Monte de Fralães situa-se quase no extremo sul do concelho de Barcelos, ao lado de Viatodos, Silveiros, Chavão e Grimancelos. É atravessada a nascente pela estrada nacional que liga Barcelos a Vila Nova de Famalicão e encosta-se, pelo poente, ao Monte d’Assaia, em cujo cimo nasceu.
O nome actual da freguesia é uma abreviação de S. Pedro do Monte de Fralães. Durante séculos, chamou-se apenas S. Pedro do Monte. Como, porém, toda ela se integrava nas terras de Fralães e no seu Couto e Honra, a partir de certa altura torna-se uso chamar-lhe S. Pedro do Monte de Fralães. Eliminado o orago dos nomes da freguesia, ficou a designação que é agora oficial.
Monte de Fralães não vem nas Inquirições de 1220. Não se sabe porquê, pois que o Censual do Bispo D. Pedro, de cerca de 140 anos antes, já a mencionava, como S. Cristóvão de Silveiros. Mas o texto das Inquirições de 1258 é deveras interessante. Veja-se:
D. Mendo, abade da dita igreja, jurado e interrogado, disse que o rei não é padroeiro, mas tem aí o seu reguengo, a saber, o monte da Saia, como está delimitado pela porta da cidade de Lenteiro, a seguir pela pedra que está entre o reguengo e a senra, a seguir pela Fonte Peolhosa, a seguir vai pela Valo do Capítulo até à Bouça, a seguir até ao Fojo Lobal, a seguir pela porta da Ventosa. ...
... não há aí foreiros nem honras novas ... porque é honra antiga de D. Paio Correia.
Baste-nos por agora fixar a atenção em dois aspectos: a cidade de Lenteiro e D. Paio Correia.
Através da cidade-citânia de Lenteiro, podemos mergulhar no passado do espaço em que nasceu a freguesia e outras de seus arredores; o nome de D. Paio Correia aponta o futuro, pois em Monte de Fralães muito dependeu da família deste homem. O Concelho de Fralães surgiu devido a ele e subsistiu durante meio milénio; na origem da Confraria de Nossa Senhora da Saúde também estão os Correias. Aliás, todas as terras da freguesia pertenceram a esta casa.
Da palavra Fralães não se conhece o étimo. Mas sabe-se que este topónimo teve as variantes Farlães e até Farelães. Esta última, recente, pretendia ligá-lo a farelo; para Fralães, alguém fantasiou uma impossível derivação a partir de fraga. Seria mais sério procurar um étimo gótico, talvez no nome bastante comum Fradila, que, através do sufixo –anis, dava logo Fradilanis; daí para Fralães, o caminho era rápido e seguro. Contra isto, levanta-se contudo o facto de a forma mais antiga conhecida, referida nas Inquirições de 1258, ser Farlães. Mas o Pe. Jácome Dias, em 1564, já escreve Fralães.
Imagens: Brasão e duas vistas panorâmicas de Monte de Fralães.
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Anónimo disse...
ResponderEliminarBoa tarde.
Como combinado por conversa telefónica,segue o meu endereço electrónico para que seja possível, dentro da sua disponibilidade, marcar um encontro para trocarmos algumas ideias sobre o Monte da Saia e arredores.
e-mail: hugoaluai@gmail.com
Atenciosamente, Hugo Aluai Sampaio