizo Caballero profeso de la Orden de Santiago y en Enero de 1236 fue nombrado comendador de Alcácer, ayudando a Sancho II en la conquista de las tierras portuguesas.</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">Doña Berenguela y su hijo Fernando lo llaman a Castilla, ofreciéndole en 1241 la encomienda Mayor de Uclés. Un año más tarde fue elegido Maestre de la Orden de Santiago.</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">En 1243 acompaña al Infante Alonso en la toma de posesión de Murcia.</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">En 1245 se halla en la conquista de Jaén. En esta ciudad Fernando III le consulta sobre la conveniencia de poner sitio a Sevilla, aconsejándole el Maestre que la conquista de dicha ciudad había que acometerla sin más demora.</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">En 1246 parte para dicho sitio conquistando las plazas de Osuna, Cazalla, Carmona y algunas más.</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">En la conquista de Sevilla hizo grandes hazañas. Le ordenó el Rey que vadease el Guadalquivir y rodear el castillo de Triana a la cabeza de 270 Caballeros, actuando con gran bravura y conquistando Galvés con un rico botín.</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">Luego el monarca le ordenó que limpiase de moros Sierra Morena y los confines de Extremadura para evitar que los cristianos sitiadores se viesen sorprendidos por retaguardia.</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">Después de conquistar varias plazas de lo que hoy es provincia de Badajoz vino a dar en 1247 a la villa de La Calera, que conquista, entablando a continuación una sangrienta batalla con los sarracenos que se apostaban en las cumbres de la sierra.</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">En esta batalla ocurrió el hecho milagroso del que ya hemos hablado en este trabajo.</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">La batalla de Tentudía contribuyó muy poderosamente a la conquista de Sevilla, y el 22 de diciembre de 1248 los cristianos hacen su entrada en la ciudad, marchando delante de la comitiva Pelay Pérez Correa, portando el estandarte de la Orden, que fue el primero que ondeó en los muros de la perla del Guadalquivir.</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">Continuó el maestre al servicio del Rey Santo y muerto éste a las órdenes de Alfonso El Sabio, ayudándole mucho en su tarea.</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">En 1246 firmó convenio con el Emperador Balduino para ir en auxilio de dicho Emperador, por lo que cabe suponer, aunque no está debidamente probado, que el maestre visitara Palestina y Constantinopla.</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">Se dedicó después al gobierno y administración de la Orden y consiguió de Alejandro IV la confirmación de los Estatutos relativo, entre otras cosas, a poder llevar la venera en el pecho los caballeros y freires. Obtuvo de los reyes Fernando y Alfonso muchos privilegios para la Orden.</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">El Papa Urbano IV, en la Bula dada en Roma el 5 de Abril de 1246, dirigidas a los religiosos de la Orden exhortándoles a la obediencia y amor a su Maestre, dice de él que es varón devotísimo, celoso de la honra y gloria de Dios y adornado de juicio, discreción y prudencia en todas sus obras y palabras.</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">Con motivo del séptimo centenario de su muerte Calera de León también le dedicó una calle y tuvieron lugar diversos actos en esta villa y en Badajoz, organizados por instituciones culturales de la provincia y el Ayuntamiento, para exaltar la memoria del glorioso paladín, llamado el Cid de la Baja Extremadura, sobresaliendo, entre ellos, el acto de homenaje a las Ordenes Militares y el Capitulo General celebrado en el Conventual Santiaguista, el día 26 de Octubre de 1975, a los que asistieron con sus antiguos hábitos los pocos caballeros existentes.</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: left;"><a href="http://cpnsdetentudia.juntaextremadura.net/index2.php?option=com_content&do_pdf=1&id=102">Origem do documento</a></div>José Ferreirahttp://www.blogger.com/profile/12998775423781902109noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6781354469143898089.post-18510803579898876502009-10-23T12:41:00.007-07:002012-04-13T12:08:56.890-07:00Visita ao Museu de Martins Sarmento, em Guimarães<div style="text-align: justify;">Visitámos hoje o Museu da Sociedade Martins Sarmento e temos muito gosto em disponibilizar o endereço duma óptima fotografia da pulseira do Monte d'Assaia, a tal que vem do séc. IV ou V a.C. Veja-se <a href="http://www.csarmento.uminho.pt/pop_up_view_img.asp?path=imgs/nephl/mms/tesouro/&imageName=Ouro028.jpg&table=msms_tesouro&filter=10&fieldID=tesouroID&fieldsToShow=documento&titlesToShow=Imagem&ID=10&navigation=no&w=128&h=90">aqui</a>.</div>Fotografámos as pedras esculturadas da Fonte da Pegadinha. Veja-se a nossa fotografia:<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi57imgdtBfM2XeNU9aDzvz_fnBLAm47INsQBfwb0swXchQGqN5JPMRvnpwtz0P-A8lJqwJx6FcZcyls_2VI9pZk-IkMjrn5rRar0TrNjiAxIRlYkVZ4cwdy5JkYLekoMiTXRD1Gegvvrg/s1600/figuras+escult.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400px" qda="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi57imgdtBfM2XeNU9aDzvz_fnBLAm47INsQBfwb0swXchQGqN5JPMRvnpwtz0P-A8lJqwJx6FcZcyls_2VI9pZk-IkMjrn5rRar0TrNjiAxIRlYkVZ4cwdy5JkYLekoMiTXRD1Gegvvrg/s400/figuras+escult.jpg" width="356px" /></a></div><br />
Também fotografámos a lápide romana, mas as letras dela percebem-se mal:<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgizbZfguuSBWCvl2gCg9NdSBepFFoKFV90O-2rdJJnA0yY__3802UsTKrpbY8kW8gm4Tw9gFhMzJzsE5D8BpkOA1G7gssJbcP_0VdWBfm1NpGrCos5XewBRDZJv0lN9RUltCk0Nrjb1kw/s1600/l%C3%A1pide+romana.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="317px" qda="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgizbZfguuSBWCvl2gCg9NdSBepFFoKFV90O-2rdJJnA0yY__3802UsTKrpbY8kW8gm4Tw9gFhMzJzsE5D8BpkOA1G7gssJbcP_0VdWBfm1NpGrCos5XewBRDZJv0lN9RUltCk0Nrjb1kw/s400/l%C3%A1pide+romana.jpg" width="400px" /></a></div>José Ferreirahttp://www.blogger.com/profile/12998775423781902109noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6781354469143898089.post-84255282917543905462009-10-23T12:41:00.001-07:002009-10-29T16:11:13.874-07:00<strong><span style="font-size:130%;"></span></strong><br />fr4José Ferreirahttp://www.blogger.com/profile/12998775423781902109noreply@blogger.com0