O P.e Pedro Rodrigues executou no adro grandes obras na década de 30 do séc. XX. Foi então que se construiu o paredão de suporte, a nascente, e o pequeno escadório. Na mesma altura deve ter sido construída a Casinha das Esmolas ou da Cera. Há umas duas dezenas de anos o piso do adro foi também beneficiado.
Quase em frente ao escadório, ainda no adro, ergue-se uma oliveira. Aquando do aterro, o seu tronco terá ficado submerso até à ramagem, mas revigorou-se e lá continua como se nada de tão estranho se tivesse passado.
Nos seus Apontamentos para a história de Santa Maria de Quintiães – Barcelos (Póvoa de Varzim, 2005, p. 529), escreve Manuel Baptista de Sousa estas palavras, que podiam ser ditas para Monte de Fralães:
Dentro do recinto do adro havia uma mesa de pedra popularmente conhecida por Pedra do Acordo ou Pedra da Paciência ou Pedra do Adro, onde se reunia, no fim da missa conventual, a Confraria do Subsino, composta pelo Juiz da terra e os homens da Fala – falou, está falado – os Homens do Acordo, eleitos todos os anos. O povo tomava conhecimento da forma de dar cumprimento às ordens do Visitador ou de as impugnar, bem como das decisões régias. Por vezes tornavam-se conflituosas essas sessões públicas sendo obrigados os Eleitos a refugiarem-se na Igreja para escapar à ira popular. Até ao sol-posto, hora imperativa da paz!
Nos registos paroquiais de Monte de Fralães há alguma memória da Confraria do Subsino. O seguinte termo de eleição de 1616 deve ter a ver com o juiz respectivo:
Foi eleito em cabido geral que se fez na forma acostumada, a última oitava do Natal, para servir o ano que vem, a Bento Gonçalves, da Porta, ao qual, tomadas as contas ao mordomo velho, foram entregues os setecentos e setenta em dinheiro, com a taleiga e o meio pau de cera. E assinou comigo, Tomé da Guarda, abade.
Tomé da Guarda.
E declaro que nesta quantia acima vão as moedas que andavam no tesouro, que se desfizeram.
B.to + Gz
A Pedra do Acordo data de 1673. A cavidade daquele assentos de pedra em redor indica acaso que eles eram a base das cruzes dum pequeno calvário.
Terreiro
Descendo do adro ao terreiro, entra-se numa área largamente arborizada onde se destacam os dois coretos e algumas mesas de pedra com os respectivos bancos. Um pequeno muro de suporte divide uma zona mais alta, a poente, duma outra, a nascente, por sua vez suportada também por um paredão erguido a partir do passal. Era aqui, uns metros em frente ao escadório, que noutros tempos se levantava a «igreja velha», a matriz trazida do cimo do monte em 1564. Uma antiga oliveira ainda guarda dela alguma memória.
Ao lado esquerdo do escadório que dá para o cemitério, ficava a residência paroquial; o lugar é agora ocupado por um salão recentemente construído a partir das ruínas da residência demolida. Mais para norte, encostado ao monte, está o Fontanário da Senhora, construído por Aires do Rio sem dúvida na segunda década de 1900.
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Imagens: Pedra do Acordo e oliveira secular, no terreiro.
sábado, 31 de outubro de 2009
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